O novo acordo - Carta aos Coríntios 2

Um novo acordo

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Quando dizemos isso, será que estamos elogiando a nós mesmos? Por acaso como acontece com alguns, precisamos de carta de recomendação para vocês ou de vocês? Vocês mesmo são as nossas cartas escritas em nossos corações, para ser conhecida e lida por todos. (Capítulo 03 – versículo 01 a 02)

Quem fala do amor não precisa comprovar de onde vem e quem é, pois o amor é universal.

Muitas vezes me perguntam qual a minha religião e eu digo que é Deus. Eu não tenho uma religião.

Todo ser humano que vem de Deus não precisa ter uma apresentação. Eu sou espírita, sou católico, sou evangélico porque esse referendo de nada vale, a não ser que se venha referendado por Deus.

O referendo de Deus é exatamente o amor que você é capaz de transmitir aos outros. Se você não é capaz de transmitir amor aos outros, não adianta buscar carta de apresentação em outro lugar, pois só o amor pode lhe apresentar como oriundo de Deus.

Aliás, sem amor, tudo soaria como gongo.

Portanto, ao invés de dizer que é espírita, evangélico, católico ou umbandista diga 'eu sou de Deus' e prove isso amando ao próximo como a si mesmo e ao Pai acima de todas as coisas.

É claro que o próprio Cristo escreveu esta carta e a enviou por meio de nós. Ela não foi escrita com tinta mas com o Espírito de Deus vivo. Ela não está gravada em placas de pedra mas em corações humanos. (Capítulo 03 – versículo 03)

Olha que grande informação de Paulo: as cartas que ele escreveu não foram escritas por ele, mas sim por Cristo. Ou seja, por Deus...

Já estudamos nesta mesma carta que Paulo afirmou que Cristo não faz nada sem que Deus mande Ele fazer. Além disso, Paulo fala que as cartas foram escritas com o Espírito de Deus. Ou seja, tudo foi feito por Deus...

Se passarmos este conhecimento para outras coisas da vida, veremos que Paulo está dizendo que as ações que são praticadas pelos seres encarnados não são feitas por eles, mas por Cristo a mando de Deus. Mais: elas são escritas com o Espírito de Deus ou seja, com amor.

Não importa se você está xingando: você só xingará quem precisa ser xingado. Quem for xingado foi amado. É isso que Paulo está dizendo.

Dizemos isso porque temos confiança em Deus, por meio de Cristo. Não há nada em nós que nos permita afirmar que somos capazes de fazer esse trabalho, pois a capacidade que temos veio de Deus. (Capítulo 03 – versículo 04 a 05)

Olha outra informação interessante... Paulo, um dos apóstolos que mais compreendeu a lição de Cristo, que sacrificou a sua vida nas viagens sendo perseguido e indo para a prisão, se declara completamente incapaz de fazer o trabalho. E diz: eu sou guiado por Deus...

Já o padre, o pastor e outros religiosos que não deram nenhum testemunho neste sentido se acham capaz de fazer. Onde está a humildade de saber que é Deus agindo e a entrega do comando a Deus, ao invés de colocá-lo na sua intenção e na sua ação?

Volto a repetir o que eu sempre digo: não estou criticando religião alguma; não estou criticando ninguém de nenhuma religião. Estou apenas dizendo que aqueles de dentro da religião vivenciam com essa verdade individual as coisas estão contrários ao próprio ensinamento que querem ensinar. É só isso que estou falando.

Se a igreja é apostólica, ela deveria seguir os ensinamentos dos apóstolos, mas não segue. Isso porque o ensinamento do apóstolo Paulo é que ele não executa o trabalho, mas é simplesmente um instrumento de Deus. Mais: que ele se sente incapaz de executar qualquer coisa...

Portanto, aqueles que hoje se declaram como fazedores da obra de Deus (os médiuns, os padres, os pastores) que comecem a colocar nos seus corações que eles são simplesmente instrumentos e não senhores da situação.

