4ª conversa - Expectativas, Apego e Amor

Apegos - Apegos diversos

Participante: você disse que isso acontece com objetos. Então, seria preciso esperar que um computador lhe agrade em jogos de diversão ou um livro na leitura?

Certamente vocês esperavam que o nosso computador funcionasse ontem para que a palestra acontecesse. Ele não funcionou. Como esperavam isso, sofreram. Sofreram por causa do computador que não funcionou e sofreram por que não ouviram.

Este sofrimento que sentiram é sinal de que estão apegados à internet, a Joaquim, ao dia específico da palestra e ela mesmo. Quem não tem este apego, não sofre. Ele vive o que tem para viver. Se hoje o computador do Joaquim não funcionou, esse vai ler um livro, vai ver televisão, conversar com pessoas, sem sofrimentos, sem lamentar o que aconteceu.

Você me falou sobre precisar de um computador para jogar. Viver isso como realidade é um perigo. Certamente sofrerá se não tiver onde jogar. Agora, esse sofrimento vai valer de alguma coisa? Tenho certeza que não.

Se você tem computador e quer jogar, mas ele está quebrado, pode leva-lo para consertar. Se não tem, pode sair e comprar um. Estas coisas podem lhe fazer feliz, ou seja, jogar, mas sofrer não vai resolver nada.

Agora digamos que queira jogar e não tem dinheiro nem para comprar nem para consertar o computador. O que fazer para não sofrer? A única saída é a sua situação de não poder jogar. Isso pode lhe fazer feliz, mas atacar a si ou a outro por não ter o dinheiro não vai resolver nada.

É por isso que eu digo que só o amar a si dentro do que é pode lhe ajudar a manter a paz.

Participante: existem dois lados que são muito recorrentes dentro de mim: o que é apegado constantemente por determinadas pessoas e outro que não está nem aí. Qual deles sou eu realmente?

 Aquele que você disser que é, aquele que aceitar como sendo você.

Na verdade, você é os dois. Quando aceita a dependência, a necessidade e o apego a outro como parte sua, torna-se um apegado. Quando não aceita, não é essa pessoa, mas outra.

É você que escolhe quem quer ser. Ninguém pode fazer essa escolha por você. A decisão está no seu íntimo e só você pode escolher.

Agora, para poder escolher melhor aquilo que quer ser, é preciso que saiba o que cada um desses eus lhe traz. Não aceitando o apegado, terá paz e felicidade; aceitando-o, viverá dependente. Quando esta última condição existir, vai sofrer e perder a paz.

Agora que sabe o resultado da escolha, fique à vontade para decidir quem é você.

Participante: você diz para amarmos a nós mesmos, mas mãe, namorado e amigo são figuras muito forte dentro de nós. Ainda achamos que estar apegado a estas figuras é importante. Pode falar sobre isso?

Estas figuras são fortes porque você ainda acha que é humano.

Nesta conversa falamos recentemente sobre a natureza humana. Você acredita em espírito, em reencarnação? Acho que sim. Por isso, mês responda é que acredita em mãe, amigo ou namorado? As duas crianças são antagônicas ...

Se acredita em reencarnação, sabe que os mesmos espíritos podem viver papéis diferentes a cada vida. Sendo assim, a sua mãe de hoje pode ter sido sua esposa em outra vida, o seu amigo, um inimigo. Só este conhecimento deveria lhe mostrar que não deve dar tanto valor a estas figuras. Mesmo assim, continua dando. Porque?

 O problema não é que o apelo pelo apego por seres que estão vivendo esses papéis seja forte dentro de você, mas sim que o seu lado espiritual é fraco. Digo isso porque quem acredita encarnação mas ainda acredita na força das relações familiares Tem o seu lado espiritual mais fraco que o humano. Trata-se de uma criança espiritual. Falo assim porque trata-se de alguém não coloca em prática aquilo que ele mesmo diz que acredita.

 Volto, então, a dizer o que acabei de falar: o problema não é o ensinamento, mas quem vai utiliza-lo. O problema é saber até que ponto você está disposto a abrir mão da sua natureza humana, até onde está disposto a enfrentar o mundo para vencê-lo e com isso conseguir sua paz, sua felicidade e sua elevação espiritual.

Essas são perguntas que deixo pra todos que se dizem espiritualistas. Não adianta sonhar em colocar em prática o que eu ou qualquer mentor ensina, ou mesmos o que os mestres ensinaram, se você não responder a si mesmo estas questões.

