Encarnação - Textos

Romantismo

Participante: O senhor quer acabar com o romantismo do casamento? Os sentimentos que nutrem nossos casamentos foram para o espaço. Viraram apenas uma união de egos e mais nada.

Desculpa, mas eu não acabei com nada.

Na verdade, o que você imagina que existe é que não é real. O romantismo do casamento é uma sensação que está ligada a um gênero de provas que você, o espírito, pediu para vivenciar.

O casamento foi para o espaço? Mas nunca houve casamento. Nunca houve essa união com as verdades que vocês querem dar a ela. Todas as realidades dessa relação são criações do ego e, portanto, fazem parte da programação da sua aventura encarnatória.

O casamento, como entendido pelas verdades humanas nunca existiu. O que sempre existiu na realidade real? As provas dos espíritos.

Então, não acabei com nada. O casamento sempre foi uma união de egos para provações de espíritos. Mais nada do que isso. Vou dar um exemplo para você entender melhor o acontecimento casamento da grande aventura dos espíritos.

Uma mulher que gosta das coisas bem arrumadas normalmente casa com um homem bagunceiro. Durante o casamento, apesar de achar que ama seu marido, muitas vezes ela se pergunta: ‘como fui me apaixonar por você, que é tão diferente de mim’. Buscando resposta para esta questão pela lógica humana não encontraremos, mas se olharmos pela lógica espiritual poderemos ver como a situação é perfeita.

Uma mulher que gosta das coisas arrumadas é um espírito vivendo um ego construído com estas verdades. Elas dizem que as coisas devem estar em determinados lugares para que o ego possa criar a sensação de prazer. Já o homem bagunceiro é um espírito vivendo um ego que cria determinadas ações: deixar as coisas em lugares diferentes daqueles que as verdades da mulher dizem que devem estar. Este ego possui verdades que dizem que não há um lugar específico e certo para se deixar as coisas.

Ora, se a mulher é um espírito vivendo um ego que afirma que há lugares certos para as coisas, estas verdades são provas para aquele espírito, ou seja, são elementos que geram as emoções dos quais aquele ser pediu para provar que já se libertou. Como poderia este realizar esta prova sem um ego que lhe atice a sua ideia de arrumação? Ou seja, essa personalidade humana é casada com aquela determinada pessoa porque ela possui verdades e ações que causam bagunça. Juntam-se justamente para ver se aquele espírito se prende aos seus padrões ou se mantém a paz, a harmonia e a felicidade.

Isso é o casamento. Isso é o que vocês chamam de casamento.

 Saibam de uma coisa: espírito não casa com outro. Não existe casamento no mundo espiritual. Na Bíblia Cristo ensina isso.

Lá está escrito que os fariseus perguntam ao mestre: ‘uma mulher casa com um homem. Seguindo as leis judaicas, quando este homem morre, ela casa com um dos seus irmãos. Acontece que este irmão também morre e ela casa com outro. E assim acontece sucessivamente até que ela tenha vivido em matrimônio com os seis irmãos do seu marido original. Quando ela chegar ao céu vai ser mulher de quem’? Cristo responde: ‘de ninguém, porque no céu não há casamentos’.

Ora, se Cristo diz que no céu o espírito não é esposa de ninguém porque não há casamento, quem sou eu para dizer que um ser universal está casado com alguém? Se no universal, no espiritual, no real, não há casamento, na realidade humana também não pode haver. O que há é a ideia de estar casado e não o casamento. O que há, na realidade, é a união de dois egos cujo relacionamento é necessário para a libertação de cada um deles do seu próprio ego.

Se você se prender a romantismos diante de qualquer atividade humana, realmente fica difícil alcançar a elevação espiritual. Isso porque o romantismo humano é fundamentado em verdades deste planeta e não universais. Aliás, no Universo não existe romantismo, pois não há tempo para individualismos como romantismos ou pena de alguém: tudo é amor universal.

Participante: Eu não diria isso. Diria que se Deus criou o romantismo, ele faz parte da nossa prova.

Isso: o romantismo faz parte da sua prova. Sendo assim, ele existe para que você, o espírito, libertar-se dele e não se entregue a ele.

Aliás, esta sua afirmação é mais uma prova que não existe romantismo no Universo. Isso porque os que lá se encontram não mais encarnam, o que quer dizer que ele já foi vencido e com isso deixou de existir.