Revelações da revelação - Livro II

Progressão dos Espíritos

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Encerramento de conversa

0114 - Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram? São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada.

Está faltando uma resposta neste texto. Existem duas perguntas numa só e o Espírito da Verdade responde a apenas uma.

Primeiro é perguntado se os espíritos são bons ou maus por natureza e segundo, se são eles mesmos que se melhoram. O Espírito da Verdade só respondeu que é cada um que se melhora e não sobre a natureza dos espíritos.

Quanto à melhora, é obvio que são os próprios espíritos que se melhoram. Deus não dá nada de graça a ninguém.

Você tem que promover a sua reforma íntima, reformar-se. Você tem que se mudar e não esperar que o mundo se mude.

Agora, a resposta que não está aí é que todo espírito nasce puro e, portanto, por natureza, ele é puro. Todo espírito é gerado por Deus dentro da pureza universal: essa é uma informação importante. Sem ela, começamos a dividir o mundo entre bom e mal.

O ser que, dentro da linguagem de vocês, hoje está vivendo no mau, é um espírito bom que se desviou. Hoje está mau, mas no seu íntimo não é assim: ele é puro por natureza.

Estou usando o termo mau como palavra de vocês. Na minha linguagem o espírito não é mau, mas individualista. Isso porque o mau para mim é o individualismo. Quando pensa em você acima do outro, em qualquer sentido, está fazendo maldade.

Então o espírito nasce puro e continua sempre puro. Ele pode estar individualista, mas isso não quer dizer que dentro dele não há uma semente de universalismo. Isto porque ele nasceu universalista, nasceu puro.

Sendo assim, quando julgamos o espírito pela sua atual posição, ou seja, pelo individualismo de hoje, estamos negando a própria essência de Deus que está dentro de cada um. Estamos desrespeitando Deus que colocou dentro de cada um a essência universalista ou a essência do bem, se preferir este termo.

Precisamos começar a entender isso para, ao invés de criticar o irmão que hoje está no individualismo, levá-lo a se contatar com a sua essência universalista. A essência amorosa ou a essência do bem.

Isso não se consegue com críticas, com acusações, com julgamentos ou com o apontar de falhas: isso só se consegue com o amor. É preciso amar a todos indistintamente para poder realmente ajudá-los. Não amar o que a pessoa está fazendo, mas amar a essência universal que está dentro de todos os espíritos.

Isso é orar a Deus; isso é honrar ao Pai: honrar aquilo que Ele colocou dentro de cada um.

Como já disse, não estou estudando espiritismo. Por isso não vou me prender ao bem ou mau: quero ir além.

Para isso é preciso, a partir da informação, tirar compreensões que nos leve à reforma íntima. Esta é a compreensão momentânea que vocês precisam chegar: não se pode sair pelo mundo separando o bom do mal. Pelo contrário: é preciso sair pelo mundo amando a essência de Deus que reside dentro de cada espírito, mesmo que a razão diga que ela não está presente ali.

Participante: Então, os mais de 50.000 mil espíritos que responderam a Kardec estavam errados quando diziam que Deus criou os espíritos simples e ignorantes, inclusive o Espírito da Verdade?

Não. A simplicidade que eles falam é exatamente a perfeição que falei agora.

A simplicidade é o pobre de espírito. O pobre de espírito é simples. Ele só tem amor dentro de si. Somos nós que achamos que a simplicidade não tem nada a ver com sentimentos, mas simples é aquele que só ama.

Eu não estou falando contra isso. Pelo contrário: estou afirmando que todos foram criados puros, simples. Apenas não paro por aí. Afirmo mais: continuamos simples eternamente...

Exatamente porque continuamos simples, ou seja, com o sopro de Deus em nós é que digo: temos que respeitar a simplicidade ou a pureza que existe dentro de cada um. Para isso é importante saber que ele pode estar agora numa outra situação, mas que eu, como seu irmão, tenho que amá-lo e auxiliá-lo a voltar a essa simplicidade.

Olha, deixe-me dizer uma coisa: eu não posso inventar nem mentir. Dizer o que está escrito em O Livro dos Espíritos é mentiroso, isso não posso fazer, pois este livro é um trabalho de Deus. Não é um trabalho de Kardec, não é um trabalho do Espírito da Verdade ou de nenhum outro espírito. Todos são apenas porta-vozes de Deus e não autores. Sendo assim, tudo que está neste livro foi Deus que escreveu.

Agora é preciso, como o próprio Kardec e o Espírito da Verdade deixaram claro – aliás, Krishna também fala isso – libertar-se da palavra morta, da letra fria. Para tanto é preciso ligar informações entre si. Neste caso, é preciso você juntar a informação da existência do bem e do mal com a informação de que todos nasceram simples e puros. E mais: que devemos amar a todos indistintamente.

Participante – Então Cristo errou quando disse para que fosse separado o joio do trigo?

Jamais: Cristo jamais errou...

Repare no texto bíblico:

Jesus fez outra comparação. Ele disse: O Reino do céu é como um homem que semeou boa semente nas suas terras. Certa noite, quando todos estavam dormindo, veio um inimigo, semeou no meio do trigo uma erva ruim, chamada joio e depois foi embora. Quando as plantas cresceram e se formaram as espigas, o joio também apareceu.

Aí os empregados do dono das terras chegaram e disseram: patrão, o senhor semeou boa semente nas suas terras. De onde veio este joio?

Foi algum inimigo que fez isso, respondeu ele.

E eles perguntaram: o senhor quer que nós arranquemos o joio?

Não, respondeu ele, porque quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo. Deixem que o trigo e o joio cresçam juntos até o tempo da colheita. Arranquem então primeiro o joio, amarrem em feixes e joguem no meio do fogo. Depois colham o trigo e ponham no meu depósito.

(Mateus – 13 – 24 a 30)

O mestre não disse para separar o joio do trigo, mas sim para deixá-los nascer junto.

Quando queremos apontar erro nos outros, queremos separar o joio do trigo antes dele florescer. Quantas vezes alguém que você diz que estava fazendo mau, lá na frente constata que o que ele fez foi ótimo? Quantas vezes as pessoas perdem o emprego por causa de outra para conseguir um emprego melhor, ganhando mais, com melhores condições?

É exatamente isso; o que digo é exatamente isso. Não separe antes de florescer, o que, aliás, é exatamente o que Cristo disse. Isto porque o trigo e o joio são muito parecidos. Só depois da colheita, aí sim, você pode separar. Mas, enquanto não colher, não separe, porque vai jogar trigo fora.

0115 - Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e prometida felicidade.

Vamos estudar esta resposta aos poucos porque ela contém muitas informações. Primeiro: Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes... Ou seja, sem saber.

Foi por causa desta afirmação que disse anteriormente: todo espírito é igual. Eles são iguais porque foram criados iguais.

Todos os espíritos são puros, são simples, mas não possuem conhecimento. Eles são, no seu nascedouro, ignorantes. É partir disso que podemos entender a evolução espiritual.

Evolução espiritual é adquirir conhecimento para acabar com a ignorância sem perder a simplicidade, sem perder a pureza. Isso é evolução espiritual.

