Volume 02

Como ajudar o próximo

• Você hoje diz que busca a felicidade, mas você busca é o prazer, que é a satisfação de ver um desejo realizado, ou seja, é o resultado da vida com o que você quer. As pessoas são presas, apegadas na busca do prazer.

• Satisfazer as vontades do próximo, não leva à felicidade, leva ao prazer.

• Ajudar as pessoas, tem que ser ajudá-las a não depender dos seus desejos, para serem felizes; em vez de dar o peixe, dar a vara.

• Quem quer ajudar o outro, não pode se preocupar em ser simpático, porque se você for simpático, você vai atender os desejos dele. Não se deve ter o medo de se tornar antipático. Você tem que trazer a pessoa para a realidade, já que ela se encontra em outro mundo. É ensinar a passar pelo sofrimento, sem sofrer; é agir com firmeza, não grosseria.

• Você para ajudar o outro, não pode se prender à pessoa, mas ao problema dela, ou seja, ajudar o problema dela, não ela. É o olhar além da pessoa.

• Felicidade, é o estado interior seu, onde você vive em paz e harmonia com o exterior.

• O “eu”, é um conjunto de verdades, que determina uma personalidade ou identidade, ou seja, aquilo que você se considera ser (uma mulher, que tem que ser de determinado modo, etc.). Você é um somatório de verdades relativas ou paixões, que você é apaixonado por elas.

• A vida que você vive, é uma desarmonia das verdades com o mundo, e a vida nova, é uma vida onde as verdades estão harmonizadas com o mundo.

• O desejo, é a expressão da desarmonia entre a verdade e o mundo, porque ele exige do mundo que ele se submeta às verdades (“se você gosta do amarelo, você vai querer que o mundo seja amarelo, mas como o mundo é multicolor, você está desarmonizado com o mundo”). As verdades levam a um desejo (“você gosta do amarelo (é uma verdade), você querer o mundo amarelo (é um desejo)). Deve-se procurar destruir o desejo, porque a verdade você não vai mudar (vai continuar gostando de amarelo), mas vai se harmonizar com o mundo (por ex., verde).

• O desejo é a fonte geradora da desarmonia, porque ele é o que exige que o mundo esteja de acordo com a verdade.

• Não existem duas verdades que batem no mesmo ponto.

• Verdade relativa é uma verdade que só é verdadeira pra você em um determinado tempo, porque ela vai ser mudada.

• Verdade absoluta é aquela que é universal e eterna, ou seja, aquela que vale para todos e tudo e nunca vai ser mudada.

• Não há ninguém que faça mal ao outro, a não ser que você tenha uma verdade que diga que ele fez mal a você.

• As brigas ocorrem porque uns querem impor suas verdades aos outros, não respeitando o direito deles terem suas verdades.

• O mundo externo são consciências, é algo que você torna consciente, ou seja, não existe mundo externo, o que existe são ideias, consciências, que o conjunto de verdades cria. Não há um mundo externo pra ser visto, ouvido, etc., o mundo externo é uma criação interna, ou seja, não há o outro, há um outro dentro de si (na mente), então, o mundo externo é o que você diz que é, aquilo que pra você existe fora de você, é o que você criou dentro de você, que você acredita que é.

• O mundo externo é um subproduto das verdades, porque é uma consciência criada a partir de verdades, por isso, o mundo externo é uma ilusão, não que não exista, existe, mas como consciência, não como realidade, não como absoluto, mas como relativo, cada um cria a sua (não existe a reunião, existe uma consciência que está em uma reunião).

• A consciência é uma imagem. Estar consciente é saber, porque você viu, ouviu, provou, sentiu. O

• que você vê, não é consciente pra você. Percepção não é realidade, é consciência gerada a partir das suas próprias verdades.

• A única coisa que você tem que aprender: que não há nada a ser aprendido.

• Cada um vai pra onde vai, achando que está indo pra onde quer.

• Uma pessoa só existe, quando alguém o cria dentro dele.

• A responsabilidade de ser feliz é só de vocês, não dos outros.

