Meu maior problema

Eu sou o único sofredor

Participante: esses vivem um inferno.

Sim, vivem no inferno nesta vida.

Tem ainda outros que conseguem conviver com o problema. Eles recebem da vida a ação e o valor de errado, mas isso não se torna para eles um problema. Esses são poucos. A grande maioria vive no inferno.

Com relação à convivência com o valor de problema, quero acrescentar mais uma coisa: não se consegue ver quem vive desse ou daquele jeito. Há pessoas que podem viver com um sorriso no rosto, mas no seu íntimo estão vivendo o inferno. Por isso, não imagine que as pessoas não estão sofrendo.

É muito comum a vida lhe apresentar que você é um sofredor, um abandonado por Deus, uma vítima eterna. Imaginam-se os únicos sofredores deste mundo. Acham isso porque veem as pessoas com um sorriso nos outros. O que essas pessoas não veem é o mundo interno de cada um.

Internamente a pessoa pode estar vivendo um inferno astral, mas externamente não transparece isso. Viver desse modo não depende de ninguém, mas da vida. É ela que gera a aflição interna e que cria a postura externa. Portanto, não é mérito ou demérito, mas apenas criação da própria vida.

Isso é importante de se ter consciência. Porque? Para lhe ajudar a escapar do valor da sua dor.

A vida lhe dá a dor e ela lhe faz observar a postura externa dos outros. Além disso, lhe passa uma nova ideia: a de que todos são felizes, só você que não. Cuidado: você está prestes a cair num sofrimento maior. Quem se relaciona com a apresentação da vida desta forma, sofre com o seu problema, mas sofre muito mais por conta desta ideia que ela cria.

Você não é o único sofredor; todos sofrem. Por mais que uma pessoa não transpareça a sua dor, pode ter certeza que ela existe no mundo interno. Por isso, não imagine que apenas você está sofrendo.

Todos têm problemas, todos têm o seu inferno astral: isso não é privilégio seu. Tenha essa consciência para poder amenizar um pouco a sua dor.

Participante: nós somos nossos próprios algozes ...

Você está certo: é o seu próprio algoz. É isso?

Participante: sim ...

Não. A vida se apresenta como seu algoz. Achando que é, irá querer deixar de ser.

Tudo deve ser compreendido como a vida se apresentando. A sua única função é assistir ao que lhe é apresentado, sem se envolver com o que está acontecendo.

Portanto, assistir a vida se apresentando como seu algoz é vê-la fazer isso e não se sentir o seu próprio algoz.