O problema é que o conhecimento traz embutido em si uma coisa: o poder. O achar-se superior ao outro. Com isso acaba a simplicidade, a pureza e por isso é preciso, posteriormente, readquirir a pureza.

Apesar de dizer que a evolução espiritual se consiste em adquirir conhecimentos, não entendam este conhecimento como material. Evolução é adquirir a sabedoria espiritual que se caracteriza pelo sentir. Evoluído é aquele que sabe amar e não aquele que conhece informações técnicas espirituais.

O amor mantém o espírito na humildade. Aquele que conhece as coisas do Universo e mantém-se humilde alcançou a elevação espiritual. Já aquele que passa a conhecer as coisas universais e com isso acha-se melhor do que os outros, ou seja, busca uma ascensão falsa, forçada, nada conseguiu.

Como já foi dito, a ascensão é moral, ou seja, é sentimental. Quem tem maior ascensão espiritual é quem tem mais amor e não quem sabe mais.

Continuemos com o texto: ‘A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição’.

O espírito nasce puro, simples e ignorante. Deus, então, o coloca em lugares, ou seja, lhe dá as provas para que aprenda. Mas, ao aprender, este espírito não pode perder a simplicidade.

Sendo assim, posso dizer que a provação espiritual é uma prova de conhecer e, junto com isso, continuar amando. Passar como provação é como ser arguido por Deus com a seguinte pergunta: você conheceu, e agora? Continuará simples, ou seja, amando a tudo e a todos ou irá sentir-se superior por causa deste conhecimento? Você continuará puro, simples ou, a partir disso que conheceu vai querer sentir-se melhor que os outros? Achar-se-á mais capaz que os outros?

Esta é mais uma das informações deste texto, mas como disse há muitas aqui. Vamos em frente: ‘nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade’.

Este trecho é bem claro: só quando o espírito alcançar a perfeição, ou seja, a cultura com pureza, com simplicidade é que ele conseguirá entrar na verdadeira felicidade. Mas, esta felicidade não tem nada a ver com aquilo que hoje vocês chamam de ser feliz.

A felicidade humana é fruto de uma cultura sem simplicidade. Isto porque para que sintam-se felizes hoje é necessário que a sua cultura seja contentada. Ou seja, se o que sabem acontece, sentem-se feliz.

Se o que o ser humanizado sabe que é bom, certo ou bonito acontece, diz: ‘que maravilha, estou feliz’. Mas, se o que ele sabe não acontece, sofre.

Esta felicidade, a condicionada ao seu saber, não é a felicidade Real: é o prazer, a satisfação. Ela é fruto do poder de dizer: ‘eu sei e eu consegui impor ao outro o que eu queria’. Ou seja, do individualismo. Por isso eu afirmo que esta felicidade é falsa, pois é falseada pelo individualismo.

Enquanto o ser humanizado tiver prazer, não tem simplicidade. Mas, para que a felicidade falseada aconteça é necessário ter desejos, ou seja, saber o que tem que acontecer. Por isso os mestres ensinam: enquanto houver desejos e vontades que precisam ser satisfeitas, o ser não consegue atingir a verdadeira felicidade. Isto porque a verdadeira felicidade está na cultura com simplicidade.

O feliz verdadeiro é aquele que é simples, que só tem amor. Por causa deste sentimento, ele não precisa que o que quer aconteça para que ele seja feliz. Este atingiu a verdadeira felicidade.

Visto isso, vamos à parte final do texto: passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.

Nele estão as duas formas de viver as provas, ou seja, os acontecimentos da vida. A primeira é sendo feliz; a segunda é murmurando, ou seja, acusando, sofrendo, chorando, rogando a Deus que não deixe determinada coisa acontecer.

Mas, como Deus pode deixar determinada coisa não acontecer se aquilo é a prova deste ser? Aquilo é o que ele precisa para provar que é capaz de conhecer e ainda assim manter a sua simplicidade.

Sendo assim, por que o ser humanizado chora? O que está acontecendo não é algo ruim, mas uma prova. É exatamente o que ele precisa para fazer a sua evolução espiritual, para alcançar a sua grandeza espiritual. Se não fizer esta prova, não atinge a verdadeira felicidade: fica preso no que Krishna e Buda chamam de roda de encarnações. Ou seja, vai ter que estar sempre reencarnando para fazer a mesma prova, pois ainda não alcançou a verdadeira felicidade que nasce da cultura com simplicidade.

115a - Segundo o que acabais de dizer, os Espíritos, em sua origem, seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem com o percorrerem as diferentes fases da vida? Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas, a vida do homem tem termo, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.

Desta resposta podemos compreender que o espírito nunca vai morrer e que a sua existência eterna é composta de uma variação de etapas. Dentre estas etapas está a que hoje se vive no planeta Terra: o mundo de provas e expiações.

Se as encarnações acontecem hoje no planeta Terra para provação, posso dizer que vocês estão aqui para provar alguma coisa. Só isso. Sendo assim não têm que fazer mais nada.

Vocês nasceram para provar que são capazes de adquirir conhecimentos e ao mesmo tempo manter ou não a sua simplicidade. Mantendo-a, você se eleva; se não a mantiver, terá que fazer a prova de novo.

Isso é a vida carnal: o que vocês chamam de viver nada mais é do que vivenciar uma constante provação onde adquira em cada acontecimento um conhecimento para que tenha a oportunidade de provar que ele não influi na sua simplicidade e assim penetre mais no mundo espiritual. Viver é receber a cada momento um novo conhecimento para que se possa auferir como vai reagir a ele.

Por isso digo que quem acha que nos momentos da vida perde alguma coisa, não sabe o que está falando. Ninguém nunca perde nada porque todo acontecimento é uma prova, é uma oportunidade para aprender alguma coisa. Ao sentir-se perdedor em qualquer momento, o ser humanizado não pode entrar na sabedoria, porque nada aprendeu nada naquele momento e, por isso, não pode realizar a sua provação.

Precisamos começar a mudar a forma de viver. Ao invés de nos prendermos a ideias de perdas, precisamos começar a raciocinar em cada segundo o que pode ser aprendido ai. Não foi feito o que você queria? O que pode aprender desta lição? As coisas não saíram do jeito que você queria; hoje você ficou sozinho; perdeu seu emprego? O que pode aprender disso?

Depois que descobrir um ensinamento em cada momento da vida, concentre-se, então em realizar a sua prova, ou seja, concentre-se em naquele momento amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. De nada adiante sair xingando, brigando, acusando a Deus ou a qualquer outro como culpado pelo que lhe aconteceu. Busque sempre tirar uma lição do que está acontecendo e depois ame indistintamente.

Aliás, sobre os momentos de sofrimento, angústia, de sensação de perda, cabe muito bem o ensinamento conhecido como “Pegadas na Areia”. Acho que todos já o conhecem, mas para quem nunca leu, vou resumir a história.

Conta-se que um homem sonhou que estava andando na areia ao lado do Cristo. Nesta caminhada observava que ficavam marcas de dois pares de pés na areia. Cristo disse: ‘sou que eu estou ao seu lado’. O homem replicou: ‘teve horas que eu só vi meus pés; onde é que você foi’? O mestre respondeu: ‘a pegada que você viu era minha, pois o estava carregando no colo’.

