O novo acordo - Carta aos Coríntios 2

A preocupação de Paulo pela igreja de Corinto

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Eu estou agindo como um louco, mas foram vocês que me obrigaram a isso. Vocês é que deviam falar bem de mim. Porque, ainda que eu não tenha nenhum valor, de jeito nenhum sou inferior a esses tais super-apóstolos de vocês. As coisas que provam que de fato sou apóstolo foram feitas com toda paciência entre vocês. Foram sinais, maravilhas e milagres. Em que é que vocês foram tratados pior do que as outras igrejas? A única diferença é que não os aborreci pedindo ajuda. Por favor perdoem essa ofensa.

Essa é a terceira vez que estou pronto para visitá-los e não vou exigir nada de vocês. Não quero o dinheiro de vocês e sim vocês mesmos. Pois são os pais que devem dar dinheiro para os filhos, e não os filhos para os pais. (Capítulo 12 – versículo 11 a 14)

O verdadeiro apostolo de Cristo não quer as coisas materiais do ser humano porque ele sabe que ele tem uma missão de Deus.

O grande exemplo de Paulo é que este apóstolo foi o primeiro a sair viajando para pregar os ensinamentos. Os outros apóstolos ficaram todos parados, mas Paulo saiu levando a palavra de Cristo. Só que antes de viajar, a primeira coisa que ele fez foi arrumar uma tenda dele para ele trabalhar. Portanto, ele viaja para pregar o evangelho, mas durante o dia exercia um trabalho para se sustentar.

Apesar deste exemplo ainda têm muitos que querem pregar o evangelho às custas dos outros. Dizem que por exercerem a função de apóstolo não podem trabalhar, que são coitadinhos, pois não têm condições de se sustentarem. Por isso acham que todos têm que os sustentar e fazer as coisas para ele. Na verdade quem age assim não quer levar a palavra de Deus, mas sim uma boa vida. É isso que Paulo está ensinando neste trecho.

 

Ficarei contente em gastar tudo o que tenho e até a mim mesmo para ajudá-los também. Será que vocês me amarão menos só porque eu os amo tanto?

Portanto, vocês vão concordar que eu não fui uma carga para vocês. Porém alguém vai dizer que eu os enganei e os tapeei com mentiras. Por acaso explorei vocês por meio de alguém que lhes mandei? Pedi a Tito que fosse visitá-los e mandei com ele outro irmão na fé. Por acaso Tito os explorou? Não é verdade que nós dois temos agido do mesmo modo e com o mesmo espírito?

Talvez pensem que estamos querendo nos defender diante de vocês. De jeito nenhum! Falamos como Cristo nos mandaria falar, na presença de Deus. E tudo o que fazemos, queridos amigos, é para ajudar vocês. Tenho medo de quando chegar aí, eu os encontre diferentes do que gostaria que fossem e me achem diferente do que gostariam que eu fosse. Temo também que vai encontrar brigas e ciúmes, ódio e egoísmo, insultos, falatórios, orgulho e desordens. Receio ainda que na minha próxima visita o meu Deus me humilhe diante de vocês e que eu tenha que chorar por causa de muitos que, no passado, pecaram e não se arrependeram das coisas imorais que fizeram, dos pecados sexuais e de outros vícios. (Capítulo 12 – versículos 15 a 21)

Vamos só relembrar o que já falamos no estudo da carta aos Romanos: pecado sexual não se trata de fazer sexo em nenhuma posição nem dormir com a mulher do outro. Pecado sexual é entrar numa relação sexual com o interesse de você ter prazer.

Esse é o pecado sexual porque nascemos para servir aos outros. Por isso, até nesse momento o ser humanizado tem que se entregar a essa relação para servir ao próximo. Isso não quer dizer que ele não possa ter o prazer sexual: se ele tiver prazer, ótimo. O que estou dizendo é que não deve colocar o seu prazer na frente do prazer do próximo.

Portanto, relação imoral é toda relação fora da moral de Deus. Toda relação onde o ser humanizado utiliza o individualismo e não o amor universal, o serviço ao próximo. Ficou claro?