• Apesar dos apelos das percepções, nada está sendo tocado, visto, ouvido, cheirado, provado sabor. Quando vier a ideia “a cadeira é dura” você diz, “não tem cadeira”; a dureza e a própria cadeira são consciências, então, é sentar e pronto, é entrar em harmonia com aquilo; se você aceita que a cadeira é ruim, você falará mal de quem arrumou aquela cadeira ruim.

• Todos são iguais no direito de serem diferentes.

• Cada um tem um conjunto de verdades que devem ser respeitadas, cada um está no seu próprio caminho.

• Para ajudar o próximo, você deve trabalhar as verdades dele, não a sua, ou seja, adequar o que você fala, de acordo com as verdades (o conhecimento, as verdades religiosas, etc.) de cada pessoa; é usar a verdade dele contra a verdade dele; é não ser superior, mas amigo.

• Não há mais o que você ter dúvida, qualquer coisa que você quiser saber, saiba que é simplesmente uma consciência de querer saber, baseado numa verdade; não se identifique com isso.

• Identificar-se com uma determinada situação, é sofrer essa situação (identificar-se com o cansaço após o trabalho, é ficar cansado, não identificar-se com o cansaço, é não ficar cansado após o trabalho; estar doente é você identificar-se com a doença e sofrer com ela, não se deve identificar-se com o estar doente).

• A sua vida nada mais é do que o processo de identificação com consciências criadas a partir de suas próprias verdades.

• Quando vier um sofrimento, um momento ruim na sua vida, se lembre de um momento feliz da sua vida.

• O orgulho é a força que pode lhe mover pra frente, é ter a consciência do que você já andou, com isso, você pode ter a consciência de que você pode ajudar os outros. Se você não tiver consciência do que já caminhou, você vai achar que nunca está pronto pra ajudar ninguém, e aí, nunca vai fazer nada. Se você for esperar saber tudo pra ajudar alguém, você nunca vai ajudar, porque nunca ninguém vai dizer “eu estou pronto”, porque na hora que disser “eu estou pronto”, não está. É importante você entender que você pode ajudar o próximo, seja ele quem for. É preciso você ter brio, você se autovalorizar, não se superestimar, mas dar a você o seu valor, “eu já fiz alguma coisa”.

• Não aceite as ideias ou consciências da verdade que lhe acusa (de ser errado, de não fazer, etc.), a pior coisa que existe, é a omissão, e pior coisa ainda, é a omissão por você sentir-se incapaz, porque quando você se sente incapaz, você deixou de amar a você mesmo, porque se você se ama, ama, inclusive, a sua incapacidade.

• Não existe vida, existe prova.

• Não existe uma vida nova, o que pode existir, é uma nova forma de viver a vida.

• CRISTO DISSE: “EU VENCI O MUNDO.”, ou seja, a não identificação com o mundo material, com o humano que você hoje é.

• O que rege o Universo é a lei do merecimento.

• O que deve transmitir para os outros, é que eles não são pessoas, não são gente, seres humanos ou Espíritos, são apenas um conjunto de verdades que diz quem ele é, aí vocês começam a entender as pessoas. Por que que tal pessoa age de tal jeito? Porque ela tem uma verdade que diz pra ela agir daquele jeito, e como eu não tenho mais o desejo que a minha verdade se imponha, eu harmonizo com a verdade dela; ela quer assim desse jeito, que seja.

• Não é adquirir coisas novas, é perder tudo que você sabe até hoje, perder não no sentido de não saber, mas no sentido que é só relativo.

• O ver é uma consciência, não o ato de ver, mas o que é visto. A consciência é quando é gerado uma imagem. A imagem (na mente) se forma pela força das verdades.

• O mundo interno é apenas criação sua.

• Só existe verdade que gera consciência.

• Consciência é uma imagem, imagem no sentido de forma, sabor, cheiro, som e percepções sensitivas, isso forma uma consciência, que vai de novo ser avaliada por um conjunto de verdades, e essa verdade vai, então, criar uma história (um enredo) para aquela imagem.

• Não há nada a ser aprendido, é a única coisa que você tem que aprender.

• Você é fruto de você mesmo, nada nem ninguém pode lhe ferir, magoar, ofender, machucar, só você mesmo.