Você nunca caminha só. Todos os momentos da sua vida são dirigidos por Deus através dos espíritos, para que ele lhe traga um ensinamento e com isso possa servir de provação para manter essa simplicidade. Aplicando o que vimos aqui, você pode entender a vida; sem aplicar, a vida não terá o menor sentido, pois os acontecimentos dela não possuem outra lógica.

Mas, cuidado. Não queira apenas entender o que está acontecendo e esquecer-se de amar universalmente a cada momento, porque senão só adquirirá cultura, saber. Prendendo-se apenas a saber, terá apenas cultura, mas nunca atingirá a sabedoria.

O que você precisa aprender para escapar da roda de encarnações, ou seja, alcançar a elevação espiritual é sabedoria, ou seja, alinhar a cultura a uma prática que lhe leve a gozar a felicidade que Deus tem prometido aos seus filhos.

Este é um recado que serve muito bem para todos que estão tendo contato com estes ensinamentos. Nós estamos estudando muitas coisas aqui e aprendendo muitas coisas. Mas, se destes conhecimentos você não retirar uma compreensão que lhe faça alcançar o amor incondicional, nada terá alcançado.

Além de estudar, ou seja, de ler as palavras que aqui estão, você deve buscar nestes ensinamentos compreensões práticas que lhe leve a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Ou seja, a partir da compreensão de que a vida é apenas uma provação, deve se conscientizar que ninguém lhe ataca, rouba o seu emprego, o seu marido ou mulher: tudo isso são apenas provações para a sua simplicidade.

0116 - Haverá Espíritos que se conservem eternamente nas ordens inferiores? Não; todos se tornarão perfeitos. Mudam de ordem, mas demoradamente, porquanto, como já de outra vez dissemos, um pai justo e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre. Pretenderias que Deus, tão grande, tão bom, tão justo, fosse pior do que vós mesmos?

Neste trecho existem duas informações. A primeira afirma que todos os espíritos um dia vão evoluir.

Todos os espíritos um dia vão ter que evoluir: isso é Real. Por isso sempre digo às pessoas que falam que é difícil evoluir: um dia você vai ter que fazer. Não importa quando, não importa em que vida, em que encarnação, um dia vai ter que fazer.

A partir desta informação, pergunto: não seria, vamos dizer assim, idiotice, deixar para outra vida o que pode fazer nessa? Não é muito mais trabalhoso deixar para outra encarnação? Ter que começar desde criancinha novamente e fazer tudo outra vez? Não seria melhor encarar a questão da elevação espiritual de frente logo e resolver de uma vez por todas isso?

Aproveitando esta encarnação e resolvendo logo a questão da elevação espiritual, vocês vão para um novo estágio e irão viver uma nova vida. Se ao invés disso continuarem na busca da satisfação dos desejos, das vontades individuais, empurrando a reforma íntima com a barriga, o máximo que conseguirão será ter renascer, começar tudo de novo. Além do mais, estarão perdendo tempo, porque não importa quantas vezes reencarnem, um dia terão que fazê-la.

Na verdade vocês não estão ganhando nada postergando o trabalho da elevação espiritual porque um dia, em uma vida qualquer, terão que fazer. Ou seja, por mais que não queiram desapegar-se de suas paixões nesta vida, um dia terão que realizar isso. Então, é melhor fazer logo e acabar com este martírio, não?

Esta é a primeira conclusão que este texto nos leva. Mas, há uma segunda informação aqui sobre a qual devemos refletir: Deus não bane ninguém.

Esta informação deve nos levar a compreender que um espírito, por mais que seja, usando os conceitos humanos, mau – na minha forma de falar diria individualista – Deus jamais vai abandoná-lo. A consciência desta Verdade é importante, pois a partir dela vamos entender que o Pai não abandonou os terroristas, os ladrões ou os assassinos. Eles estão com Deus: vocês é que dizem que eles são do diabo.

Eles não estão com o diabo, mas sim com Deus, porque o Pai não abandona nenhum de seus filhos. Aliás, se Deus abandonasse um dos seus filhos que coisa louca que seria esse Universo, não?

Então, são duas as informação que estão nessa pergunta. A primeira: devemos saber que um dia todos vão ter que fazer a reforma íntima. A segunda: devemos ter a consciência de que por pior que seja considerado um ser humano, ele está sob o amor de Deus.

Participante: Na resposta é dito assim: todos se tornarão perfeitos. O que é esta perfeição para o espírito?

A perfeição, para o espírito, é uma perfeição gradual.

Hoje você está num estágio de provas e expiações e, por isso, para você, a perfeição é vencer as provas e cumprir as expiações. Quando atingir esta perfeição um novo horizonte se abrirá e aí começará a buscar uma nova perfeição. Quando atingir aquela nova, um novo horizonte se abrirá e aí terá novas buscas.

Agora, saiba de uma coisa: a Perfeição Perfeita do universo é Deus e nenhum espírito vai atingir isso. Digamos que Deus é a Perfeição das perfeições.

0117 - Depende dos Espíritos o progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição? Certamente. Eles a alcançam mais ou menos rápido, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra recalcitrante?

O Espírito da Verdade afirma: a elevação espiritual depende única e exclusivamente de você. Por isso não podemos dizer que nós não conseguimos alcança-la porque nascemos nesse ou naquele meio, porque não tivemos oportunidade de conhecer isso ou aquilo.

A elevação espiritual depende somente de si mesmo porque ela é resultado de uma decisão de fórum íntimo. É cada um que vai tomar a sua decisão e ninguém, nem Deus, pode influir nela decisão. Se você quiser ficar caminhando no pântano preso à roda de encarnações, Deus não pode lhe tirar. Só você pode sair; só você pode se retirar.

Esta é uma informação muito importante. Mas, o Espírito da Verdade completa: basta você desejar isso.

Quando se fala em evolução espiritual, é preciso se compreender uma coisa importantíssima: ela não pode ser conseguida juntamente com a evolução material. É preciso desejar a evolução espiritual. Mais do que isso: além de desejar, é preciso viver para ela.

É preciso que você transforme a reforma íntima, a evolução espiritual, em objetivo da sua vida. Enquanto não for este o objetivo primário da sua vida, não vai alcançá-la.

Saindo da carne sem alcançá-la, é importante que ninguém ou nada pode ser considerado como culpado dela não ter sido atingida: só você é responsável pelo seu fracasso. Não se pode culpar a igreja, o pastor, o centro espírita, o meio onde viveu. Nem mesmo uma suposta falta de oportunidades que acha que não teve para realizá-la pode ser considerada como responsável por não ter se elevado.

Na verdade, não a ter realizado foi uma decisão sua e, por isso, não se pode culpar ninguém.

Isto é o que o texto fala de principal, mas para ajudá-los a entender o que é optar pela elevação espiritual o Espírito da Verdade diz mais: conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Ou seja, os espíritos humanizados alcançam a elevação espiritual quando no seu íntimo optam por ela e esta opção se caracteriza por submeter-se à vontade Deus.

A partir disso, pergunto: o que é elevação espiritual?

Participante: Fazer a vontade de Deus.

Não se trata de fazer a vontade de Deus, mas sim de ser submisso a Ele: é diferente. Não é fazer, mas submeter-se ao que é feito.

