O novo acordo - Carta aos Coríntios 2

Dar com generosidade

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Irmãos, queremos que vocês saibam o que a graça de Deus tem feito nas igrejas na região da Macedônia. Os irmãos dali tem sido muito provados pelas dificuldades. Mas a alegria deles foi tanta, que, embora sendo muito pobres, deram as suas ofertas com grande generosidade. (Capítulo 08 – versículo 01 a 02)

Vamos falar sobre o tema deste trecho porque ele é fundamental no ensino à elevação espiritual. O que é dar com generosidade? Dar todo mundo sabe, é tirar de si e dar ao outro, transferir de você para outro, mas o que será dar com generosidade?

Dar com generosidade é dar sem sentir a falta, sem acusar perda. Dar, é servir ao outro, mas dar com generosidade só existe quando você não se vangloria e não sofre pelo que fez.

As pessoas que estão me ouvindo agora não sabem, mas tem três pessoas aqui: um incorporado, um lendo e outro tomando conta do computador. Por causa destas funções, eles não estão conseguindo prestar atenção no que estou dizendo. Eles estão se doando para que os outros possam usufruir desse estudo. Mas, mais do que isso: eles estão se doando com generosidade, uma vez que não estão reclamando de não poderem prestar atenção, não estão pedindo para mudar a situação. Eles se resignam a esperar para ouvir depois a gravação. Isso é dar com generosidade.

Agora, se eles fizessem sua parte brigando com Deus e o mundo porque estão perdendo a oportunidade de ouvir esse estudo agora, não teria valor o ato de dar deles. Não é só dar: de nada adianta para a elevação espiritual aquele que se vangloria ao dar; também de nada adianta aquele que acusa a falta do que está dando. Isso não tem valor para a elevação espiritual.

A doação precisa ser carregada de generosidade, ou seja, precisa ser complementada com o não sofrimento por dar. Este não sofrimento por dar acontece quando há a ausência do sentimento de perda. Isso é generosidade; isso é servir ao próximo.

Se eu dou para o outro e sinto a perda ou me vanglorio do que fiz, estou me servindo do outro e não servindo a ele. Ficou claro isso?

Estou perguntando se ficou claro porque isso é um ponto fundamental para a elevação espiritual. Muitos dizem que fora da caridade não há salvação, mas fazem a caridade com sentimento de perda ou com vangloriando-se. Neste caso, o dar não adiantou nada. Claro que vai servir ao outro, mas para quem praticou a doação não serve em nada. Para a elevação espiritual dele não terá valor esse ato.

Afirmo a vocês que fizeram tudo o que podiam e até mais ainda. E, com toda boa vontade, pediram que os deixássemos participar na ajuda para o povo de Deus na Judéia e eles insistiram nisso. E fizeram muito mais do que esperávamos. Primeiro, eles se deram a si mesmos ao Senhor e depois, pela vontade de Deus, a nós também. De modo que pedimos a Tito, que começou esse trabalho, que continuasse e ajudasse vocês a completar esse serviço especial de amor. Em tudo vocês mostram que têm mais do que os outros: na fé, na palavra, no conhecimento, na vontade que têm de ajudar os outros e no amor por nós. E nesse serviço de amor queremos também que façam mais do que os outros.

Não estou querendo mandar em vocês. Quero apenas que conheçam o entusiasmo dos outros para que vejam se o amor de vocês é verdadeiro. Porque vocês já conhecem o grande amor do nosso Senhor Jesus Cristo: ele era rico, mas se tornou pobre por causa de vocês a fim de que vocês se tornassem ricos por meio da pobreza dele.

Essa é a minha opinião sobre o assunto: é melhor para vocês que terminem agora o que começaram no ano passado. No princípio vocês foram os primeiros não só a ajudar, mas também a querer ajudar. Portanto, continuem e completem o trabalho. Façam isso com o mesmo entusiasmo que tiveram no princípio, dando de acordo com o que têm. Porque se alguém quer dar, Deus aceita a oferta conforme o que a pessoa tem. Deus não pede o que a pessoa não tem. (Capítulo 08 – versículo 03 a 12)

Esse é outro ponto muito importante.

Fora da caridade não há salvação, mas a caridade não pode lhe afetar. Você, para servir ao próximo e realizar seu trabalho da elevação espiritual, não pode dispor de mais do que tem. Isso seria ilegal e Deus jamais pediria isso. Portanto, ajudar ao próximo é fazê-lo dentro da justa medida que você pode.

Agora, é claro que temos que reavaliar as nossas necessidades. Alguns, por exemplo, podem dizer que precisam dos quatro televisores que têm em casa, mas isso não é justo. Você só precisa de uma porque só pode ver uma de cada vez.

É isso que Paulo está nos ensinando: você precisa julgar-se, ver o que é o seu mínimo e não tirar além disso; mas, também não deve aumentar o mínimo, pois Deus não pede nada que você não possa dar.

Mas, já que o assunto o assunto é doação, a partir do que vimos, podemos estudar dois pontos.

Primeiro: Deus não pede nada do que você possa dar. Isso vale para as coisas da sua vida material, mas também para o trabalho espiritual. Deus não pede nada que você não possa dar de esforço para o trabalho espiritual.

Sendo assim, toda situação que Deus coloca na sua vida, toda a exposição ao sofrimento, como conversamos agora a pouco, só ocorre dentro daquilo que Ele sabe que você pode vencer. Jamais Ele lhe pedirá o que você não tem, ou seja, jamais vai lhe expor a uma situação onde Ele tenha certeza que você não tem capacidade de suplantar o sofrimento. Deus só vai lhe expor àquela situação que Ele sabe que você tem capacidade de reverter o sofrimento.

É isso que precisamos compreender. É a história que diz que Deus não dá a cruz maior do que você pode carregar.

Só que quando vem o sofrimento, você não reúne as suas forças para vencer. Ao contrário, diz que Deus se excedeu, que você não tem capacidade para vencer aquela prova. Isso não existe; isso não é verídico; isso é inverdade. Se isso acontecesse, teria havido uma injustiça e, nesse caso, Ele não seria mais Deus...

Segundo: a caridade não pode ser estipulada. Para fazer caridade você não precisa dar comida para duzentos mendigos. Se puder dar para um ou para dois, dê; se não puder dar para nenhum não dê. O que não pode ser feito é estipular valores para caridade.

Quando você ou qualquer um estipula o que precisa ser dado para que aquele ato seja considerado caridoso, está sendo feito o que Deus não faz: colocar um fardo pesado demais nas costas de quem não pode carregar.

Não estou querendo aliviar os outros e pôr o peso sobre vocês. Desde que vocês têm bastante agora, é justo que ajudem os que estão necessitados. Então, quando vocês precisarem, e eles tiverem bastantes, aí eles poderão ajudá-los. Assim são tratados igualmente. Como dizem as Escrituras Sagradas: 'Ao que muito pegou, nada sobrou; ao que pegou pouco, nada faltou'. (Capítulo 08 – versículo 13 a 15)