Um minutinho da sua atenção

Rajas

O primeiro guna ou qualidade do conhecimento discursivo da mente humana (pensamento, raciocínio) é o rajas. Essa qualidade dá ao pensamento uma característica de obsessão por fazer.

O que é uma obsessão? É o vício, dependência, de alguma coisa. Rajas é a caraterística do pensamento que o torna viciado, dependente do que quer, acha ou imagina estar certo ou ser bonito. Rajas é uma linha de pensamento que se fundamenta na presunção de que deve agir para garantir se satisfazer.

Portanto, o guna rajas é a qualidade do pensamento que confere a ele a ideia de agir para conseguir a realização de uma intencionalidade. É a característica presente no pensamento que sugere que o ser deve fazer o que gosta, o que quer, o que acha bom.

Isso precisa ser dominado, porque na ânsia de conseguir o que se quer, o ser humanizado fere o que os outros querem. Além disso, como na maioria das vezes não se consegue realizar o que é intentado, o guna rajas presente no pensamento não controlado acaba levando o ser ao sofrimento, a decepção de não conseguir o que imagina querer.

Uma questão. Rajas não é errado, ter raciocínios que compelem a ação na busca das intenções não é algo errado. É a prova do espírito. Ele está presente no pensamento para que o ser faça a sua opção sentimental: servir a Deus ou a matéria, o bem ou o mal.

Por isso o guna rajas é a base de raciocínio de grande parte dos seres humanizados. Não estou falando especificamente em egoísmo, porque como veremos ao falarmos de tamas esse guna também é arma para os egoístas.

Rajas precisa ser controlado porque achar que se tem o direito de conseguir o que quer prioritariamente ao desejos dos outros é um raciocínio carmatico. Como o ser vem a esse mundo para vencer seus carmas, controlar o rajas é um trabalho que deve ser executado.

Possuir pensamentos que sejam gerados com a qualidade rajas não traz problema algum a um ser. O que é problemático é subordinar-se plenamente a ele.

O problema é achar que certo o que acha, querer ter o que quer, querer fazer o que quer. Essa subordinação traz problemas, porque essa qualidade da razão é algo que o espírito precisa vencer durante a encarnação. É aí que entra a importância de vivenciar a vida ao invés de apenas vive-la.

Quando o ser vive na superfície da vida não raciocina seus pensamentos. Por não raciocinar a razão não descobre a presença de rajas. Com isso se deixa levar pelo egoísmo, pela vontade de vencer.

Age assim porque vive superficialmente a vida, pois está preso ao futuro ou passado. Por essa forma de viver se subordina plenamente a utilização dos conceitos pela mente impulsionando ao agir para conquistar.