Reforma íntima - Textos - volume 06

O espírito encarnado

Existe um conceito básico que deve todo espírito conhecer para poder viver neste novo mundo: o de que é um espírito vestindo uma carne.

Todas as religiões, como instrumentos auxiliares da reforma íntima dos espíritos sempre trouxeram informações neste sentido, mas o que estamos falando é algo muito mais imediato do que a visão que até agora foi repassada aos habitantes deste orbe.

A religião católica, a predominante no planeta, trata o espírito como alma imortal. Informa aos seguidores que eles são parte de Deus, mas não vivem no mundo Dele. Como filhos expatriados são remetidos a este planeta como obra única e aqui devem praticar o bem simplesmente para fugirem ao “inferno”.

Não existe dentro da concepção desta religião o sentido de evolução espiritual. O espírito tem que se redimir seguindo as leis de Deus e praticando os atos que Ele deseja apenas para escapar à punição. Vê-se claramente aí a continuação dos ensinamentos hebraicos do temor a Deus.

Escapando dos fogos eternos o espírito estará condenado ao parasitismo do sono eterno até a volta do Filho de Deus. Não consideram eles, a possibilidade da existência de um mundo espiritual para os seres comuns, mas apenas para aqueles poucos privilegiados como os “anjos” e os “santos”.

As igrejas adventistas, apesar de antagonistas às igrejas católicas, acreditam que o espírito irá viver após a morte na glória de Deus e com Ele desfrutar do paraíso. Entretanto, ainda não contemplaram a existência do mundo espiritual como uma forma de vida para o espírito.

Sem informar como seria esta vida insuflam seus seguidores na perseguição do bem para, assim, poderem contemplar as maravilhas prometidas para aqueles que cumprirem as leis de Deus.

Nos dois casos e também nas religiões Maometanas, a alma encontra-se com a carne para uma ligeira passagem praticamente sem sentido, pois se não há evolução e não pode haver compensação para faltas praticadas, a partir do momento que o indivíduo cometer o primeiro erro, pode continuar errando, pois não terá mais salvação.

Nos dois casos, o espírito encarnado não pensa nele como um espírito universal, mas sim como uma carne.

Nas religiões chamadas espíritas a verdade já é diferente. Existe o conhecimento de um mundo espiritual, existe a verdade da evolução, mas alguns fatos ainda afastam as pessoas do seu verdadeiro “eu”.

Na religião espírita fundada sobre os ensinamentos trazidos pelo Espírito da Verdade a Allan Kardec estes ensinamentos já estão presentes, mas o “eu espiritual” ainda não. Apesar de saberem que são espíritos, os espíritas ainda acreditam na “alma”, ou seja, um elemento diferente do ser universal que é criado com a encarnação.

Com isto continuam vivendo as suas existências pelos preceitos materiais e ainda estão apegados ao bem-estar da vida material. Acreditam que apenas participarão da vida espiritual depois que desencarnarem e, por isso, a busca do bem celeste não está presente em suas existências como princípio fundamental.

Já as religiões espíritas oriundas da África (umbanda, quimbanda, candomblé) foram criadas e até hoje continuam contendo o misticismo daquele povo mais perto da idade das cavernas do que da civilização para onde se dirigiam.

Por conceberem entidades vindas das águas e das matas e com superpoderes ganhos desde sua origem, as religiões africanas, apesar de ensinarem a existência espírita, não foram capazes de transmitir o processo evolucional que um espírito vive.

Nenhuma das religiões, as que citamos ou qualquer outra no planeta, foi capaz de destruir a auto imagem do espírito de ser a carne (ser humano), colocando em seu lugar a do filho de Deus, subordinado a Cristo, que se encontrava apenas em trabalho em um local diferente do seu.

As que mais se aproximaram desta realidade foram as religiões do mundo oriental. Os praticantes destas religiões muito avançaram no conhecimento do seu “eu” espiritual e se afastaram das coisas materiais.

Entretanto, alguns materialismos foram cometidos por elas. Seitas fecharam-se como ostras desligando a população destes conhecimentos; eleitos acharam-se onipotentes e guardaram para si segredos que deveriam repassar; espíritos acomodaram-se no processo evolucional postergando a ação, o que fez com que houvesse a reação em forma de retaliação contra seus povos.

Outro fator de erro muito grande das religiões desta área foi o fato de não comentarem a evolução gradativa que o espírito deve fazer. Queriam elas que o avanço fosse completo em uma só encarnação saindo o espírito do erro ao conhecimento pleno. Ledo engano.

Apesar disso, é desta região que deverá vir o maior conhecimento que o ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL traz.