BEM AVENTURADO - MATEUS - CONVERSA 04

Levar felicidade não é agradar

Aproveitando que estamos falando de amar ao próximo, deixe-me dizer uma coisa.

Espero que do dia de hoje vocês levem uma coisa: ajudar o outro nem sempre é levar felicidade. Isso é uma coisa que precisam compreender porque quando se fala em ajudar o outro, em levar a felicidade, nós pensamos em agradá-lo, satisfazê-lo. Levar felicidade não é agradar. Como foi dito, eu vim trazer a discórdia e não a paz. Por isso, levar a discórdia muitas vezes é levar a felicidade.

Participante: foi o que você fez esses anos todos.

Sim. Exatamente isso!

Eu nunca concordei com vocês. Sempre que falavam uma coisa, mesmo que eu já tivesse dito aquilo, falava diferente. Aí vocês diziam: ‘não tem jeito não acerto nunca’!

Discórdia, sempre levava discórdia. Por quê? Porque se não levar a discórdia, não haverá paz, não haverá felicidade.

Você acabou de me perguntar se precisa apenas a liberdade e eu disse que a liberdade é um caminho, é um dos ingredientes. Mas, para chegar a essa liberdade, é preciso levar a discórdia.

Participante: por que está falando isso agora para gente?

Porque está dentro do tema que falamos. Além disso, quando começarmos a estudar as parábolas, verá que em todas elas só há discórdia com o conhecimento de então. Aliás, Cristo só traz discórdia.

Há uma passagem, que vamos ver, que é sobre o pagamentos de empregados. Ali se diz que o senhor contratou empregados no início do dia pagando um real de salário. No meio do dia contratou mais. Salário? Um real. Quase no final do dia voltou a contratar e também pagou um real pelo trabalho.

Essa história não nos leva à discórdia? Será que quem trabalhou menos merece o mesmo salário de quem trabalhou mais? Quando chegarmos lá vamos entender a mensagem, mas por agora me respondam: não há discórdia nesse texto? Pois é, e foi contado por Cristo.

Por isso digo: não tenham medo de discordar das pessoas na hora de ajuda-las. Não tenham medo de não fazer o que esperam do que vocês façam.

Quantas vezes discordei de você. Discordei do mínimo do mínimo de limpeza que acha importante ser feita? Porque fiz isso? Porque só provocando a discórdia posso lhe ajudar a vencer a si mesmo. Se aceito a ideia de que existe um mínimo do mínimo em matéria de limpeza, hoje não lutaria mais contra esse padrão e continuaria brigando com aqueles que vivem na sua casa.

Estou falando principalmente com você, mas a consciência da necessidade de haver discórdia serve a todos na sua luta diária. Serve, também, para todos que querem ajudar alguém.

Aquele que quer ajudar alguém deve entender que não pode ter medo de discordar do outro. Pelo contrario: entenda que precisa discordar. Precisa entrar na casa da pessoa (mente) e mostrar o que no seu íntimo causa a dor, o problema, invés de ficar passando a mãozinha na cabeça.