Porque é Ele quem nos faz capazes de servir ao novo acordo, que não tem como base a lei escrita, mas o Espírito de Deus. (Capítulo 03 – versículo 06)

A base do novo acordo é o amor...

O novo acordo é o Novo Testamento, é os ensinamentos do Novo Testamento. Este acordo não traz lei alguma. Pelo contrário: Jesus Cristo quebrou todas as leis. Na verdade o que ele traz é o amor.

'Em verdade eu lhes digo que o primeiro mandamento ao qual você tem que se entregar com corpo, alma, espírito, ação e pensamento é amar a Deus sobre todas as coisas. E o segundo é amar ao próximo como a si mesmo’.

A partir disso, a lei não serve para mais nada. A única obrigação que existe é amar...

A lei escrita produz a morte, mas o Espírito de Deus dá a vida. (Capítulo 03 – versículo 06)

Deixe-me falar uma coisa: a lei traz a morte. Ou seja, a lei traz a humanização do ser.

Porque a lei traz a humanização do ser? Porque ela traz o certo e o errado. A lei leva ao julgamento; portanto, ela lhe faz criticar e julgar.

A lei lhe faz dizer que alguma coisa está errada. Por isso é ela que traz o pecado.

É a lei que traz a morte porque se não houver lei eu não vou julgar ninguém. Se eu não julgar ninguém, vou estar amando a todos.

Aí está o primeiro ponto para nós começarmos a chegar no amor que Jesus Cristo ensinou: derrocarmos todas as leis da nossa vida. Só assim poderemos viver num estado de amor entre todos. Só assim poderemos alcançar o amor sublime, o amor puro, o amor verdadeiro entre irmãos espirituais que todos nós somos.

Agora se você ficar preso a leis, coitado daquele que a ferir, não?

Além do mais, a lei não pode levar a Deus porque ela é individual e não genérica. Vou dar um exemplo: a lei diz não mate mas se eu estiver acuado posso matar. Isso é uma individualização da lei. Se a lei é não mate, preferiria morrer a matar... Mas ninguém faz isso, não é?

 Sendo assim, cada um usa a lei à sua vontade e com isso cria o pecado.

A lei de Moisés foi gravada com letras, em placas de pedra, e, quando foi entregue ao povo, apareceu a glória de Deus. O brilho do rosto de Moisés já estava desaparecendo, mas mesmo assim esse brilho era tão grande que o povo de Israel não podia fixar os olhos nele. E, se a lei, que serviu para a morte, veio com tanta glória, imaginem quanto maior ainda será a glória do serviço do Espírito de Deus! O serviço que condenou as pessoas foi glorioso. Então muito mais glorioso ainda é o serviço que as declara inocente. (Capítulo 03 – versículo 07 a 09)

O serviço do Espírito Santo declara que todos são inocentes. Portanto, não há culpados.

Eu só quero lembrar uma palavra de Jesus Cristo quando ele estava se alimentando no templo e os professores da lei disseram que aquilo não podia ser feito: vocês não sabem o que na sagrada escritura quer dizer quando Deus diz que não quer que vocês queimem incenso em louvor a Ele, mas quer que sejam bondosos.

Quando você usa a sua lei (aquilo que você acha) a partir da verdade de que a lei é de Deus para acusar o outro, está queimando incensos a você mesmo, pois na verdade está seguindo o que acha certo. É preciso ser bondoso e a bondade se apresenta através do perdão.

É preciso sempre perdoar o próximo, ou seja, não achá-los culpados...

Porque a glória que antes era tão grande agora não é mais nada em comparação com a gloria atual, que é muito maior. De modo que, se foi glorioso o que durou somente um pouco de tempo, muito mais glorioso é o que dura para sempre. (Capítulo 03 – versículo 10 a 11)

O amor é eterno; o amor é universal, é igual para todos.