Participante: numa relação conjugal onde cada um dos cônjuges possui uma visão diferente da vida, por exemplo um espiritualista e outros ético materialista, como manter a paz? Como conviver em paz numa relação entre pessoas tão antagônicas que não conseguem se separar?

Precisamos antes de qualquer coisa o apego nesta situação para poder aprender a conviver com ele. Neste caso, continuar vivendo mesmo estando mal mostra que um depende do outro. Mostra que mesmo sofrendo, um ainda imagina que depende do outro. Eis o seu apego.

Agora, como viver bem quando os dois são antagônicos? Deve-se colocar em prática um ensinamento que chamamos de a razão

Me diga uma coisa: se você é espiritualista, para que precisa ficar discutindo espiritualidade com quem não acredita nela? Só para mostrar que é melhor, que sabe mais? Para que precisa ficar impingindo aos outros a sua verdade?

O problema não está na convivência de um espiritualista com um cético, mas sim em um querer ganhar do outro. Está na ideia de quem deve doutrinar o outro para que pense igual a ele.

Na verdade, o seu casamento apresenta problemas porque você não está disposto a ter paz. O que quer é dominar, conquistar o outro, fazendo-o aceitar sua verdade.

O que você falou e está vivendo é uma grande prova de que a vida está escrita. Ninguém consegue se separar do cônjuge na hora que quer, por mais motivos que tenha para isso. Só se separa na hora que tiver que separar. Por isso, separação não pode resolver seu problema. Além do mais, não adianta separar, porque por conta desse apego a dependência continua e por isso ainda irão discutir sobre algum assunto, mesmo não morando mais juntos.

Vou repetir porque acho que ainda não entendeu seu apego: você precisa desta mulher que pensa diferente de você porque está apegado em ter que vencer alguém, tem que ganhar de alguém, tem que dominar uma pessoa para mudar na verdade. Seu apego não é ela, mas sim ao que imagina que sabe e à necessidade de ensinar os outros.

Me desculpe pela resposta, mas não passo mão na de ninguém. Não estou aqui para florear, nem para falar coisas bonitas. O que o que eu preciso fazer é mostrar o carnegão da infecção que vocês têm

Participante: essa questão de querer ser independente não passa de uma postura de orgulho?

Sim pode ser feito com orgulho. Eu diria melhor, com soberba.

Ter orgulho é a coisa mais importante do mundo. O orgulho é aquilo que lhe empurra para cima. Ele existe quando você diz para si mesmo: ‘eu fiz e posso fazer mais’. A soberba existe quando se diz: ‘eu fiz e por isso sou melhor do que você que não fez’.

Por causa disso. O que estamos falando é para fazer com orgulho. Agora, se faz com soberba, faz para ganhar do outro não fez nada. Se tivesse falado em soberba, aí eu lhe daria razão.

Fazer com qualquer coisa no sentido da elevação espiritual com soberba não adianta nada, não leva a lugar nenhum. É preciso fazer não para ser melhor do que os outros mas, para estar melhor, para viver melhor.

 Participante: como amar a nós mesmos sem nos tornarmos egoístas?

Amar a si mesmo é amar aquilo que é, o que vive e o que tem. Isso jamais lhe fará egoísta. O que pode fazer é esperar que o que tem, é e faz lhe traga algum lucro individual.

Cito como exemplo o caso que conversamos, onde me foi perguntado como abandonar tudo sem saber o que vai acontecer. Por trás desta pergunta há um egoísmo. Quem me fez esta pergunta ainda possui a necessidade de saber o que vai acontecer para julgar, verificar e analisar se conseguirá algo melhor para si do que se não fizer.

O que digo é que devem amar a si e ao que tem e é com um amor incondicional, um amor sem esperar nada em troca. Vou lhe dizer uma coisa: o grande problema é que as pessoas ouvem o que eu falo e querem colocar em prática os ensinamentos esperando ganhar alguma coisa. Por isso não conseguem nada

Participante: mas são tantos condicionamentos ... Desde a infância fazemos tudo para agradar os outros, para que eles nos ame ...

É claro que é assim. Até agora vocês foram guiados pela humanidade. Não se lamente por isso, apenas comece a combater agora.

Eu sei que você vai dizer que são muitos condicionamentos, mas combata um de cada vez. Vá destruindo cada condicionamento por vez. Se quiser atacar todos de hoje para amanhã, virar santo, não fará nada e assim não terá paz.

