Revelações da revelação - Livro II

Mundo normal primitivo

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0084 - Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos? Sim, o mundo dos Espíritos, ou das inteligências incorpóreas.

Vamos conversar um pouco a respeito deste tema, pois ele é importante.

Kardec criou um nome para o espírito encarnado: alma. Criou, também, um nome para o ser fora da carne: espírito.

Apesar disso, em perguntas próximas iremos estudar que Kardec pergunta ao Espírito da Verdade o que é a alma. O mentor espiritual responde: é o espírito encarnado. Em outro trecho, Kardec perguntará: o que é a alma antes de encarnar? Receberá como resposta: espírito. Depois o Codificador ainda perguntará: o que será a alma depois de desencarnar? Terá como resposta: espírito.

Ora, se é assim, ou seja, se a alma antes de encarnar era um espírito e depois do desencarne também o é, podemos dizer que o ser não deixa de ser espírito em momento algum. Ele é sempre espírito, mesmo que Kardec o designe com um nome diferente.

Como para Kardec havia distinção entre espíritos e almas, ele, nesta questão, criou na sua imaginação um mundo extra, além da percepção humana onde existem espíritos fora da carne. Esta é a motivação para esta pergunta. Mas, para nós que designamos como espírito o encarnado ou não, este mundo extra-sensorial deixa de ter razão de existir.

Será, então, que a resposta do Espírito da Verdade está errada? Não, ela foi necessária para um tempo.

Para podermos entender as coisas como elas aconteceram, precisamos enquadrá-la dentro de um contexto histórico. Até Kardec o ser humanizado achava que quando ele morresse iria dormir em algum lugar aguardando a volta de Cristo a Terra, quando, então, ressuscitaria, ou seja, voltaria a viver na mesma carne. Esta era a crença da igreja católica e evangélica, que era o que havia no mundo de Kardec como religiosidade.

Sabendo-se disso, podemos, então, entender que a resposta do Espírito da Verdade tem como objetivo mostrar que existe vida depois da vida. Quer mostrar que existe um mundo onde os espíritos trabalham e vivem como se estivessem na carne. Esse é o objetivo desta resposta.

Mas, como no Universo tudo é sempre dinâmico, ou seja, impermanente, hoje, depois de atingido o objetivo desta resposta (conhecer o mundo espiritual ativo), não precisamos mais acreditar no mundo espiritual separado do mundo humano. No entanto, para se atingir esta consciência é fundamental se entender as três perguntas de O Livro dos Espíritos que falei antes: a alma é o espírito encarnado; antes de nascer era espírito e depois da morte volta a ser espírito.

Frente a tudo que comentei, posso, então dizer que o objetivo da existência desta resposta é combater a ideia que os seres universais depois do desencarne vão “dormir” até o dia do juízo final.

Participante: Se Deus não para de Criar espírito e se esse espírito nunca morre ou acaba, então o universo nunca terá um fim, nunca acabará?

O universo é eterno. Isso já ficou claro desde o primeiro capítulo deste livro, quando se falou que ele é infinito... Mas, ele não é infinito apenas em espaço, mas também em tempo.

O Universo jamais vai acabar, quer seja em espaço ou tempo... Assim como ele é infinito em espaço, ou seja, não tem nada antes ou depois, acima ou abaixo, nele não existe tempo que possa se extinguir...

Para vocês é difícil compreender estas noções, mas apenas entendam que só existe o Universo que durará para sempre.

Participante: Santo Agostinho, no início de suas meditações, medita da seguinte maneira: se Deus é do tamanho do Universo, o que há fora Dele e fora do universo? Ele chega à conclusão que Deus deve ser maior que o Universo a aí ele mesmo chega à conclusão que Deus se derrama fora do Universo. É muito interessante.

É interessante, mas é coisa pra maluco.

Tentar entender alguns conceitos universais como eternidade ou o próprio Universo é coisa para maluco por que vocês não têm elementos para tanto. Eu estou tentando fazer com que vocês entendam o raciocínio – que é algo palpável já que veem, ouvem, ou seja, reconhecem elementos que pertencem a ele – e vocês não conseguem, que dirá entender o Universo sobre o qual vocês nada conhecem...

É perda de tempo querer entender isso.

0085 - Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas? O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.

Na resposta anterior acabamos com a divisão dos mundos ao afirmar que não existe um mundo espírita e um mundo corpóreo. Existe um único mundo que é vivido fora e dentro da carne.

A partir desta informação, vocês, que vivem o mundo material como real, poderiam dizer: mas, então, existe um único mundo que é o mundo material? Eu responderia: não, isso aqui não existe.