O que é amar? É aprender a conviver com os outros, sem acusação, dando a cada um o direito de ser e estar do jeito que quiser, sem que você o obrigue a mudar-se para o que acha que é certo. Isso é amar...

E, porque temos essa esperança, agimos com toda a confiança. Não fazemos como Moisés, que cobriu o rosto com um véu para que o povo de Israel não pudesse ver que o brilho estava desaparecendo. De fato a mente deles estava fechada. E até hoje, quando eles leem os livros do Antigo Testamento, a mente deles está coberta com o mesmo véu. Esse véu só é tirado quando a pessoa se une com Cristo. Até agora, quando eles leem as leis de Moisés, o véu ainda cobre a mente deles. Mas ele pode ser tirado, como dizem as Escrituras Sagradas: o véu de Moisés foi tirado quando ele se voltou para o Senhor. (Capítulo 03 – versículo 12 a 16)

Isso: o véu pode ser tirado quando nos voltamos para o Senhor. Mas, para se voltar para o Senhor é preciso dar as costas a lei, pois ela é a fonte do pecado.

Aqui, a palavra Senhor quer dizer o Espírito de Deus. E onde o Espírito do Senhor está presente, aí há liberdade. (Capítulo 03 – versículo 17)

Deixe-me falar uma coisa sobre isso. Eu gosto muito de falar sobre liberdade porque vocês se consideram livres, mas na verdade não são: são escravos...

Você é escrava de quem?

Participante: não digo de quem, mas do que.

Do que você é escrava?

Participante: da moda, da comida, das minhas próprias leis, as da sociedade.

Lei da sociedade que você assume, pois há leis societárias que você não assume...

Vejam... Vocês gostam tanto de falar em liberdade e não sabem ser livres. São escravos e marionetes do mundo. Acham que se movimentam livremente, mas na verdade seus movimentos são dirigidos pela sociedade em que vive. São dirigidos pelas suas leis que vocês retiram da sociedade que vivem.

Vocês não tem noção do que é essa liberdade que estou falando. É ter a liberdade de perder sem ter medo de ser chamado de bobo; a liberdade de ver o outro passar à sua frente sem ser chamado de idiota; a liberdade de não conseguir o que você quer sem que alguém lhe diga que não sabe nada da vida. É uma liberdade tão grande que você se livra das suas leis e, o mais importante, se livra da escravidão que vive aos outros.

Você torna-se livre de ter que agradar aos outros, de ter que arrumar a casa para poder receber os outros. Liberta-se da escravidão de ter que fazer alguma coisa só para mostrar aos outros que você é uma coisa que eles devem aceitar.

Essa liberdade que estou falando é algo que vocês não imaginam: é a liberdade de viver ao invés de vivenciar a vida escravo de desejos, de vontades, de paixões e de leis.

Isso é um ponto que estou batendo muito porque vocês precisam acordar para a escravidão em que vivem. Se não acordarem para essa escravidão não vão quebrar as amarras que estão presos. Não vão conseguir conviver com as coisas materiais como se elas não fossem necessárias para a vida. Não vão se libertar da escravidão ao filho, da escravidão de um marido a uma mulher, da escravidão de ter que ter um trabalho.

E se você não tiver trabalho, o que vai acontecer? Vai viver na rua, vai ser mendigo... Não tem mendigo que vive ou todos que chegam neste ponto morrem?

É isso que vocês precisam começar a repensar. É preciso descobrir que você não é livre do jeito que acha que é, mas é escravo de padrões.

Para isso, saiba de uma coisa: você se coloca como escravo dos padrões. Isso porque o padrão não pode escravizar: é você que se deixa ser escravizado pelos padrões.

Portanto, todos nós, com o rosto descoberto, refletimos como um espelho a gloria do Senhor. Aquela gloria vem do Senhor, que é o Espírito. Ela nos torna parecidos com o Senhor, e assim a nossa gloria vai ficando cada vez maior. (Capítulo 03 – versículo 18)

Para entender este trecho é só trocar gloria por amor