Participante: você falou que devemos colocar a maquiagem que goste, a roupa que ache melhor, mas isso não são atos. Como fica isso se não somos nós que decidimos as ações? Essas frases sempre me confundem ...

Botar a roupa é ato, mas só que há outra coisa envolvida neste momento, a intencionalidade que é emoção, sentimento.

Quando falo sobre o que disse, não estou me referindo a colocar uma determinada roupa ou se irá sair pelado no meio da rua. Estou falando que já que todos se vestem exteriormente, internamente você precisa estar satisfeito com o que está vestindo. Estou falando que internamente deve se aprovar e não precisar de alguém para fazer isso.

Colocar a roupa é ato. Agora, colocar a roupa para alguém o elogie ou para que você se sinta bem, isso é mundo interno.

Participante: poderia exemplificar o ensinamento ‘não transigir da sua verdade’ ensinado alguns anos atrás? Numa relação amorosa, como viver em harmonia com os outros e com os ensinamentos sem se apegar?

O que é não transigir da sua verdade? É não ir contra ela. Só que quando digo isso, não estou falando que você precisa expô-la aos outros. O que estou dizendo é que, internamente, de você com você, não deve ir contra aquilo que acredita. Digo que não deve transigir da sua verdade consigo mesmo.

Quando você quer ensinar ao outro o que é o certo, acabou de ter transigido a ela. Digo isso porque a sua verdade diz que é preciso amar e respeitar a todos.

Não transigir da sua verdade não é transformar-se numa rocha, no defensor ferrenho da sua verdade e por isso querer impô-la a todo mundo. Isso não é não transigir a verdade, mas usá-la como arma para um golpe com a finalidade de deter o poder. É querer dominar o próximo.

Não é isso que é não transigir da sua verdade. Além do mais, você que é espiritualista, ao agir dessa formar, está transigindo dela. Isso a sua verdade diz que não existe certo ou errado. Porque, então, quer dizer a outros que ele está errado e você está certo? Neste momento acabou de transigir dela

 Quanto a viver em paz com ensinamento e com uma pessoa que é diferente, o caminho para fazer isso é não transigir da sua verdade dentro da forma que nós acabamos de falar. É dar ao outro o direito de ser estar fazer e achar o que quiser. Para isso, a primeira providência é não se achar o mais sábio do mundo, aquele que precisa e deve ensinar tudo a todo mundo.

Quem não transige da sua verdade a tem para si. A considera importante, não abre mão de pratica-la, deixa ela dirigir a sua vida, mas isso com ele mesmo e não com os outros. Com relação ao outro, aquele que não transige da sua verdade lhe dá o direito de querer e acreditar no que quiser.

Deixe me falar uma coisa sobre o que conversamos recentemente em outro lugar. Vocês já me ouviram falar sobre livre arbítrio. Isso quer dizer liberdade de opção, liberdade de optar, de querer fazer. Vocês acreditam que tem o livre arbítrio, não têm, mas acreditam que têm. A partir disso, repare o que você está fazendo com a pessoa com quem convive e que pensa diferente: está caçando o livre arbítrio dela. Está querendo dominá-la e fazer com que não tenha liberdade de crença.

Olha que coisa: você defende o seu livre arbítrio, atacando o do outro. Falo isso porque não dá a ele o direito de ter a mesma coisa que quer pra si. Por isso, se você é espiritualista, se acredita nos nossos ensinamentos, querer impor aos outros o que acredita é transigir da sua verdade.

Esta questão vocês precisam analisar se querem para ser espiritualista e se querem viver universalmente: precisam deixar o outro querer o que ele quer.

Participante: em que momento o amar a si mesmo transforma-se num apego?

Ele torna se um apego quando você depende de si mesmo para estar em paz.

Quando depende, por exemplo, de uma determinada roupa para se sentir bem, quando precisa que o outro compartilhe as suas ideias para você viver bem com ele. Esse é o apego a si mesmo.

Uma vez perguntei a uma pessoa se já tinha me ouvido falar que tudo está certo, que tudo é bonito, que tudo pode ser. A pessoa me respondeu que sim. Aí perguntei: se é assim, porque hoje ficou escolhendo roupas durante uma hora para poder vir aqui? Poderia ter vindo com qualquer uma.

