Encarnação - Textos

Conhecer a personalidade humana

Vamos agora falar do segundo aspecto das ferramentas da reforma íntima. Aliás, este é um aspecto que em qualquer coisa da vida não vem ao mundo das ideias humanas.

Quando se propõe qualquer coisa ao ser humano, qual a primeira coisa que ele faz? Vai e faz. Ele não se prepara para fazer; sai fazendo.

Ele vai ao centro espírita e dizem: você tem que fazer reforma intima. Rapidamente sai correndo para fazer reforma intima. Mas, quando isso acontece, nada se faz, porque não houve uma preparação para fazer. Você precisa se preparar para promoção da reforma intima...

A primeira preparação necessária quando se fala em reformar-se, ou seja, mudar-se, é saber que a personalidade humana é uma coisa e você é outra. Não é isso? Reformar-se não é isso: ser uma coisa e deixar de sê-la?

Para iniciar esta preparação, pergunto: o que é a personalidade humana, você, que um espírito vivencia hoje?

Como é que o espírito vai deixar de ser a personalidade humana se não sabe quem ela é hoje? Como é que se parte para fazer uma reforma intima se não se sabe o que tem que se mudar em si mesmo?

Falo assim porque, mesmo que não veja isso, a personalidade humana sempre se considera certa em tudo. Mesmo que ela esteja errada, o ego cria um novo certo para que ela, então esteja certa.

Com a personalidade humana considerando-se certa e o espírito acreditando que isso é real, durante a reforma íntima não buscará libertar-se das realidades criadas pela personalidade transitória. Só o que a personalidade humana, você o ser humano, considerar errado é o que espírito aceitará libertar-se.

Mas, como dissemos, o espírito não deve libertar-se apenas do errado, mas também do certo criado pelo ego. Ele tem que libertar-se de todas as ideias que a personalidade temporária cria e não apenas daquilo que a personalidade humana diz que é errado: isso é reforma íntima...

Este é o segundo detalhe na preparação para a reforma íntima: o espírito precisa saber onde está agora a personalidade humana que vivencia na sua aventura. Ele precisa saber quem é esta consciência à qual está ligado para aí, então, pensar em libertar-se dela. Ou seja, saber o que mudar e para onde.

Este é o segundo detalhe que precisamos conhecer antes de falarmos da espada crística: reconhecer-se. Reconhecer o que na realidade é a personalidade transitória à qual está ligado.

Muitos querem fazer a reforma intima, mas não sabem quem é esta personalidade. Como libertar-se de alguma coisa se você ainda se considera certo? Como é que o espírito vai se libertar de alguma coisa se ele não sabe do que tem que se libertar?

Por isso, antes falarmos dos instrumentos da reforma intima vamos reconhecer qual é a situação atual de qualquer ser humano. Só depois de sabermos isso poderemos entender do que termos que nos libertar quando acabar a reforma intima. Apenas quando tivermos esta consciência poderemos, então, aprender a usar esses instrumentos.

Portanto, esses são os dois aspectos dos instrumentos que vamos falar hoje. A cada instrumento precisaremos falar o que é hoje o ser humano, como ele vive hoje e como deveria ser a existência dentro do universalismo.

Entretanto, ao abordarmos estes aspectos, não estaremos criticando o ego, o ser humano. Lembrem-se do que disse antes: o ego é minuciosamente preparado dentro das necessidades da aventura do espírito. Ou seja, quando demonstrarmos como são as realidades criadas pelo ser humano estaremos tendo sempre em mente que elas precisam ser assim para que o espírito possa, então, realizar a sua provação.