Estou falando novamente deste assunto para não colocarmos conceitos na questão da imoralidade sexual que Paulo fala. A única imoralidade sexual é você buscar o seu prazer sempre e isso diz respeito não só a atividade sexual, mas a qualquer situação da vida.

Participante: acredito que o apóstolo Paulo e todas as ditas autoridades nos ensinamentos espirituais conseguem facilmente desprender-se da matéria e seguir a espiritualidade porque simplesmente negaram o mundo e a matéria, mas, Pai Joaquim, se não fazemos isso, reencarnaremos sempre?

Deixe eu falar uma coisa. O apóstolo Paulo e todos esses ditas autoridades não nasceram apóstolo Paulo nem autoridades.

Leia a história de Paulo. Ele mandou apedrejar os seguidores de Cristo. Paulo era um ser humano comum como qualquer um de nós antes de assumir o apostolado.

Leia a história dos santos: Santo Augustinho, São Francisco de Assis e outros. São Francisco, por exemplo, era rico e tinha escravos na sua casa. Leia a história de Chico Xavier, que é uma autoridade mais recente. Ele era dono do centro e brigava com os médiuns que não trabalhavam direito.

Precisamos entender que só conhecemos os santos depois que eles alcançam a santidade, mas antes ele foram seres humanos e venceram a sua humanidade. Isso é importante de se ter em mente, para fugirmos da ideia de que eles sempre foram santos. Não, eles tiveram que vencer a humanidade para viver uma santidade.

Agora, eles não são melhores que ninguém. Sendo assim, se eles venceram, todo mundo pode vencer a sua humanidade. Não vencendo, vocês terão que ficar encarnando; se vencerem, libertam-se do círculo de encarnações.

Todos que estão encarnados precisam vencer a humanidade porque o objetivo da encarnação é esse. Um dia, todos os espíritos que estão encarnando neste mundo terão que vencer o seu lado humano. Por isso, repito o que tenho dito sempre: até pela lógica humana, não fazer a reforma íntima, não vencer o ego nessa vida é besteira e burrice.

O ego é sua identidade atual, a sua humanidade. É ele que vive a vida humana. Vencer a humanidade é vencer o que o ego vive. Sem esta vitória, não há como se evoluir. Pior: não vai nem ter mais oportunidades de elevação. Vou explicar isso.

Você hoje é mãe da sua filha. Vamos supor que numa próxima encarnação você tenha que viver como filha daquele espírito que hoje é sua filha. De posse do ego que você tem hoje, que se sente mãe do outro espírito, você não poderia viver esta situação. Se não eliminar do ego essas verdades nesta encarnação, terá que eliminá-las depois da vida humana, quando sair da carne.

Eliminar estas verdades para poder reencarnar é obrigatório. Você só vai poder vir para uma nova encarnação quando libertar-se das verdades do ego dessa encarnação. Portanto, obrigatoriamente terá que fazer o trabalho da libertação das verdades. Acontece que se esta ação for executada depois do desencarne não conta para a elevação espiritual, ou seja, se o ser se libertar dos conceitos que estão no ego apenas depois do desencarne, isso não contará para a elevação espiritual.

É por causa disso que pergunto: será que, sabendo disso, não é mais lógico tentar enquanto está encarnado fazer esta libertação? Se terá que fazer este trabalho antes de encarnar e não ganhará nada por ele, não seria mais lógico fazê-lo logo agora e receber os frutos desta atividade?

Por isso disse anteriormente: até pela própria lógica humana, pela lógica daqueles que querem ganhar sempre, é ilógico nós não fazermos agora o trabalho de libertação da mente humana.

Só um último detalhe. Elevação espiritual não pode ser igual a regime: dizer que começa segunda feira. Elevação espiritual não pode ser como religiosidade: é exercida apenas no dia que há cultos. Elevação espiritual é algo que se busca o tempo inteiro.

A cada segundo precisamos estar objetivando fazer a nossa reforma intima. A cada segundo precisamos estar com a atenção voltada para defender-se da influência do ego. Se você fizer isso, com certeza não vai precisar se libertar do ego depois da morte nem vai precisar construir um novo ego para uma nova encarnação.