Hidra

O monstro e a vítima

Participante: Joaquim, você fala em sistema humano de vida. O que você quer dizer exatamente com esse termo?

É difícil definir o termo sistema humano de vida. Poderia di-zer que é trilho pelo qual corre a sua vida. São as normas que você adota para a sua vida.

O sistema humano de vida não é algo genérico, mas especí-fico. São as regras que você impõe à vida. Digo isso porque cada um segue algumas regras da sociedade, mas não segue outras. Cada um faz um código particular de normas para regrar a vida e este código é o que chamo de sistema humano de vida.

Estou falando do tem que ser para ter, tem que ter para ser. São essas obrigações e deveres que digo que é o monstro que está citado na Bíblia, aquele que foi jogado fora e voltou.

Participante: em que passagem isso está?

No Apocalipse.

Lá se fala de um monstro que fica jogado em um poço por mil anos e depois foi solto por mais mil. É dito ainda que no final dos tempos, Cristo o joga definitivamente no fogo do inferno. É esse monstro de milhares de cabeças - e de cabeças diferentes, já que o monstro daquela pessoa é diferente do seu, que é diferente do dele – que é aquele que foi citado no Apocalipse como tendo sido solto e que voltará a ser preso.

Cada um de vocês tem um monstro. Ele é formado por um conjunto de normas que afirma o que tem que ter para ser e o que tem que ser para ter. É este conjunto que os leva a julgarem o mun-do. O que devemos compreender é que não é o mundo que sofre com o seu julgamento, mas você, já que vive uma contrariedade.

É essa a necessidade do trabalho de auxílio ao próximo que venho conversando com vocês. Foi isso que me motivou a dar uma resposta que não foi gravada. Uma pessoa me perguntou: “quando eu estava no espiritismo, se dizia que essa religião ia salvar o mun-do. Agora você diz que esse trabalho vai tão longe que nós nem sabemos onde chegará”. Eu respondi a essa pessoa: não estou falando do Espiritualismo Ecumênico ou de Joaquim; o que vai longe é a mensagem que trazemos.

É essa virada de foco sobre a vivência dos acontecimentos do mundo, que é o nosso trabalho e também o de outros grupos, que vai permear esse início de mundo de regeneração. É o reco-nhecimento de que você é dominado por um monstro de milhares de cabeças que lhe faz exigir do mundo determinadas coisas e que com isso lhe leva a perder a paz, a sofrer, que irá perdurar por todo o mundo de regeneração.