• BUDA DISSE: “VOCÊ É A HERANÇA DE VOCÊ MESMO.”. Você é a herança da forma como você vive, se você vive um mundo como atos externos e não como consciência que você cria, impossível você se harmonizar com o mundo, porque não há mundo lá fora.

• Só você pode fazer você feliz, e só você pode ser feliz, quando descobrir que só depende de você, de mais ninguém ou alguma coisa.

• Saber é o ver, ouvir, etc., criou uma consciência; estar consciente é saber, porque você ouviu, etc..

• Quando você vê, ouve, etc., são consciências geradas pelas suas verdades, que são diferentes dos outros, você pode ver uma coisa que o outro não vê; o mundo interno é apenas criação sua, você só vê aquilo que foi criado uma consciência.

• Uma coisa, um acontecimento, só existe quando é criado dentro de si.

• Para quem busca a felicidade (estado de Espírito de paz), tem que ter consciência de saber que tudo é consciência. Qualquer coisa que você viva como algo real, como realidade, ou seja, sujeita a ação de alguma coisa externa, estará preso ao prazer ou a dor, porque a felicidade é uma decorrência da perfeita sabedoria, saber que tudo são verdades que geram consciências que passam de novo pela verdade; essa é a grande sabedoria que se pode adquirir; e quando não é essa a sua visão do mundo, ou seja, que a sua visão do mundo é que exista uma realidade, algo acontecendo que não dependa de você, impossível ser feliz.

• A felicidade está dentro de cada um, porém, precisa ser localizada, ela não vai brotar de jeito nenhum, a não ser que você perfure o solo das verdades. Felicidade é o resultado de um trabalho: não trabalhar; um trabalho para criar ou viver a consciência de que tudo é consciência, fruto de verdades.

• O mundo é apenas o que você cria.

• A infelicidade é uma verdade que é jogada sobre uma consciência; você decretou que você vai ser infeliz.

• Pra ser feliz, é preciso ser feliz.

• Sem você compreender que não há realidade, não há história, que não há vida, mas tudo isso está sendo criado pra você, por você, em você, e que só você pode mudar tudo aquilo, ou melhor, pode trabalhar aquilo de uma forma diferente, viver uma vida de uma forma diferente, você nada vai fazer.

• A felicidade aparece quando você respeita você mesmo, ou seja, saber que aquilo é apenas verdade sua; é quando você toma consciência plena de que tudo que você tem só serve pra você.

• Você não respeita os outros, porque você não respeita você mesmo; respeitar as diferenças, pois cada um é diferente do outro, porque quando você quer mudar o próximo, você não está respeitando nem a diferença dele e nem a sua, você está querendo transformar em um igual.

• O próximo mais próximo é o seu inimigo, e o seu inimigo, é aquele que não satisfaz os seus desejos, porque ele tem um conjunto de verdades diferentes, então, todos são seus inimigos. E o que é socorrer o inimigo? É dar a ele o direito de ter as verdades dele.

• Qual é o primeiro passo para você se desidentificar? É saber que aquilo que você está vivendo, é fruto de uma identificação; é entender que aquilo que você está ouvindo, vendo, etc., as percepções, não é real, só se torna real, porque há uma identificação com aquilo; quando uma pessoa acha que está em um lugar, é porque ela se identificou em sair de casa, em entrar no ônibus, com o trajeto, quando tudo isso é só consciência, por isso, você acha que houve uma locomoção de um lugar para o outro, porque você viveu identificado às consciências que foram criadas. O trabalho não é de se desidentificar, é de ter a consciência que está desidentificado, ou seja, que você não é, não está, não faz; se você achar que você está fazendo, que você é, que você está, é uma identificação; quando você cria uma consciência de que não é, mas está, ou seja, está identificado achar que é aquilo, você consegue se livrar, mas enquanto você achar que é, não está, como é que você vai mudar? “Se a cadeira é uma ilusão, onde vou colocar a bunda?”. Você ainda está identificado com a existência de um corpo, pra sentar tem que ter uma cadeira, e se não tiver a cadeira? Sofre (“eu estou cansado, etc.”).