Esta é a evolução espiritual: ao invés de dizer que alguém está errado ao sair daqui mais cedo, submeter-se à vontade de Deus, ou seja, aceitar sem críticas a ausência do outro. Ao invés de dizer que é errado a mãe morar em uma casa e o filho noutra, submeter-se à vontade de Deus, ou seja, apenas constatar que a mãe mora numa casa e o filho em outra.

Isto é evolução espiritual e este é o caminho para ela: submeter-se à vontade de Deus.

A vontade de Deus se expressa através da realidade da sua vida, dos acontecimentos dela. Se você, por exemplo, não tem um carro, fique em paz, ou seja, se submeta a essa vontade de Deus; se não tem uma casa, submeta-se em paz e felicidade à vontade de Deus que não lhe deu uma casa. Se não tem terras, se não tem um prato de comida, fique feliz, se submeta a vontade de Deus.

Veja: não estou dizendo que você não deve buscar, mas sim que não deve sofrer com a ausência. Não estou dizendo nem que não pode desejar ter estas coisas, mas que acima deste desejo deve viver em paz, harmonia e felicidade.

Este é o optar que falei anteriormente: optar pela paz, felicidade e harmonia, mesmo que exista um desejo.

Busque o quanto quiser as coisas materiais, mas não deixe que esta busca se transforme na sua opção primaria de vida. Ou seja, opte sempre pela felicidade ao invés do sofrimento de não ter. Com isso estará se submetendo à vontade Deus (que se traduz pelo não ter atual) e estará sempre satisfeito, como ensina Paulo.

Quem faz esta opção, enquanto Deus não lhe dá o que deseja não sofre, não acusa, xinga ou aponta falhas em ninguém ou em qualquer coisa. Quem opta pela elevação espiritual não diz que o sistema massacra as pessoas, não se vê como um pobre coitado porque não tem.

É isso. Esta é a tal da reforma íntima que vocês tanto ouviram falar: submeter-se à vontade de Deus, ou seja, viver a realidade que se têm como vontade de Deus.

Participante: Você falou que Deus não pode promover a nossa reforma. Como ficam, então, aqueles casos das reencarnações compulsórias?

Encarnação não é evolução espiritual: é oportunidade de. Sendo assim, posso dizer que Deus dá a oportunidade, mas se o espírito não aproveitar, seja na encarnação planejada ou compulsória, ele nada realizará.

A encarnação é só uma oportunidade que Deus dá, seja ela compulsória ou não, mas não a garantia de elevação.

0118 - Podem os Espíritos degenerar? Não; à medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.

Vamos entender esta afirmação, que muitos aqui já ouviram, direitinho, pois senão vamos entender, como muitos compreendem, que se Jesus morreu para pagar nossos pegados. Isso seria o mesmo que dizer que ele nos deu uma folha em branco assinada para fazermos o que quiser.

Saber que o espírito não retroage não deve levar o ser humanizado a compreender que é como se alguém lhe tivesse dado uma folha em branco de cheque assinada e que por isso ele pode gastar o quanto quiser. Isso não é realidade.

O espírito nunca retroage: esta é a informação. Agora, durante a encarnação o espírito, hora humanizado, pode retroagir. Esta afirmação não deve ser compreendida como se jamais o espírito pudesse retroagir, mas apenas que ao findar da encarnação ele vai estar no mesmo nível de evolução espiritual de quando a começou.

Veja bem. O ensinamento deste texto refere-se ao Espírito com ‘e’ maiúsculo. Em O Livro dos Espíritos quando isso acontece quer dizer que este ensinamento refere-se ao espírito fora da carne. Sendo assim, posso dizer que o espírito fora da carne, na sua existência espiritual, não retroage, mas durante a vida carnal ele pode reunir débitos que terá que pagar até voltar ao seu estado de quando iniciou a encarnação.

Esta, então, é a primeira informação a respeito deste tema: o espírito não retroage, mas durante a encarnação pode retroagir e terá que acabar a encarnação sem este retrocesso.

Isso é importante entendermos, pois sem esta compreensão, alguém pode imaginar que já que ele não vai retroagir, pode aproveitar essa vida e fazer todas as besteiras possíveis. Se isso acontecer, o espírito retroage temporariamente e terá que expurgar todo este retrocesso até retornar à sua própria Realidade.

Mas, a resposta tem mais uma informação que pode nos auxiliar na perfeita compreensão do estado do espírito quando do seu retorno à pátria espiritual. Ela está expressa no seguinte trecho: ‘o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece’.

Pergunto: que ciência é essa? Com que ciência o espírito fica? Será matemática, geografia, biologia?

Participante: Será a ciência espiritual?

Claro.

Se não fosse assim, se o espírito permanecesse de posse da ciência material, as crianças não iriam mais para as escolas. Todas conheceriam as ciências humanas, pois são espíritos que já reencarnaram e que por isso deveriam trazer dentro de si este conhecimento.

Portanto, quando se está falando aqui que o espírito não perde a sua ciência, está se falando da ciência espiritual, não da material. O conhecimento científico material será completamente esquecido depois do desencarne.

Quando você sair da carne e voltar à sua consciência espiritual, a sua ciência material estará zerada. Você não vai mais saber nada das coisas materiais.

Na hora que tiver que entrar em uma nova encarnação, agregará ao seu ego a ciência que irá precisar para viver aquela nova vida. É por isso que uns nascem com mais conhecimentos que os outros.

Este conhecimento que alguns trazem de forma genética não se trata de aprendizados científicos de outras vidas, mas sim de elementos do ego da nova existência. Eles não estão no espírito, mas sim no ego, pois tudo o que você aprendeu sobre ciência material em outras vidas, apagou-se.

Participante: Não fica uma ligeira intuição?

Não: tudo se apaga.

Participante: Por que alguns vêm com mais aptidão para umas coisas do que outros?

Como disse, na hora de programar a encarnação, o espírito coloca o conhecimento científico material, que vocês chamam de aptidão, de acordo com a necessidade da encarnação. Por isso uns tem mais aptidões para umas coisas e outros para coisas diferentes.

Isso não tem problema. O importante é compreendermos que esta aptidão ou conhecimento não é do espírito e nem fruto de conhecimentos de outras encarnações, mas ela está no ego e é disponibilizada para esta encarnação apenas.

O ego contém todos os elementos necessários à realização dos objetivos da encarnação. Vamos dar um exemplo: como é o nome daquele espírito humanizado surdo que fazia música?

Participante: Ludwig Van Beethoven.

Este espírito pode, ao longo de encarnações anteriores a esta, jamais ter conhecido uma única nota musical. Pode, ainda, em encarnações posteriores, não ter tocado nenhum instrumento. Na verdade, toda aptidão musical que demonstrou naquela encarnação foi fruto da organização de cultura musical colocada no seu ego daquela encarnação, pois ele precisava dela para aquela encarnação.

O fato de ter nascido naquela encarnação como pianista, não quer dizer que em outra ele tivesse que ser também necessariamente um músico. Muito pelo contrário: ele pode ter nascido açougueiro, ou carpinteiro, se esta você a aptidão que atendesse aos objetivos desta outra encarnação.

