Encarnação - Textos

Subordinação às leis

Portanto, a característica ecumenismo que deve ter o espírito na luta contra o seu ego trata-se de não se subordinar às leis (verdades, o que é certo) religiosas que o ego cria como doutrina.

O ego diz, por exemplo, que para ser religioso de determinada religião a personalidade humana deve estar vestida de determinado jeito. O espírito não deve se subordinar a isso. Quem acredita que isso seja real, acaba como escravo do ego, porque acredita que aquilo é necessário para comungar com Deus.

Este espírito não ama porque não está feliz de verdade no momento que cumpre a lei doutrinária, mas sentindo prazer por estar vestido adequadamente. A intencionalidade ao ir vestido daquela maneira não estava na comunhão com Deus, mas em cumprir uma lei criada por egos humanizados. Portanto, foi consigo mesmo que a personalidade comungou e não com o Senhor.

Aliás, a questão da obrigação da observância dos códigos legislativos precisa ser pensada não só com relação às doutrinas religiosas, mas em todos os aspectos da existência humana.

Todos os códigos de leis que existem no planeta Terra são obras de egos e não de espíritos. Eles são semelhantes nos diversos povos porque fazem parte de uma provação central para os espíritos que encarnam no mundo de provas e expiações. Mal comparando, posso dizer que é o que vocês chamam de consciência planetária ou verdades planetárias.

Em todos os grupos de seres humanos do planeta existem códigos que pretendem criar normas que distingam o certo do errado, mesmo que o conteúdo destas leis seja diferente. Por exemplo: aqui neste país o homem não pode casar com mais de uma mulher. Este é um elemento do código de leis de vocês. Em outros lugares existem códigos de leis que falam diferente, ou seja, que diz que pode casar.

Quem está certo? Isso não interessa. O que importa é que uma lei foi criada, ou seja, um padrão de certo foi estabelecido e com isso gerou-se um errado. Por causa disso, o amor incondicional acaba.

O conteúdo da lei não importa, mas sim a existência de um código que pretende estabelecer o que é certo. Por que isso? Porque todas as leis são estabelecidas por egos, ou seja, instrumentos para provação do espírito que poderá ou não alcançar a elevação espiritual através dela.

Quando ele a alcançará? Quando não se prender ao que o ego diz que é certo, ou seja, quando o ser libertar-se da obrigação de cumprir as leis...

Quando o espírito que vivencia um ego que habita este país não se deixar levar pela personalidade humana que diz que ter duas esposas é errado e o que vivencia um ego onde se diz que deve ter duas não sentir-se obrigado a isso, então a elevação espiritual será alcançada. Isso porque os dois libertaram-se da ação das coisas do mundo material.

Este ser será elevado porque conseguiu alcançar a verdadeira liberdade: ele é livre dos padrões humanos que determinam o certo e o errado.

 Paulo, como nós já vimos anteriormente, falou da lei e disse a mesma coisa que dissemos. Mas, com quem Paulo aprendeu? Ele aprendeu no mais alto céu com Cristo.

O mestre nazareno falou muito de lei. Ele disse: eu não vim tirar um ponto ou uma vírgula da lei, mas sim dar o seu real sentido. Este real sentido é o amar.

Para amar, ele falou mais sobre a lei: ela é a trave que está nos seus olhos e que o faz enxergar o cisco que está nos olhos dos outros. O cisco são os erros dos outros, mas eles são pequenos quando comparados ao seu erro (a trave): apontar o erro dos outros.

A subordinação aos parâmetros legais não deixa a personalidade humana usar uma característica do universal amor que vimos: a igualdade. Isso porque a lei padroniza o certo, enquanto o amor o diversifica. Diversificando o certo ama-se o próximo do jeito que ele é.

Quando existe a subordinação aos padrões legais não se ama igualitariamente. Se uma personalidade humana segue os padrões de certo criados pela lei, com certeza irá amar primeiro os que cumprem estes padrões para só depois amar o outro.

Por isso fixar-se ao certo impede que haja o amor universal: ele castra a liberdade, a igualdade e a felicidade sua e dos outros.

Além do mais, quando se fala em cumprimento de uma lei (determinar que alguém é errado) jamais poderemos também nos esquecer do ensinamento de Cristo. O mestre, ao ser testado pelos fariseus que queriam que ele julgasse uma mulher pega em flagrante delito, disse: que atire a primeira pedra aquele que não tem pecado.

Desta parte todos se lembram, mas muitos se esquecem da continuação deste ensinamento. Quando ninguém acusou a mulher, o próprio Cristo disse: quem sou eu para julgá-la. Ora, se o próprio Cristo não se sentiu confortável para julgar os outros, quem somos nós para fazê-lo?

Portanto, o espírito não deve acreditar na sensação que o ego cria de que a lei é importante, de que ela é necessária para se determinar o certo e o errado. Não crendo nisso, poderá libertar-se das ideias de culpado e errado que a personalidade humana gerará para si ou para os outros, alcançando, assim, a elevação espiritual, ou seja, o amor incondicional.