Encarnação - Textos

Não se pode conhecer o que não é percebido

Portanto, cadeira não é cadeira. Também já disse que chamar a cadeira de fluído cósmico universal é estar fora da realidade, pois vocês não sabem o que é isso. A partir destas constatações, pergunto: para o espírito que está ligado ao ego, o que deve ser uma cadeira? Nada.

Lembrem-se do que eu já disse: não é criando uma nova realidade que o espírito promoverá a sua reforma íntima. Isso só acontecerá quando ele se libertar da realidade virtual, da realidade que o ser humano conhece.

Mesmo que o ego crie uma ideia que afirme que tudo é fluído cósmico universal, o espírito também não deve apegar-se a ela. Por quê? Porque esta ideia é fomentada por figuras materiais que são ilusórias.

O ego só é capaz de trabalhar com elementos conhecidos do mundo material. Para tudo que não é conhecido, ele não consegue fazer uma figura, gerar uma forma. Por isso, qualquer ideia que tenham sobre as coisas não perceptíveis jamais será capaz de exprimir a realidade real delas.

Como o fluído cósmico universal existe num mundo onde não há formas, o ego não consegue gerar imagens dele. O máximo que faz é criar ideias, ou seja, comparações com elementos conhecidos. É por isso que vocês chamam o elemento universal de energia.

Fluído cósmico universal não é energia. Aliás, fluído cósmico universal é energia, mas energia não é o que vocês conhecem como energia.

Falo assim porque a energia que vocês conhecem é apenas uma figura, uma representação criada pelo ego para o fluído cósmico universal. É assim que o Espírito da Verdade responde à Kardec quando o Codificador pergunta se o fluído cósmico universal é a energia elétrica que os humanos conhecem.

“27a. Esse fluído será o que designamos pelo nome de eletricidade? Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluído elétrico, magnético, são modificações do fluído universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente” (O Livro dos Espíritos)”

Portanto, a reforma íntima consiste no espírito lutar contra as realidades que o ego que atribuem formas às coisas que são percebidas. Isso porque, depois de criar formas para as coisas, o ego propõe emoções que vão dizer que aquela forma é bonita ou feia, limpa ou suja.

Eu pergunto: se não houver chão, como é que vai haver sujeira? O espírito que luta inicialmente para libertar-se das formas criadas pelo ego mais facilmente repudia as emoções, pois não encontra mais sentido para elas existirem. Já o espírito que continua acreditando nas formas tem mais dificuldade de realizar a reforma do seu interior, pois os objetos que o ego cria são sujeitos ao dualismo.