Portanto, o espírito arruma a ciência material no ego de acordo com a sua necessidade durante a encarnação. Tudo o que já havia sido conhecido anteriormente e que não teria valia nesta etapa da sua existência espiritual apaga-se.

Veja bem. Se o espírito que viveu o ser humanizado que citamos (Beethoven) programou para em uma nova encarnação ser açougueiro, o que a aptidão musical seria útil a ele? Nada. Ela seria inútil e saiba que no Universo não existe nada que seja inútil.

Portanto, devemos ter sempre em mente que todo o tempo que se gasta adquirindo ciência material é inútil, é perda de tempo, pois toda esta cultura se apagará e nada vai restar. Apenas o conhecimento universal, a ciência espiritual ficará.

Participante: É possível o espírito encarnado retroagir, ou seja, depois de adquirir uma certa evolução ter um pensamento inferior?

Sim, é possível. Veja: a provação ocorre a cada segundo. Por isso, num momento você pode avançar, em outro recuar.

Isso é até muito comum. Na verdade o que vai contar para o espírito é a média dos resultados obtidos até o final da encarnação.

Participante: Quando se entra nesse processo de elevação, o ego pode nos sabotar? Podemos nos sentir mal, sem vontade de fazer muitas coisas? Dá vontade de se recolher mais?

São muitas perguntas de uma vez só. Vamos responder uma de cada vez.

O ego pode lhe sabotar? É para isso que ele existe. Digamos que o ego é o diabo, que vive para lhe tentar. Por isso vai estar sempre lhe tentando, ou seja, criando a sua prova.

Podemos nos sentir mal? Se você escolher se sentir mal, se sentirá assim. É você, o espírito, que escolhe como se sentir durante as provações. Você pode escolher não se sentir mal.

Sem vontade de fazer muitas coisas, de se recolher mais? Essa vontade de se recolher mais é sinal de, vamos dizer assim, de evolução espiritual. Ela ocorre quando você encontra a paz.

Saiba que riso forçado não é sinal de felicidade, mas sim de bobeira. Rir muito não quer dizer que é elevado, pois muitos estão mortos por dentro e rindo por fora.

Na verdade, quando você alcança um estágio onde a sua intenção é estar sempre mais reservado, estar sempre mais voltado para dentro, posso dizer que você está evoluindo.

Participante: O que o senhor falou a respeito de programar o conhecimento material é o que chamamos de dons inatos?

Isso. Quando você programa na memória do seu ego algumas coisas para essa vida cria o que vocês chamam de dons inatos. Mas, esta programação vai ainda mais longe.

Toda descoberta científica foi colocada no ego antes do nascimento. As informações sobre o assunto ficam depositadas no ego esperando a hora de serem usadas para se descobrir alguma coisa. Aliás, o próprio termo já diz: descobrir, ou seja, revelar o que está coberto.

Na verdade, não existem descobertas científicas, pois no Universo não existe nada desconhecido. O que acontece não são descobertas, mas revelações de informações universais que já se encontram no ego e que em determinado momento Deus dá o acesso a elas. Só isso.

Por isso devemos parar com essa veneração à aptidões inatas. Devemos parar de afirmar que tal pessoa é muito inteligente, que suplanta os outros, que conhece muito mais do que a maioria. Ele não é assim: foi dotado de informações na memória material para que pudesse exercer a sua provação no mundo. É só isso.

Saiba: não existe espírito mais inteligente do que o outro não.

Participante: Queria saber no meu caso específico. Por que Deus me deu este gostar de martelar, pregar prego na parede, mexer com massa, se nem trabalho em nada disso?

Tudo que está na sua memória é parte do seu ego e tudo que está no seu ego é para ser vencido.

Participante: Eu achava que era o contrário. Achava que essas aptidões eram para me ajudar nessa encarnação.

São para lhe ajudar. Mas, ajudar a que? A construir casa? Mas, o espírito não vem para construir casa. Ele vem para promover a sua reforma. Então, sim, elas existem para lhe ajudar a promover a sua reforma e esta se consiste em não querer fazer se satisfazer fazendo aquilo que gosta de fazer.

Viu como elas lhe ajudam?

0119 - Não podia Deus isentar os Espíritos das provas que lhes cumpre sofrer para chegarem à primeira ordem? Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Demais, a desigualdade entre eles existente é necessária às suas personalidades. Acresce ainda que as missões que desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da Providência, para a harmonia do Universo.

Novamente vamos estudar partes da resposta isoladamente, pois o texto contém diversas informações. Comecemos vendo a própria pergunta de Kardec: ‘Não podia Deus isentar os Espíritos das provas que lhes cumpre sofrer para chegarem à primeira ordem’?

Temos aqui um problema de semântica. Quando Kardec fala em sofrer a ideia que lhes vem à mente é que são obrigados a passar por sofrimentos para evoluir, mas isso não é verdade. Você não é obrigado a sofrer para evoluir. Não é isso que ele quer dizer.

Na verdade, para que o espírito evolua é preciso que ele passe por provas. Sofrer no texto não quer dizer sofrimento, mas passar por. Ao passar por elas, o espírito pode escolher sofrer ou não: isso é decisão dele, escolha sentimental que ele faz utilizando-se do seu livre arbítrio. Deus dá a prova e o espírito escolhe sofrer ou não ao passar por elas.

Quer um exemplo: a alimentação. O alimentar-se ou não é, na verdade, uma provação que o espírito vivencia durante a encarnação. Durante ela existem espíritos que vivenciam não ter o que comer e não sofrem por causa disso. Mas, há outros que vivenciam o fato de ter a casa cheia de comida, mas mesmo assim sofrem, pois não conseguiram ter algo específico, o que queriam.

Portanto, aqui não se está falando de ter que sofrer, mas de ter que se passar por.

Vamos, então, ver as informações da resposta do Espírito da Verdade. Primeira informação: ‘Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta’?

Já falei muito sobre isso. Sempre me perguntam para que tantas provas, respondo: para gerar o merecimento. Sem merecimento não há gozo de bem celeste. O bem celeste não é dado por Deus, mas é algo conquistado pelo espírito.

Muitos me perguntam se devem dar graças (agradecer) a Deus pelo que têm. A estes respondo: ‘não, pois Deus não fez mais que sua obrigação, ou seja, deu o que você mereceu. Portanto, não se deve agradecer a Deus, mas sim louvá-Lo’.

Deus não dá nada a ninguém. Para receber alguma coisa, é preciso que você gere o merecimento de receber. Tem uma máxima de Cristo que é perfeita: Deus dá a cada um segundo suas obras.

Este ensinamento explica muito bem esse assunto: Deus dá a cada um de acordo com as suas obras. Ou seja, se você não obrar, não conquistará; se não merecer, nada receberá.

Esta é uma lei universal: a lei do merecimento. É ela que fundamenta a lei da causa e efeito, do carma. O carma de cada um é o justo e amoroso merecimento pelo momento passado.

Continuemos vendo o texto da resposta: ‘Demais, a desigualdade entre eles existente é necessária às suas personalidades. Acresce ainda que as missões que desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da Providência, para a harmonia do Universo’.

