Encarnação - Textos

Usando os instrumentos da reforma íntima

Então, como vimos até aqui, universalismo é a integração com o próximo, ou seja, a não contraposição ao que o outro acha ou quer. Isso vivenciado pelo espírito mesmo quando a personalidade humana possui razões contrárias ao universalismo, ou seja, individualistas. Essa é a vivência de uma encarnação que pode levar o ser a aproximar-se de Deus.

Levar a encarnação a bom termo, ou seja, aproximar-se de Deus é:

ser espiritualista, ou seja, não se prender às formas e realidade materiais construídas pelo ego.

ser ecumênico, ou seja, não se prender às leis desse mundo criadas pela personalidade humana.

e entregar-se aos acontecimentos do mundo com perfeição, ou seja, sem deixar os desejos e paixões do eu provador alterarem o seu padrão vibracional...

Quando isso acontece, o espírito aproximou-se de Deus. Por quê? Porque com isso ele destrói toda a realidade que o ego cria.

Ao destruir as formas, os códigos de lei que criam o certo e o errado e as paixões e desejos que a personalidade humana cria, o espírito poderá viver num estado de paz, já que não vai ter mais armas para guerrear, de harmonia, porque não vai ter mais nada para que lhe contrariar e de felicidade, pois não terá mais nada que lhe faça aceitar a sensação de estar chateado.

Quando os três instrumentos que falamos hoje forem utilizados pelo espírito tudo que acontecer estará perfeito, mesmo que a personalidade humana diga ao contrário. Eu disse perfeito, ou seja, mais do que certo. Saiba que enquanto houver o certo para o ser, este não escapará da sensação de prazer que a personalidade humana criará.

Olhe que vida maravilhosa é essa que estou descrevendo. O espírito observa a criação da parte técnica do ego que cria a imagem de um estupro e não sofre com isso.

Sim, o estupro para o ser liberto da materialidade, dos padrões de certo e universalizado não é mal. Ele é mal para quem? Para a carne? Mas, carne não existe: é criação racional da personalidade humana através da sua parte técnica.

‘Mas, o espírito está sentido dor’, diriam os que ainda querem separar certos e errados. A estes eu repondo: a dor não é do espírito, mas sim uma sensação criada pelo ego.

Se o espírito está sentindo esta dor é porque não realizou a contento a sua reforma íntima, ou seja, ainda está apegado ao ego. Se este ser universal entender que está encarnado, ou seja, que está vivendo uma grande aventura probatória ao invés de uma vida carnal não mais vivenciará esta dor.

Lembrem-se do que eu disse: enquanto houver qualquer coisa que seja certa ou errada para o espírito, mesmo que este padrão seja coletivamente aceito, ele não tem harmonia com o mundo. Ele ainda acreditará quando a personalidade humana disser que são erradas e que não podem acontecer.

O ser que não se harmoniza com o mundo através da libertação dos padrões de certo e errado não tem felicidade incondicional, pois vai viver a sensação de sofrimento que a personalidade humana criará quando o errado estiver acontecendo. Também não terá paz, pois os conceitos da razão humana servirão como instrumentos para que este ser crie a guerra (ir contra) os que não seguem os padrões que ele acredita.

Guerra: não foi isso que as personalidades fizeram contra aqueles que promoveram a guerra no Iraque? Eles fizeram guerra para ter paz, para pedir a paz. Ou seja, guerra para parar a guerra.

Sim, guerrear não é apenas portar uma arma e dispará-la contra os outros. Criticar o governo que faz guerra é abrir guerra contra este governo.

Será que isso é certo? Como é que alguém pode dizer que quer paz se não dá o exemplo? Realmente a lógica humana muitas vezes pode até ser considerada engraçada.

Deixe-me fazer um comentário.

Vocês acompanharam pela televisão a preparação para a guerra do Iraque. Viram também os povos irem para as igrejas, templos ou centros rezarem para não ter guerra. Apesar deste esforço de milhares de seres humanos aconteceu a guerra? Vocês viram que sim.

A partir disso eu deveria dizer: que Deus vagabundo, hein. Que Pai é este que não atende um apelo justo e certo de seus filhos? Repare: Deus deve ser muito fraco, pois o mundo inteiro rezou pedindo a Sua interseção para que não acontecesse guerra e Ele não pode fazer nada.

Sim, esta é a conclusão lógica a que se chega se ficarmos presos à questão do certo e errado e do mundo acontecendo sem um Regente. Agora, vamos ver o mesmo acontecimento a partir da visão que estamos criando aqui, ou seja, que a vida encarnada é apenas a grande aventura encarnatória do espírito.

Onde está o ato de guerrear na encarnação? Na parte técnica do ego. Ou seja, tudo o que você viu a respeito de guerrear não existiu fora da razão humana, mas foi sim uma criação interna do ego.

Além do mais, será que aquelas percepções são uma guerra? Ou seja, será que a bomba que você viu cair é um guerrear? Não, guerra foi um valor que a personalidade humana criou para aquela percepção que ela também criou.

Sim, você, personalidade humana, viu uma bomba caindo, mas isso não quer dizer que aquilo representa uma guerra. Na verdade a consciência de que aquilo é uma guerra é formada por uma verdade que está no ego e não pela realidade.

A partir de tudo o que vimos até aqui, na realidade o que é que está acontecendo? Uma encenação gerada pela percepção humana, quer seja na forma, na compreensão e nas sensações que tem por finalidade construir a provação que acontece para o espírito durante a sua grande aventura encarnatória.

Sendo assim, a existência de uma guerra é realidade sua, personalidade humana, e não de Deus. Para Ele o que está acontecendo é apenas a provação do espírito que é necessária para que este se aproxime Dele.

Veja bem o que falei: para Deus o que está acontecendo é apenas a provação do espírito. Eu não posso nem dizer que para Deus a guerra representa a provação do espírito, pois para o Senhor a guerra não existe. Aquilo que a personalidade humana chama de guerra. Deus chama de provas.

Pronto: agora existe um Senhor Onipotente, Onipresente e Onisciente. Um Senhor que sabia tudo que estava acontecendo na realidade e estava presente fazendo acontecer o que era preciso acontecer acima da vontade e desejo de qualquer um.

Este é o Deus descrito pelos mestres e não aquele que as personalidades humanas acreditam existir e rogaram para que não houvesse a guerra.