Quem tem apego quer escolher o melhor para si. Quem não tem, veste uma roupa qualquer e ama a si mesmo com aquela roupa. Quem tem quer escolher uma determinada roupa para se amar mais

Participante: e quando não conseguimos evitar o sentimento? Tem momentos que parece que não dá para se distanciar da situação. Na raiva, por exemplo, para haver desapego devemos deixar ela vir e sentir? Desapegar-se é não precisar da raiva?

O problema é que vocês precisam sentir raiva para se sentirem vivos.

Vocês precisam e dependem de pessoas que fazem coisas erradas. Porque? Porque querem mostrar que sabem mais, que conhecem a razão, que sabem o certo. Por isso precisam da raiva.

O desapego é o não precisar dela e não deixar de tê-la. Ter a raiva sempre terão, pois ela é gerada pela mente não por você. Por isso, quando ela vier, lhe dou um conselho: fique quieto e deixa ela ir embora. Na hora em que ela está presente, você não conseguirá fazer nada

Participantes: como posso auxiliar a alguém que está apegado?

Auxiliar a quem está apegado? Desapegue-se antes dos seus.

Em atos, em ações, se for necessária sua interferência para que o outro seja ajudado, isso acontecerá, pode ter certeza. No entanto, quando está se programando em como ajudar, está se apegando a isso.

Me desculpe, mas você não consegue fazer por si mesmo, quer fazer pelos outros? Não consegue se desapegar dos seus apegos, será que consegue ajudar quem está apegado?

Participante: não temos livre arbítrio. Sempre desconfiei que a evolução espiritual estava programada. A libertação do apego pela matéria e elevação do espírito são caminhos obrigatórios ...

Sim, não existe livre arbítrio. Sim, você não tem o livre arbítrio de fazer.

Só que você tem um livre arbítrio. Como explica o Espírito da Verdade, depois que o ser pede o seu gênero de provas, forma-se uma espécie de destino, que será Inexoravelmente vivido. Contudo, o mentor do espiritismo continua: falo isso com relação as coisas materiais, pois com relação às coisas morais, você é livre para optar entre o bem e o mal.

Portanto, você não pode mudar a sua vida, não pode praticar atos; para isso realmente não tem livre arbítrio. Agora, você tem a liberdade de opção de escolher como vivenciar emocionalmente aquilo que aparece na sua frente Pode escolher se vai viver achando tudo um saco ou convive com as coisas mesmo sem gostar mantendo-se em paz

Participante: como lidar com o tédio?

Tendo objetivos. Só sofre de tédio quem não tem objetivos.

Mas, isso é outro tema, podemos conversar algum outro dia.

Participante: já que falamos de vestimentas, quero abordar outro assunto. Existe lugares que temos que usar roupas adequadas. Por exemplo, gosto da cor preta, mas no terreiro tenho que usar branco.

Se você pensa desse jeito, lhe convido para ir a um terreiro onde nós atuamos. Lá, cada médium usa a roupa que quer. As meninas, inclusive, usam shorts curtos, o que em qualquer lugar seria considerado como um pecado. Só que dentro de nossa visão do mundo, não há problema algum.

 Voltando ao seu caso, quer lhe dizer uma coisa: você vai de branco por obrigação. Se essa obrigação lhe faz sofrer, qual seria a solução? Deixar de ir ao terreiro acho que não é solução, porque você gosta de lá. Ir com a roupa que quer também acho que não, porque se colocar uma roupa da cor preta e for, estará enfrentando quem lá está e que tem o hábito de usar roupa branca.

A solução, portanto, é usar a roupa branca, mesmo que não goste dela, mas fazer isso por respeito ao lugar e as pessoas que lá estão. Usar esta cor por amor aos outros, por respeito ao lugar e as pessoas que acreditam que lá não se pode usar roupa dessa cor.

Mesmo gostando do preto, vá de branco. Não para impor-se, para enfrentar os conceitos do terreiro, para ganhar, para exibir a sua liberdade das coisas deste mundo, mas para manter a sua paz a sua tranquilidade.

Sim, manter a sua paz, porque se for com a roupa preta, vai perder a paz. Viverá o prazer, que não tem nada a ver com paz. Saiba de uma coisa: quem quer enfrentar os outros, que ser melhor que eles, quer ser mais livre que os outros, perde a paz. Este só pode conquistar o prazer ou a dor.

Participante: de onde vêm nossos apegos?

