O exemplo de Francisco

Amor universal

Participante: Eu não estou entendendo; é bom ou ruim para o ser humano?

O mercadejar com Deus?

Participante: Não, a busca pelo amor universal.

A busca pelo amor universal não tem nada a ver com a religiosidade.

Você já reparou que os palestrantes, os pastores, os padres, sobem em seus púlpitos para falar de amor e falam o tempo inteiro sem amor, ou seja, em suas falas apenas acusam esse e aquele outro, com relação ao seu modo de agir não ser amoroso? Cadê o amor que eles iam transmitir? Será que criticar os outros é amar?

Você quer um grande exemplo da falta de amor nas religiões? Na Bíblia, Cristo olha para Judas e diz: ‘vá, amigo, faça o que você tem que fazer’! Ele chama Judas de amigo, mas o Papa se negou a tirar a marca de traidor de Judas. Outros exemplos, teria para citar, de toda e qualquer religião, mas fiquemos apenas com este, pois serve para provar o que digo: o caminho para o amor universal é liberto das doutrinas religiosas.

Agora, com isso não estou dizendo que as doutrinas religiosas não prestam. Na verdade, prestam um grande serviço: dão ao ser encarnado a oportunidade de descobrir que aquele não é o caminho para Deus. Quando elas oferecem lucros nesta vida, como resultado da sua devoção, mostram que é preciso trilhar outro caminho, pois aquele não cumpre o que os Mestres ensinaram.

O problema é que você, que está envolvido pelo sistema humano e por isso acredita nas verdades que ele produz, acha que o espiritismo é melhor, porque é a religião daqueles que sabem mais, e que os evangélicos são uns idiotas, que só sabem dizer aleluia! Preso a esses conceitos, como se considera o mais inteligente, vai para o espiritismo. Diz que vai por convicção, mas está atrás mesmo é de ganhar.

Participante: Qual, então, é o caminho para o amor universal?

“Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. É este o caminho.

Agora, será que você sabe o que é amar ao próximo? É respeito! Respeitar o direito do outro de ser, estar e fazer o que quiser, mesmo que o que ele faça, te fira. Isto é amor.

Participante: Mas, mesmo que o que ele faça te fira? Deixando que o outro te fira, você não estaria agindo como uma mãe leviana, um pai leviano com essa pessoa?

Não disse para você deixar te ferir; o que disse foi: mesmo que o que ele faça te cause ferimento. O outro te ferir é uma coisa, o que ele fizer te causar sofrimento é outra. Mas, mesmo que o que seja feito te cause sofrimento, responda assim: “Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem”. O problema é que quando te ferem, ao invés de agir como o Cristo, você acusa, critica e ataca os outros.

Participante: Por um momento, eu pensei que chegaria a um ponto em que deixaríamos o outro fazer o que bem entendesse.

Não, não é deixar o outro fazer. Se você reagir, reagiu, mas internamente, por dentro, não ter crítica ao que ele está fazendo.

Participante: Dar permissão de agir como ele quer não está gerando, também, perdas e ganhos?

Não é permissão de agir como ele quer. O que estou falando é que se ele agir, você não o acuse de nada.

Não se trata de uma permissão antecipada. A ação que estou falando é posterior: não reclamar do que foi feito.