O que existe é o mundo espírita vivido numa densidade e intensidades diferentes. Só isso. Posso afirmar que só existe o mundo espírita porque o Espírito da Verdade nos ensina que ele é muito mais importante que o material, já que existia antes e continuará existindo depois da vida carnal.

Conhecendo, então, a Realidade, ou seja, que só existe um único mundo que é o espiritual, não seria óbvio que deveríamos nos prender às verdades desse mundo ao invés de ficar aprisionado as verdades da matéria? Não seria óbvio que deveríamos estar buscando, como ensinou Cristo, amealhar bens no céu ao invés de fazê-lo na Terra?

Essa deve ser um pensamento do ser humanizado: se o mundo espírita é mais importante para a existência eterna do ser universal, porque que vou perder tempo, energia, pensamento, me preocupando com o mundo material? Este, acredito eu, é um raciocínio lógico para quem lê essa resposta do Espírito da Verdade.

Quando você entender o que aqui está ensinado, quando entender que essa vida é apenas uma etapa de uma existência infinita, a sua preocupação, o objetivo da sua vida muda. Começa a raciocinar a partir de valores espirituais e não mais de materiais. Isso porque passa a saber que esta vida vai acabar enquanto que a sua existência espiritual é eterna.

Para quem compreende o que quero dizer, pergunto: não é preferível viver esse curto tempo (50, 60, 70, 80 ou 90 anos) preocupado com o lado de lá, preocupado em garantir a sua eternidade feliz, do que querer a felicidade desse mundo?

Participante: Desde o início do livro, nós estudamos que o Universo se compõe em três elementos: o ser, a matéria e Deus. Nesse caso, a matéria também é importante para que o ser possa estar fazendo sua evolução. Acredito que não deva se dizer que a matéria não existe: ela existe. O que não podemos é colocá-la à frente da nossa evolução. Seria isso?

Como diz o espírito da verdade: o problema é a falta de palavras. Não há como lhe fazer entender direito a Realidade por falta de palavras que designem as coisas...

O que posso lhe garantir é que a matéria não existe. Pelo menos a matéria que você diz que existe, esta não existe.

Participante: Podemos dizer que ela não existe na forma que nós percebemos, por falta de elementos que melhor falem da outra matéria?

A matéria que vocês percebem não existe na sua forma e essência. Por exemplo: vocês percebem uma cadeira.

Participante: Ela é fluido universal, como nós estudamos...

Isso.

A cadeira não existe quanto à forma e quanto à sua essência, já que ela não é feita de madeira e o fluído cósmico universal que a compõe não possui forma.

Não quero com isso dizer que a matéria que vocês conhecem não é importante; ela é. Mas, se você se prender à matéria como cadeira, não vai aprender a conviver com o fluido universal: aprenderá apenas a conviver com uma cadeira.

Mas, lhe pergunto: e quando não mais tiver cadeira, mas apenas fluído cósmico sem forma, como vai ser? Onde irá sentar-se?

É isso que eu estou querendo dizer. O que quero mostrar é que você não deve se prender à ideia de uma cadeira, mas buscar conviver com este objeto como sendo o próprio elemento matéria do Universo: o fluido universal. Isso porque, se a vida espiritual existe antes e depois da material, quando estiver livre da matéria não haverá mais cadeiras e aí poderá sentar no fluído universal.

Participante: Podemos grosseiramente dizer que o fluido universal é matéria? Ele produz a matéria terrestre?

Não, não podemos dizer isso.

O fluido universal é a matéria; é o átomo universal. Sendo assim, ele é a matéria, não a constitui.

Veja, quando você se prende à ideia da cadeira ser real, precisa de uma para se sentar. Na hora que entende que este elemento é apenas fluido universal, pode se sentar no ar, porque este elemento também é fluido universal. Neste momento não mais precisará de uma cadeira: se sentará em qualquer lugar. Vamos dizer assim: você vai volatizar, vai sentar no ar.

Você conseguirá, como aliás alguns gurus conseguem, realizar isso porque saberá que tudo é fluído universal e por isso não precisa mais de formas específicas de matérias para fazer alguma coisa. Mas, enquanto ficar preso à figura cadeira, ou seja, ao mundo material, não aprenderá a sentar no ar.

Participante: Tendo em vista que nós viemos para carne com uma determinada programação, que nos leva a enxergar onde há fluido universal cadeira, mesa, sofá. Como desfazer essa programação se nós já viemos com ela pronta?

Grande pergunta.

Para respondê-la, lhe faço outra pergunta: para que você veio com essa programação?