Do general e dos tenentes, do seu individualismo, do seu desejo de possuir, da paixão, de desejo, das quatro âncoras, da sua vontade de vencer e do seu medo de perder. É dessas coisas que que surgem o apego. Elas existem porque a natureza humana a qual se ligou as possui, justamente para vencê-las.

Participante: tenho apego admiração por um artista e acho que o que ele faz é bom artisticamente.

Não tenha, pois vai sofrer um dia.

No futuro ele pode fazer alguma coisa que você não vai gostar. Também pode acontecer de fazer algo que alguém que não tenha apego por ele não goste. Sempre que uma contrariedade acontecer, por causa do seu apego, sofrerá.

Participante: tem sido um padrão nesta vida me relacionar com pessoas que vivem longe ou que acabam indo viver em outras cidades. Nesses relacionamentos à distância tenho tido uma oportunidade para desenvolver o amor a mim mesmo. Vivo isso sabendo que a vida vai acontecer como pedi antes de encarnar e que preciso aproveitar esta oportunidade. Mesmo assim a mente me sugere que preciso ter uma pessoa por perto e sofro por ter esse apego. Como argumentar com a mente nesse caso?

Deixando as pessoas ir embora em paz. Ninguém é insubstituível. Diga para si mesmo: foi muito bom enquanto durou. Esses dois argumentos são armas para vencer o que está na sua mente.

Apesar de lhe propor um caminho, volto a repetir o que já falei nessas conversas: não posso ensinar o caminho. É preciso que o descubra pessoalmente

O que faço é mostrar o que mente, faz mas quem vai arrumar os argumentos para vencê-la é você mesmo. Só lhe alerto que qualquer argumento deve ser no sentido de não depender de ninguém nem de nada.

Participante: pode falar sobre o apego as informações que vêm do plano espiritual, como por exemplo quando um espírito diz que você tem compromisso com uma casa, mesmo quando não concorda com o que acontece lá dentro, principalmente quando tem afinidade com os ensinamentos que o senhor traz?

O apego que vocês têm as coisas espirituais é o que mais lhe faz sofrer.

Está achando estranho? Isso é verdade. Acontece desse jeito porque tudo o que vem de um espírito é tratado pela mente humana como revestido por uma santidade, por uma espiritualização que não existe. Por causa dessa aura criada pela razão, as informações são tratadas de forma submissa e como elas às vezes ou falham ou não expõe o que você quer, existe o sofrimento.

 Além do mais, nem todos acreditam na existência da espiritualidade que se comunica com os humanos. Por isso, quando você gosta dessas coisas está exposto ao perigo, pois existem pessoas que não gostam. No momento em que tiver contato com elas sofrerá, pois vai tentar provar que é real, que existe.

Portanto, caminhe para não ter apego a nada, nem mesmo às informações espirituais. Você não deve depender de nenhum ensinamento, pois senão terá dependência deles.

Participante: tenho vontade de trabalhar em determinadas profissões. Estou trabalhando para isso. Posso continuar a seguir essa vontade sem me apegar a ela, sem depender de conseguir?

Não se apegue ao resultado da sua busca.

Você tem o desejo de trabalhar em determinadas coisas, está caminhando para isso? Ótimo, se faça isso, porque é vida, é a sua vida que está acontecendo. Agora, não espere porque está realizando este trabalho, acontecerá o que quer.

Esta esperança é o apego, é a dependência. Depender de alguma coisa é imaginar que por trabalhar com alguma finalidade, vá atingir o seu objetivo.

Por isso, faça o que fizer, mas controle a sua mente que certamente criará dependência de resultados.

Participante: não gosto do meu trabalho, mas vou sem me lastimar, porque preciso dele para sobreviver.

Esse argumento pode lhe ajudar mas há outro que pode também ajudar: observar as coisas que se compra, se conquista, com o dinheiro que vem do trabalho.

Para quem quer se libertar do sofrimento de ir a um emprego que não gosta é muito importante ter a consciência de que aquele dinheiro que põe a comida na sua mesa. Que é com ele que você vai passear, comprar roupa, viver momentos bons.

Você não gosta de quem lhe paga, não gosta de onde trabalha, mas são sai de lá, não pede demissão. Dizem que não podem fazer isso porque senão não teriam dinheiro para comprar o que querem, para subsistir. Portanto, o fruto do trabalho é algo importante, é um argumento importante no combate da perda da paz por se fazer o que não se gosta.