A humildade e a grandeza de Cristo - Carta aos Filipenses

Os cristãos são a luz do mundo

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Faixa 07
Faixa 08

Assim meus queridos amigos, vocês que me obedeceram quando eu estava aí, porém agora é muito mais necessário que me obedeçam enquanto eu estiver ausente. Continuem trabalhando com respeito e temor a Deus para completarem a salvação de vocês. Porque Deus está agindo sempre em vocês para que obedeçam à vontade dele, tanto no pensamento como nas ações.

Façam tudo sem queixas ou discussões para que não tenham nenhuma falha ou mancha.

Eu acho que isto não preciso mais falar: já falei tanto sobre isso.

Sejam filhos de Deus, sem culpas vivendo no mundo de gente pecadora e perdida. No meio dessa gente vocês devem brilhar como as estrelas no céu, entregando a elas a mensagem da vida.

Então vamos falar do tema deste capítulo: o cristão é a luz do mundo. Belíssimo tema: daria para dissertar uma semana, uma semana de cem dias.

Primeiro temos que saber o que é ser cristão. O que é ser cristão? É carregar no nome da religião a palavra Cristo? É ter Cristo mestre maior, mentor da religião que frequento? Ser cristão é carregar cruzinha no pescoço ou no braço? O que será ser cristão?

É viver em comunhão com Cristo. É isso que Paulo está ensinando. Viver ligado em Cristo: isso é ser cristão. Viver em comunhão com Cristo.

Quem vive em comunhão com Cristo é a luz do planeta, segundo Paulo. O que é ser a luz do planeta?

Como Jesus Cristo disse, ninguém acende uma lamparina para colocar dentro do armário, mas a coloca no ponto mais alto para que ela brilhe e guie os outros. Cristão é aquele que serve para guiar os outros. Que serve para mostrar o caminho para os outros. Mas como um cristão mostra ao próximo o caminho?

Amando. Colocando a cultura na prática. É o que foi falado no início deste trabalho: a ciência deve lhe levar a amar, à prática do amor. É assim que um cristão guia o outro. Não é ensinando, colocando regras, normas, moldando padrões de vida. O cristão ajuda o outro, ilumina o caminho do outro ser humano, amando, ou seja, zelando pela sua ligação amorosa com Deus através de Cristo.

Quando lhe dão um tapa e você vira a outra face, iluminou um caminho para as pessoas percorrerem. Quando não tem medo e age com fé, iluminou um caminho para as pessoas percorrerem. Quando vive um momento sem ligação com o passado ou com o futuro, iluminou um caminho.

Se agirem assim, terei motivo de sentir orgulho de vocês no Dia de Cristo, pois isso mostrará que todo o meu esforço e todo o meu trabalho não foram inúteis.

Talvez o meu sangue, isto é, a minha vida, seja juntado como uma oferta ao sacrifício que vocês, por meio da sua fé, apresentam a Deus. Se isso acontecer, ficarei contente e me alegrarei com vocês. Do mesmo modo vocês também devem ficar contentes e se alegrar comigo.

Vamos falar deste sacrifício a Deus?

O Velho Testamento é marcado por sacrifícios. Se o ser humano tinha um filho, sacrificava um boi. Se casava, sacrificava o cabrito. Se comprava um terreno, sacrificava uma pomba. Tudo era motivo para fazer sacrifícios a Deus.

Só que quando Jesus Cristo foi questionado sobre não se alimentar no sábado, um dos sacrifícios, disse claramente: “vocês até hoje não entenderam o que quer dizer na sagrada escritura quando Deus fala ‘Eu não quero que vocês me ofereçam sacrifícios, mas que sejam bondosos’”.

A questão do sacrifício a Deus é uma coisa que precisamos começar a entender. Ele deveria ser feito retirando algo de dentro de você. Veja bem: comprar um boi e sacrificá-lo a Deus demonstra que sacrifício? Nenhum. Quem está se sacrificando é o boi. Se comprar uma pomba e sacrificá-la a Deus, o que está sacrificando? Nada. A pomba é que está se sacrificando.

Para que haja um sacrifício seu é preciso renunciar a alguma coisa sua. Isto é sacrifício a Deus: renunciar a alguma coisa sua em louvor a Deus.

É isso que Paulo fala: a minha vida poderá ser incluída no sacrifício que vocês fazem a Deus. Ou seja, a minha vida, para mim não vale nada, por isso aceito sacrifica-la a Deus.

Saiba de uma coisa: quanto mais enraizado dentro de você for uma verdade, um desejo ou uma paixão que seja sacrificada, maior será o valor do sacrifício. Sacrificar a vida não é se matar, mas sacrificar aquilo que quer. Sacrificar os seus desejos, as suas vontades ou, como ensinou o Krishna, sacrificar as suas intenções.

É isso que o Cristo diz quando afirma que vocês não sabem o que Deus quis dizer na Bíblia quando fala que não quer os seus sacrifícios, mas que sejam bondosos: de nada adianta fazer oração, novena, dezena, de nada adianta pagar penitência, queimarem incenso; o que adianta é serem bondosos. E não há outra forma de ser bondoso, senão sacrificando suas intenções.

Como já foi dito, quando você tem intenção, se serve do próximo para supri-la. Quando se liberta dela, pode servir ao próximo e aí se torna bondoso, como já conversamos.

Portanto, vamos parar de sacrificar a Deus coisas materiais, qualquer coisa, porque nada disso tem valor. A única coisa que vai valorizar o seu sacrifício é tirar de dentro de si o desejo, a pose e a paixão. É o exemplo de Cristo: “Pai, afasta de mim este cálice, mas se não for possível que seja feita a sua vontade”. Ele não tinha a intenção de passar por aquilo, mas a sacrificou em louvor a Deus.

Participante: quando o Senhor fala em sacrifício, é sacrificar o ego?

Não. Você não conseguirá sacrificar o ego.

Eu já falei isso outro dia, mas é sempre bom repetir: você não conseguirá vencer seu ego. Jamais conseguirá derrotá-lo definitivamente. Jamais conseguirá isso. O que realmente pode fazer é debilitar o ego.

Por isso, quando falo em sacrifício, não estou dizendo para sacrificar o ego, mas para debilita-lo. Como se faz isso? Não atendendo às exigências que ele faz. Na frase de Cristo que citamos, a afirmação ‘Pai afasta de mim este cálice’ demonstra uma intenção, por isso é uma ação do ego. Quando ele afirma, mas que seja feita a vossa vontade, demonstra claramente que apesar da intenção ele não impõe que aconteça o que quer. Com isso, sacrificou a intenção a Deus.

Quando Jesus Cristo fala ‘Pai afasta de mim este cálice’, existe uma ação do ego. Só que ele a debilita na hora que fala: ‘seja feita a vossa vontade’. Com isso, não importa o que aconteça, ele não alimenta o ego com prazer ou dor.

Portanto, o sacrifício não é do ego, mas seu e ele se consiste em não ficar preso à intenção que o ego cria. Com isso, será feliz independente da sua intencionalidade ser satisfeita ou não.