Exatamente. Por causa de visões como esta é que venho dizendo há cinco anos: o Universo não está desequilibrado. O jeito de ser de cada um, que para vocês aparentemente cria desequilíbrios no Universo, na verdade é o equilíbrio deste.

Muitos pensam que o Universo está desequilibrado, mas se esquecem que equilíbrio é a existência de dois lados de forma equilibrada. Se houvesse apenas um lado, não haveria equilíbrio.

Vou dar um exemplo: guerras. Para que o Universo esteja equilibrado é preciso que haja lugares ou tempos de paz e outros de guerra. Se houvesse apenas paz, não haveria equilíbrio.

Além do mais, se não houvesse guerras de um lado e paz de outro, como o espírito poderia fazer alguma opção? Então, a guerra é necessária, assim como a paz também.

Mas, quem participa da guerra? Se nos lembrarmos do que acabamos de falar (Deus dá a cada um segundo as suas obras) podemos entender que apenas aqueles que merecem e precisam passar por isso.

Portanto, a existência de guerras, que a humanidade diz que causa um desequilíbrio no Universo, é necessária. Sem ela não haveria o equilíbrio entre dois lados e espíritos não estariam recebendo o que merecem.

Sabendo disso, ao invés de lutar contra a existência da guerra você deve lutar para não merecer vivenciá-la. Como se faz isso? Não abrindo guerra contra ninguém, ou seja, sem criticar quem promove a guerra. Com isso você demonstra que está se submetendo ao desígnio de Deus que cria como instrumento para dar a cada ser o que ele merece.

Mas, se ao invés disso, você se revolta com a existência da guerra, está revoltando contra os desígnios de Deus. Por isso está criando um carma para você mesmo.

É isso que eu estou colocando há muito tempo: não queira mudar o mundo, mas mude você. Isso porque o mundo está perfeito do jeito que está.

Vocês dizem que o planeta está no caos, que a humanidade está perdida, mas se não houvesse essa humanidade terrestre do jeito que ela é, o Universo inteiro estaria desequilibrado. A humanidade terrestre do jeito que está é o equilíbrio do Universo, pois é a outra face da moeda Universo. Na hora que este planeta não abrigar mais esse tipo de humanidade, terá que haver um outro que o abrigará para poder manter o equilíbrio universal.

Sendo assim, os espíritos que após a mudança do sentido da encarnação neste planeta permanecerem no mundo de provas e expiações não irão viver uma vida diferente, mas um novo planeta – que já está surgindo e abrigará os exilados da terra com outros espíritos novos, Neste novo planeta terá que existir uma nova humanidade igualzinha a essa que vocês têm hoje. Isso para que o Universo não se desequilibre, ou seja, tenda para algum dos seus extremos.

Na verdade esta nova humanidade pode não possuir a mesma forma que vocês têm hoje, mas na essência (individualismo, egoísmo) terão que ser.

Esta compreensão é fundamental para vocês pararem de perder tempo em querer lutar contra os acontecimentos do planeta. A luta não é contra os acontecimentos, mas sim interior. A reforma é íntima e não externa.

Vocês têm que lutar contra vocês mesmo para não criticarem a guerra e não contra o presidente que a promove ou contra os terroristas que praticam ações ditas como erradas.

Participante: O senhor fala que é necessário haver o equilíbrio, por isso vai haver um outro planeta igual a esse. Eu acredito que esse necessário se refira à condição de evolução do espírito, ou seja, sempre haverá espíritos em evolução, então sempre haverá guerras, mortes, etc.

Perfeito: sempre haverá espíritos em desenvolvimento e, por isso, sempre haverá uma humanidade (seres individualistas) no Universo.

Não se esqueça: os afins se juntam. Por isso, sempre se juntarão num planeta aqueles que gostam de guerrear. Eles guerrearão entre si até que um deles evolua (não mais critique a guerra). Quando isso acontecer o que se reformou irá juntar-se aos que já atingiram aquele patamar enquanto o que gosta de guerrear encontrará outro igual.

Participante: O texto afirma que os espírito são criados imperfeitos. Eu pensava que eles começavam na escala evolutiva sem diferença entre si, mas simples e que só ao longo da caminhada é que experimentariam erros e acertos para crescerem.

Perfeito: é isso mesmo que você pensava. Eu nem toquei no assunto porque já tínhamos estudado isso numa pergunta anterior.

Como já vimos, todos os espíritos são criados perfeitos e a cada um é dado uma prova. Só depois dela é que os espíritos vão se degenerando.

Participante: É a história da lâmpada?

Sim, é a história da lâmpada: todos são lâmpadas que brilham com a mesma intensidade e luz, mas o reflexo de alguns não se propaga porque estão externamente sujos.

Participante: Quando o senhor fala em novo ciclo, fala do início de uma nova fase?

Sim, cada fase é um ciclo de existência espiritual.

Para compreendermos isso perfeitamente, devemos nos lembrar que o tempo não é retilíneo, mas cíclico. Por isso, você precisa girar toda a circunferência de uma fase vivenciando todos os carmas dela para, só então, sair dele e começar um novo. Vamos dizer assim: precisa rodar um determinado ciclo por certo tempo para só depois abrir um novo.

Aliás, essa forma de ver a existência (cíclica) não se aplica apenas à questão espiritual, mas a todas as coisas da existência. Existem os ciclos da sua vida carnal (infância, juventude, maturidade, velhice), do casamento, do namoro, de um relacionamento. Na verdade na vida tudo é formado por ciclos que você roda e vai para outro.

Além disso, é preciso também se conscientizar que todos os círculos não são formados de forma uníssona. Em qualquer um deles teremos sempre o apogeu que será seguido de um declínio. Quando se atingir o fim do poço, começará, então, a ascensão que o levará de volta ao apogeu quando o ciclo se encerra.

Quem quer viver qualquer ciclo apenas no apogeu se desilude, pois todas as etapas precisam ser vivenciadas para que ele se complete e só então um novo possa ser começado.

Participante: Quando o Senhor estava falando de guerra e outras coisas necessárias, me lembrei de carma e reencarnação. As pessoas que acreditam nisso podem compreendê-lo, mas e quem não acredita em reencarnação? Como explicar a esse que quem morreu precisava e merecia morrer e quem assassinou precisava e merecia se tornar um assassino?

Simples: desígnios de Deus.

Participante: Aí eles responderiam que Deus não faria essa maldade, como já me responderam.

Acima de discutir se é maldade ou não ou se Deus é capaz de criar o mal, é preciso lembrar as pessoas o que Cristo fala na Bíblia: Deus faz tudo acontecer.

Portanto, se esta pessoa não é espírita, ou seja, não acredita no carma e na reencarnação, mas é cristã, ela precisa acreditar que Deus faz tudo acontecer. Se não acreditar, não pode dizer-se cristão, pois estará negando Cristo.

O problema e que tem gente que separa o que gosta da Bíblia e utiliza apenas estas partes para justificar o que acha. Isso não pode acontecer: o cristão deve crer nos ensinamentos bíblicos sem contestá-los.

Se você for ler a Bíblia, apesar de não estar escrito claramente que há reencarnação, há a informação de que Deus é Soberano. Ora, se Deus é soberano, foi Ele que fez tudo.

