Carma na Rússia

O desencarne das vítimas

Participante: então, carma é castigo?

Não, carma é a justa reação ao que foi feito anteriormente. Essa justiça, no entanto, não possui o sentido de penalizar ninguém, mas de proporcionar uma nova oportunidade de recebimento.

Tanto isso é real, que não só os momentos que vocês chamam de ruins, de sofrimento que são carmas. Você ganhar alguma coisa, ter momentos de lazer e felicidade, também são carmas.

Participante: carma, então, é uma reação a uma ação anterior?

Uma justa reação.

Não se esqueça nunca da palavra justa, porque senão poderia ficar a ideia de acontecer algo imerecidamente. Só colocando a palavra justa nesta definição você consegue chegar a realidade: Deus dando a cada um segundo as suas obras.

Participante: o terror que esses seres sentiram ao desencarnar tragicamente é levado para a vida espiritual?

Como digo sempre, no mundo espiritual dois mais dois dificilmente dá quatro.

O terror que você está dizendo que os seres sentiram não foi vivido por todos. Muitos dos seres que ali estavam foram desligados antes do personagem humano e por isso não viveram nem o temor nem a dor. Já outros, não foram desligados nem antes nem até agora. Eles continuam ao lado do corpo vivendo o terror e a dor do momento da morte. Mais: ainda se sentem angustiados porque ninguém os ajuda a voltarem à vida.

Portanto, a questão do sofrimento que você citou, vai de cada um. Alguns sentiram alguma coisa e outros nada; muitos carregarão para outra existência e outros não.

Participante: de qualquer maneira acho que o mundo espiritual desencarnado deve estar tendo muito trabalho para amparar esses seres ...

Não. Eles estão tendo muita felicidade em fazer isso.

Estou falando isso que para vocês o trabalho é sempre feito dentro de um processo apreensivo. Imaginam que os espíritos estão correndo de um lado para outro ajudando um e outro. Isso não é real. Seres deste porte quando vêm para ajudar agem com serenidade, com paz.

Ao invés de se ocuparem freneticamente com o salvamento, eles falam de forma mansa, buscam aconchegar cada um que está por ali e trocam palavras de apoio e ajuda. Tudo isso feito de uma forma harmônica.

É diferente da cena humana de socorro que vocês estão acostumados. Para vocês o trabalho dos espíritos seria o mesmo que fazem os bombeiros e paramédicos que foram socorrer as vítimas. Isso não é real. Ao invés do frenesi que vivem os socorristas humanos, os espirituais agem de forma pacífica, calma e coordenadamente.

Ao invés de se desesperarem com a cena que encontram, eles vão com muita calma atendendo um a um, mesmo que o sofrimento daquele ser seja nítido. Se, por exemplo, encontram alguém que está sofrendo por ainda estar preso ao corpo, ao invés de entrarem em frenesi para libertá-lo, os mentores dedicam seu tempo a conversar com ele para que entenda que ainda precisa estar ligado ao físico e que deve aproveitar este momento para buscar a Deus e assim merecer o desligamento.