Um minutinho da sua atenção

Omissão mental

Participante: apesar de você dizer que não, eu fico sem fazer nada sim. Quantas vezes fico olhando para o nada e pensando na vida.

Pensar o pensamento é fazer alguma coisa.

Estou falando de pessoas que ficam paradas olhando para o nada. Não parados fisicamente, mas mentalmente. Apesar de estarem se mexendo, estão alheios a tudo.

Participante: o que quis dizer é que muitas vezes me passam coisas desapercebidas.

Nada passa despercebido. Tendo passado pela sua percepção, foi percebido; não tendo, não existiu. Apenas o que passa pela percepção é real. Por isso, tudo passa percebido.

Participante: quero dizer que aquilo não representou nada naquele momento. É isso que eu pensei que estava falando. Muitas vezes passo por alguma coisa e não percebo o que tem para fazer.

Não estou falando disso, estou falando de indolência, de omissão mental. Estou falando de ficar sem trabalho mental.

Isso pode acontecer até no momento em que está fazendo um trabalho físico. O ser por estar agindo fisicamente, mas omitindo-se racionalmente em raciocinar sobre qualquer coisa.

Tamas, como qualidade mental, não se relaciona a atos, ou seja, a indolência, omissão, física, mas mental. Omitir-se de pensar em alguma coisa.

Lavar um prato sem pensar em nada, nem no que está fazendo, é tamas; lavar um prato querendo acabar logo para fazer outra coisa ou querendo estar em outro lugar é rajas. Tanto um quanto o outro são provas, são oportunidades do ser exercer o seu livre arbítrio.

Aquele que consegue o reto entendimento é quem lava um prato física e mentalmente de uma forma especial que já vamos falar. Esse está presente ao momento presente e por isso não deixa a razão poluir a percepção.