Agora, se outros ensinamentos valem e este não (Deus não é soberano da maldade do mundo) esta pessoa tem que jogar fora todo ensinamento e não mais dizer-se cristã.

Participante: Falando ainda do novo mundo para onde irão os que aqui não mais puderem habitar, fala-se de um asteroide que passará pertinho da terra e servirá como um bonde para transportar a turma atrasada para outras paragens.

Olha, pode se falar em asteroide, em nave ou em qualquer outro objeto que servirá de transporte para os espíritos que não mais puderem habitar a Terra no novo mundo, pois qualquer elemento que você disser será, na verdade, apenas um elemento material. Na verdade como já vimos neste estudo, o espírito se locomove pelo pensamento.

COMENTÁRIO DE KARDEC

Pois que, na vida social, todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada um de seus soldados um general; por que todos os empregados subalternos não são funcionários superiores; por que todos os colegas não são mestres. Ora, entre a vida social e a espiritual há esta diferença: enquanto que a primeira é limitada e nem sempre permite que o homem suba todos os seus degraus, a segunda é indefinida e a todos oferece a possibilidade de se elevarem ao grau supremo.

0120 - Todos os Espíritos passam pela fieira do mal para chegar ao bem? Pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância.

Como já disse, o mal é o individualismo. Será que todos os espíritos passam pelo individualismo? A resposta do Espírito da Verdade é não. Alguns, vamos dizer assim, podem escapar dele, mas a maioria não consegue.

Não escapa por quê? Porque o individualismo traz o prazer que, para o espírito, é como se fosse doce na boca de criança. Os espíritos gostam do prazer. Eles, como uma criança humana, ficam doidos por um doce. Então, é muito difícil um espírito deixar de se deixar levar pelo individualismo.

Agora, quantas vezes você vai encarnar para libertar-se dele, não há previsão. Na verdade encarnará tanto quanto for necessário para se libertar.

Neste sistema solar quem menos encarnou foi Cristo: dez vezes. Já Buda, por exemplo, reencarnou quinhentas e vinte cinco vezes.

Agora, imaginem vocês quantas vezes estão reencarnando.

0121 - Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal? Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.

Volto a repetir, o mal é o individualismo.

Deus não cria os espíritos individualistas; cria individualidades e lhes dá o livre arbítrio de usarem essa individualidade para seu benefício próprio ou para benefício da coletividade. Quando utiliza para benefício próprio é individualismo; quando utiliza para benefício da humanidade, é universalismo.

Portanto, Deus cria os espíritos individualidades e dá a cada um tem o livre arbítrio de utilizá-la no sentido que quiser. Esta é a resposta que está sendo dita aqui.

0122 - Como podem os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, gozar da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio, qualquer tendência que os encaminhe para uma senda de preferência a outra? O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.

Vamos por partes porque a resposta contém diversas informações. A primeira: ‘o livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo’.

Ou seja, o espírito, no seu início, não possui livre arbítrio. Este elemento só está disponível quando ele toma consciência de si mesmo, ou seja, só quando se reconhece como individualidade.

Segunda: ‘a causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade’.

Inicialmente podemos dizer que a causa do individualismo não está no espírito, mas fora dele. Mas, a informação sobre a causa do individualismo vai mais além nesta resposta do Espírito da Verdade: está nas influências a que cede. Sendo assim, podemos dizer que as causas do individualismo não estão no que acontece, mas no ceder à tentação ao vivenciar alguma coisa.

 É isso que nós precisamos. O seu livre arbítrio consiste-se em universalizar-se ou individualizar-se frente a um acontecimento. Não são os fatos que possuem em si individualismo ou universalismo, mas a forma como o espírito reage a eles.

É a forma de reagir aos acontecimentos da existência que determinam o atraso ou o adiantamento do espírito. Quando ele cede à tentação de individualizar alguma coisa, foi ele que cedeu a tentação e não o acontecimento em si que causou isso. Cedendo, o ser universal afasta-se de Deus.

Mas, o que é ceder à tentação de vivenciar aquela coisa de uma forma individualista? Gostar ou não do que está acontecendo, querer ou não querer, achar limpo ou sujo, bonito ou feio.

Aplicar valores aos acontecimentos da vida: isso é ceder à tentação do individualismo.

Um acontecimento é apenas um acontecimento. Quando você aplica valores a este acontecimento é que eles passam ser bom ou ruim. Estes valores caracterizam o individualismo porque eles são individuais, ou seja, só você acredita neles.

Existem pessoas que vivenciam o mesmo acontecimento que você e não dão os mesmos valores, por isso eles não podem ser considerados universais. O bom ou ruim é seu valor e representa que você cedeu à tentação de dar um valor àquilo que está acontecendo.

Então veja. Quando se fala aqui que a causa está fora do espírito, não quer dizer que está no acontecimento, mas sim na mente humana, no ego. É ali que o acontecimento deixa de ser apenas um acontecimento e se transforma nos acontecimentos adjetivados. São estes valores que o ego aplica ao acontecimento que estão fora do espírito e servem como influência para o ser ceder ou não à tentação de aplicar um valor a ele.

Quando o espírito cede, o valor gerado pelo ego se transforma numa verdade. É neste momento que se diz que o espírito critica.

Para ceder a esta tentação o ser universal utilizou o seu o livre arbítrio. Ou seja, Deus criou a situação e os valores externamente ao espírito e ele livremente optou entre o universalismo, ou seja, viver a realidade sem nem um valor, e o individualismo (acreditar nos valores aplicados às coisas).

Sei que o que estou dizendo é de difícil compreensão para vocês, mas uma batida de carro é apenas uma batida de carro. Se essa batida de carro é denominada como ruim ou boa, isso são apenas valores que o ego cria para a provação do espírito.

O que é uma partida de futebol? É uma partida de futebol. Agora, se ela é boa ou ruim, se você gosta ou não, se torce ou não, isso é a sua prova. Acreditar nestes valores é ceder à tentação criada pelo seu ego como uma provação.

Mas, a fala do Espírito da Verdade não termina por aí. Tem mais informações: ‘é o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram’.

A figura emblemática da queda do homem e do pecado original que é citada neste texto, trata-se da passagem bíblica de Adão e Eva. Nela, a cobra fala com a Eva assim: ‘que morrer nada, Deus não quer que você coma desse fruto, porque se comê-lo, seus olhos se abrirão e você conhecerá o bem e o mal’. Eva, então come o fruto proibido e o que a leva a decidir-se por comê-lo é o seguinte pensamento: ‘como seria bom ter esse conhecimento’.

Por que Eva comeu? Porque ela cedeu à tentação. Não foi a cobra (o fator externo, o acontecimento) a culpada, mas sim o espírito que cedeu a tentação, que quis ter o poder de dar valor as coisas.

O bem e o mal, o certo e o errado, o bonito e o feio, o limpo e o sujo, o arrumado e o desarrumado das coisas, são a maçã que é oferecida a cada momento ao espírito. Quando ele come este fruto, ou seja, acredita nesta verdade criada pelo ego, ele cede à tentação. O culpado nesta história não é a cobra (os acontecimentos externos), mas sim o espírito que cede à tentação.

