Vida cristã - Estudo da carta aos Efésios

Oração de Paulo pelos cristãos de Efésios

Por isso, desde que ouvi falar da fé que vocês têm no Senhor Jesus e do amor de vocês por todos os irmãos de fé, não paro de agradecer a Deus. Eu sempre me lembro de vocês nas minhas orações. E peço ao Deus do Nosso Senhor Jesus cristo, o Pai glorioso, que dê a vocês o seu Espírito, o Espírito que os fará sábios e revelará Deus a vocês, para que assim o conheçam como devem. Peço que ele abra as suas mentes para que vejam a luz e conheçam a esperança para a qual os chamou. (Capítulo 1 – versículos 15 a 18)

Um dos assuntos muito conversados na Bíblia é a sabedoria. O livro do Sábio, de Salomão, é todo baseado na questão da sabedoria. Os provérbios também falam do sábio e do tolo. Neste trecho da Carta aos Efésios, Paulo fala que pede a Deus que nos tornemos sábios. Por isso, é preciso compreender bem esta palavra.

Para vocês sabedoria é completamente diferente de tudo aquilo que Paulo e Salomão falaram. Para vocês, sabedoria é sinônimo de cultura, ou seja, sábio é aquele que tem muito conhecimento. Mas, no entanto, já foi dito que a palavra morta sem ação não vale nada. Por isso, de nada adianta a sua cultura, o seu conhecimento, porque isso não lhe traz sabedoria. A sabedoria será alcançada quando a cultura for colocada em prática.

Sabedoria é cultura na prática e não simplesmente amealhar culturas. Só que Paulo nos alerta que a cultura que leva à verdadeira sabedoria deve ser de luz e não material. A cultura de luz é a vivência da vida com consciência espiritual, com os mesmos valores que Jesus Cristo ensinou.

Já estudamos que a consciência espiritual não têm conceitos, ou seja, não é formada por cultura. Pelo contrário, ela é formada pela expressa declaração de nada saber. Por isso, posso dizer que o sábio de verdade, aquele que vivencia a vida na luz, é quem declara expressamente nada saber sobre as coisas da vida. Ele não tem opinião sobre nada, não acha nada de nada, não imagina resultados para o que está acontecendo. Vive o momento presente, o agora, fixado neste momento, sem vínculos com o passado ou o futuro.

Isso é fundamental compreender: o verdadeiro sábio é aquele que consegue viver o momento presente no agora, sem nenhum vínculo com passado ou futuro.

Todos dizemos querer ser sábios, mas na verdade o que queremos é ser cultos, ter muitas informações. Esse é o nosso ensejo porque se cultos, ganharemos a fama, o elogio e a vitória, pois saberemos explicar para o próximo o que ele não sabe. Com isso nos imaginamos superiores a eles.

É por conta desta ilusão que queremos ser cultos, mas, o sábio de verdade nada sabe, nada sabe explicar. Por isso, ele é mais sábio que o culto.

E também para que saibam como são ricas as bênçãos que ele prometeu ao seu povo e como é grande o seu poder que age em nós, os que cremos. Esse poder é o mesmo que Deus mostrou com força extraordinária quando ressuscitou Cristo e o colocou ao seu lado direito no mundo celestial. Cristo reina sobre todos os governos celestiais, autoridades, forças e poderes. Ele está acima de todas as autoridades que existem neste mundo e no mundo que há de vir. (Capítulo 1 – versículos 18 a 21)

Quero deixar bem claro algo que Paulo já falou em outras cartas que estudamos: Cristo reina sobre tudo, menos sobre Deus. Crendo nisso, precisamos compreender que Cristo reina sobre todas as coisas deste mundo, do planeta, mas não sobre as do universo. O seu reinado, no entanto, não é exercido por livre e espontânea vontade, mas subordinando-se às determinações de Deus.

Este texto também deixa muito claro que se Cristo está acima de todas as autoridades. Está acima dos padres, dos bispos, dos médiuns, do governador, do presidente da República. Por isso, estes nada podem fazer que não tenha origem na ação de Cristo.

Tudo que existe é governado por Cristo. Tudo que existe neste planeta é governado pelo ser universal chamado de Cristo e ele faz as coisas acontecerem. Volto a repetir: não por livre espontânea vontade, mas seguindo o direcionamento que Deus dá, Cristo faz as coisas acontecerem.

Deus fez que Cristo dominasse todas as coisas e deu o próprio Cristo à Igreja, como único Senhor de tudo. Pois a Igreja é o corpo de Cristo; é nela que Cristo está completamente presente, ele que completa todas as coisas em todos os lugares. (Capítulo 1- versículos 22 e 23)

Neste trecho vamos trocar a palavra igreja, por religião. A partir disso, então, vamos falar das religiões. Só que não vamos falar em nenhuma religião especificamente.

Uma religião para ser cristã e poder aproximar o ser do Pai deve seguir integralmente os ensinamentos de Cristo: isso já foi alvo de conversa anterior. Somente com a consciência crística se chega a Deus.

Por esse motivo não adianta a religião ensinar que existe a ressurreição, mas afirmar que não existe a vida espiritual. Cristo não ensinou isso. A religião que muda o que o mestre ensinou, não leva o seu fiel a alcançar a elevação espiritual.

Também não adianta a religião ensinar o religioso pedir nos seus rituais o bem estar físico, se Cristo disse que não se deve amealhar bens na Terra. Não adianta os membros de uma religião quererem se meter em política, quererem ditar políticas, quando Cristo disse que se deve servir aos governantes.

Aí está a diferença. A religião que pode ser considerada cristã é aquele que aplica todo o ensinamento de Cristo, pois sabe que ele é o único caminho para chegar a Deus. Só isso.

Para se ter uma religião que sirva para a unidade com Deus através de Cristo é preciso se pregar com autenticidade os ensinamentos do mestre. Isso vale para todas as religiões, para todas as correntes religiosas: todas precisam guiar seus fiéis dentro da totalidade dos ensinamentos do mestre cujos ensinamentos são utilizados por ela.

Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo: não se pode ter uma igreja de Cristo onde se queira servir o ser humano. Não dá certo...