• Quando você diz “eu não compreendo”, você criou uma identificação com uma verdade, não é você que não compreende, existe uma verdade que você não compreende e você se identifica com ela, acha que você não compreende. Quem disse que você não compreende? Só porque não tem um pensamento explicando o que é?

• A felicidade nasce, ou seja, o objetivo final é se despersonalizar, porque a personalidade é um conjunto de verdades, e não é mudar a verdade, é ter a verdade, sabendo que apenas existe a verdade, que ela não é verdadeira. O ensinamento, então, é abandonar todas as verdades.

• A única coisa que você pode ser, é não ser nada, não um nada, porque aí é alguma coisa, é nada, ou seja, vazio, algo que não tem nada, ausência; o nada é cheio de muitas coisas, que não são conscientes a você, e que você não pode ter consciência, porque não tem verdades compatíveis com aquilo; se não tem verdades, não tem criação de consciências.

• A identificação com qualquer coisa, vira uma verdade (você só é homem porque está identificado em ser, aí você se transforma em).

• O mundo é um conjunto de verdades que geram uma consciência.

• Todo mundo que está identificado com uma verdade, está morto, porque o vivo é aquele que vive a vida; vocês não vivem a vida, vivem consciências.

• O Espírito não sabe quem ele é, porque ele acha que é você, o ser humano, porque ele está identificado com você, enquanto você é somente a encarnação, você não é ninguém.

• Você é apenas uma vida, que vai acabar; você não é um ser humano que vai viver, você é uma vida que está sendo vivida, como já ouve outras vidas, que foram vividas e acabaram, sumiram; aí, você dá valores aos valores dessa vida, como já deu valores às outras vidas e acabou, então, isso te ajuda em muito a você se desidentificar. Eu vou me identificar com uma coisa que vai acabar? Pra quê? Ele que se dane.

• Tudo que é ser, estar e fazer, é identificação.

• Você não pode ter a consciência de que está ajudando o próximo, se você tiver a consciência de que está ajudando, não está ajudando; tem que simplesmente acontecer, não você fazer.

• Da sua declaração de completa incompetência de ser, estar e fazer, vai nascer a sua competência pra ser, estar e fazer; se você não se declarar incompetente, porque hoje você acha que a competência é sua, no “eu”, conjunto de verdades, se você não declarar essa incompetência desse conjunto de verdades ser, você jamais vai ser, será sempre o que o conjunto de verdades for.

• Ajudar o próximo, é ajudar as pessoas a compreenderem a sua identificação, estando ao lado dele, não acima dele, e aí, você ajuda a qualquer um.

• O ato de falar é uma consciência que será criada, não depende de você, não se preocupe em falar, se preocupe em estar pronto.

• Você só vai ajudar o outro, na hora que você se ajudar; a palavra vai sair.

• Não existe umbral, inferno, existe consciência criada.

• Na verdade, você não quer saber de nada. O que é o querer saber? É uma identificação com uma consciência, “eu acho que quero saber, mas você não quer”, “eu acho que eu quero ir embora, não, eu não quero, não sei se eu quero”; o achar que eu quero comer, eu estarei identificado com isso, aí, eu vou sentir fome.

• Saiba que não importa onde você esteja, tudo que você estiver vivendo, é sempre o resultado de uma caminhada; ninguém chega a lugar nenhum de graça, ninguém é levado a lugar nenhum, você sempre chega a algum lugar como resultado da sua caminhada; valorize a sua caminhada, seja qual for; esteja onde você estiver, você já mereceu estar ali, e pare de se acusar, e se você sabe até o c, ajude até o b; se enalteça, não para os outros, mas pra você mesmo.

• Você só vence a razão (material) pela razão (espiritual).

• Sentimento de dó, de pena pelos outros, é menosprezo, você é um pobre coitado e eu sou seu rico salvador (vaidade, etc.). Você não vai ajudar alguém que precise de dinheiro, você pode ajudar alguém que lhe pede dinheiro, aí, não foi você que ajudou, foi ele que pediu; observar uma pessoa sem dinheiro, é uma coisa, achar que observar uma pessoa sem dinheiro é achar que ela precise de dinheiro, é outra coisa.

• Quando você acha, já julgou, e você já colocou a sua intencionalidade humana na coisa.