Tem muita gente que não acredita na história de Adão e Eva, mas ela é fundamental para quem quer buscar a elevação espiritual. Na verdade, nunca aconteceu um primeiro casal, mas a mensagem que esta história contém é fundamental para quem promover a reforma íntima.

Todos somos espíritos que comemos a maçã, ou seja, que queremos ter os olhos abertos, a capacidade de ver, a capacidade de enxergar. Queremos ter o poder de dizer o que presta e o que não presta deste mundo. Esta é a condição humana do espírito...

Ser humano é o espírito que está vivendo num mundo guiado por um ego, onde ele sofre provações para poder exercer o seu livre arbítrio para se libertar do individualismo. É só isso: o ser humano não é nada mais do que isso.

Na hora que compreendermos isso, poderemos deixar de lado a soberba de ser um humano e entender que as coisas que sabemos servem apenas como uma maçã que nos é oferecida a cada momento para que nós, seres universais, possamos exercer uma livre opção em não acreditar naquilo que o ego cria.

No momento em que esta for a compreensão sobre a vida, podemos deixar de lado a observação do mundo para poder buscar a interiorização necessária para a elevação. Com ela, ao invés de nos preocuparmos com a calça dos outros, iremos lutar para nos libertarmos da ideia de que ela está amarrotada ou não.

Com isso nos libertamos da crítica, pois já não vivemos a ideia de que uma calça amarrotada é feia e que uma bem passada é bonita.

Participante: Se os advogados e juízes utilizassem esse critério, a justiça dos homens seria uma maravilha.

Seria uma maravilha para quem? Para o espírito? Não.

Os critérios hora adotados pela justiça humana são perfeitos, pois eles são instrumentos da ação carmática. Como você poderia se libertar da ideia de culpado ou inocente se não houvesse leis que servissem para isso?

As leis humanas, como estão, são perfeitas. Quem mata ou rouba merece ir para a cadeia: esta é a ação carmática. Agora, como penalidade, ela não precisa receber a sua raiva, a sua indignação, as suas condenações que afirmam que ele é um assassino, um monstro.

Isso ele não precisa, mas você dá porque afinal de contas, sabe que ele está errado.

Percebe? Os acontecimentos são necessários para a sua tentação. Ao invés de querer mudar o mundo, lute para não aceitar as verdades que o seu ego cria.

0122a - Donde vêm as influências que sobre ele se exercem? Dos Espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que rejubilam com o fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.

O espírito inferior citado nesta resposta deve ser entendido como um ego e não um ser universal.

Se compreendemos que Deus é Causa Primária de todas as coisas, não podemos dizer que se nos portamos como o esperado Deus deixará um espírito se aproximar para nos tirar do caminho reto. Deus não deixaria um filho cair sem que ele merecesse isso.

Na verdade o que o Pai faz é ajudar os seus filhos a se levantarem cada vez mais. Como Ele faz isso? Criando oportunidades para o espírito exercer o seu livre arbítrio e optar pelo universalismo. Só criando oportunidades para que o ser não caia na tentação é que este pode evoluir.

Como já dissemos, esta tentação é criada pelo ego. Portanto, são os egos que tentam influenciar os espíritos. Assim eles criam as tentações (oferecem a maçã) e o espírito pode elevar-se não se alimentando destas verdades.

Neste processo muitas vezes Deus une o útil ao agradável, ou seja, junta dois espíritos numa mesma tentação. Um como agente, outro como receptor. É isso que se chama de obsessão: dois espíritos guiados por valores criados por egos interagindo para que os dois tenham oportunidade de não ceder à tentação.

Sendo assim, não podemos dizer que o espírito fora da carne foi o culpado da queda do encarnado. Na verdade, foi o encarnado que decidiu ceder à tentação e não o outro que o dominou à força.

Isso é preciso ficar bem claro para pararmos com essa história de dizer que bebe porque está sendo obsedado. Não é isso: o ser pode até ter recebido uma influência como prova, mas foi ele quem cedeu à tentação.

0122b - Tal influência só se exerce sobre o Espírito em sua origem? Acompanha-o na sua vida de Espírito, até que haja conseguido tanto império sobre si mesmo, que os maus desistem de obsedá-lo.

A reforma íntima consiste-se em conseguir dominar-se. Em dominar a você mesmo. Dominar a sua vontade, o seu desejo, as suas paixões: este é o processo de elevação. Trata-se de aprender a não ceder à tentação e continuar caminhando na estrada estreita que Cristo falou.

Nenhum espírito pode lhe tirar do caminho. Aliás, nem Deus pode. Não há nada que possa romper a sua caminhada em direção a elevação espiritual, a não ser você mesmo. Quando você não se domina e cede às tentações, cai.

Então, não adianta ficarmos discutindo porque caímos, para que ou como caímos. Sempre que cairmos é porque cedemos à tentação. Só isso.

Agora é preciso para voltar a linha reta, ou seja, parar de ceder à tentação.

0123 - Por que há Deus permitido que os Espíritos possam tomar o caminho do mal? Como ousais pedir a Deus contas de Seus atos? Supondes poder penetrar-lhe os desígnios? Podeis, todavia, dizer o seguinte: A sabedoria de Deus está na liberdade de escolher que Ele deixa a cada um, porquanto, assim, cada um tem o mérito de suas obras.

Uma das bases do universalismo é a igualdade. Se não houver igualdade entre todos, não existe universalismo. Se um for superior a outro, não importa em que critério seja, acabou o universalismo e começou o individualismo.

Mas, a igualdade não deve ser entendida como cópia, ou seja, um ser cópia do outro. O que determina o critério de igualdade no Universo é o direito que cada um tem de ser aquilo que quiser ser, mesmo que seja diferente de todos.

Este é um direito dado por Deus que é o espírito mais avançado, que é o Senhor do Universo, que é o Pai o gerador dos espíritos. Por isso ninguém pode tirá-lo. É por isso que Cristo fala muito contra o julgamento.

Tire a trave do seu olho. Porque você quer tirar o cisco do olho dos outros? Enquanto achar que há um culpado você é pecador.

Todos os ensinamentos de Cristo estão fundamentados no direito universal que todos têm de ser quem quiser ser.

Ás vezes me perguntam: o suicídio não gera um carma? Pode até gerar, mas por causa disso o que você quer que eu faça? Quer que condene quem vivencia este ato? Ele tem o direito de dar um tiro na cabeça na hora que ele quiser. A cabeça é dele, a vida é dele, o carma que pode advir será dele e ele faz o que quiser. Eu vou lá julgá-lo, condená-lo, acusá-lo.

É isso que precisamos entender. Na hora que compreendermos a Verdade Absoluta que diz que cada um tem o direito de fazer o que quiser e que o resultado do que ele faz não interessa a mais ninguém, você cedeu à tentação. Neste momento, você entende o universo e deixa cada um viver do jeito que quiser. Com isso anula os valores que o ego cria para o que o outro faz ou deixa de fazer.

Neste momento, consegue a perfeita harmonia, pois consegue conviver com o outro do jeito que ele é, sem que lhe cobre nada. Como cobrar, se você não tem valores mais valores para qualificar o que os outros fazem?

Cada um tem o direito de ser, estar e fazer o que quiser: esta é a primeira informação sobre o tema igualdade. M