Participante: Para libertar-se desta programação!

Aí está a sua resposta: liberte-se da programação.

Participante: Existe uma fórmula para isso?

Sim, existe uma fórmula: interagir com o mundo espiritual, ao invés de interagir com o mundo material.

Lembra do ensinamento sobre as duas memórias? Na hora que você aprende a interagir com o mundo espiritual abandona a prisão a verdades materiais. As suas verdades se quebram.

NOTA: Em ensinamento anterior, o amigo espiritual afirmou que a consciência do espírito possui duas memórias: uma formada por verdades materiais e outra por espirituais. Disse ainda que estas consciências podem ser comparadas a duas tábuas superpostas cheias de furos, sendo que a material antecedia a espiritual. Ensinou, ainda, que quando o espírito se liberta da material o furo nesta memória se vaza e ele, então, pode acessar as verdades que estão na memória espiritual.

Então veja: por mais que estude ensinamentos sobre os elementos universais, jamais verá o fluido universal; mas, quando se volta para Deus, Ele pode lhe ensinar a perceber o fluido universal através de outras percepções que não as carnais.

Participante: Ou seja, vai acabar com a minha programação.

Exato.

Participante: O fluido universal é toda a matéria do universo?

O fluido universal é o elemento constitutivo de todas as matérias do universo; é o átomo universal. Tudo que existe no Universo, com exceção do espírito e de Deus, é fluido universal. Isso por definição do Espírito da Verdade.

Se é assim, o próprio planeta Terra é fluido universal, mas o espaço vazio em volta dele também é.

Participante: Que, aliás, não é vazio: apenas aparenta ser.

Isso. Ele é composto de fluido universal.

Participante: O fluido Universal se combina de diversas maneiras, para que nós enxerguemos as coisas do jeito que são. Exemplo: cadeira, mesa, chão e etc.?

Perfeito. É isso mesmo.

Cada átomo ou célula material é uma combinação de fluido universal com ele mesmo. O átomo da madeira é uma determinada combinação, o da folha ou das células do seu corpo são outras combinações.

Mas, isso é irrelevante, porque nunca vamos entender como um elemento se combina com ele mesmo e se transforma em diversas coisas. O importante é ficar claro que precisamos nos voltar para o lado espiritual, pois este lado é a nossa realidade. Precisa ainda ficar bem claro que este lado transcende a materialidade e que por isso nunca o conheceremos por meio de sabedoria material, mas só quando nos voltarmos para Deus recebemos Dele esse conhecimento.

0086 - O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita? Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.

O mundo corporal poderia deixar de existir ou nunca ter existido que não faria diferença para o Universo. Ele é importante não no sentido de compor o Universo, mas sim por ser um campo de prova para os espíritos.

Já definimos em ensinamentos anteriores que o Universo é o espaço criado por Deus para a elevação do espírito. Sendo assim, toda a matéria conhecida por vocês e todos os planetas são um campo de provas para o espírito, uma sala de aula para os espíritos.

Por isso afirmo: o planeta Terra não existe no Universo a não ser para servir de campo de provas para os espíritos. Na hora que não houver mais a necessidade dele para este fim, Deus pode acabar com ele.

Saibam de uma coisa: tudo no Universo precisa ter uma finalidade para existir. A finalidade dos planetas é essa e quando eles não são mais necessários neste sentido, Deus acaba com eles.

É por isso que o Espírito da Verdade diz nesta resposta que um age sobre o outro, ou seja, que o mundo espiritual interage com o material. Há sempre uma ação de baixo para cima (do material para o espiritual) e de cima para baixo (do espiritual para o material).

Mas, nada disso precisava haver. Esta correlação não é fundamental para a existência do Universo, a não ser para a provação do espírito. Se Deus criasse outra forma de colocar a prova os ensinamentos, o mundo material não teria razões para existir.

0087 - Ocupam os Espíritos uma região determinada e circunscrita no espaço? Estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos. Tendes muitos deles de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes, pois que os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de Seus desígnios providenciais. Nem todos, porém, vão a toda parte, por isso que há regiões interditas aos menos adiantados.

Vamos por parte, porque esta resposta tem muita informação...

Primeira: não existem espaços físicos delimitados no Universo. Ou seja, o mundo espiritual não é um espaço físico específico; o umbral, o paraíso ou a cidade espiritual não são um espaço físico delimitados. Os espíritos estão por todas as partes, porque só existe um espaço físico: o próprio Universo.

Sendo assim, afirmo que o espaço físico que vocês ocupam agora não é a Terra, mas sim o próprio Universo. Isso precisa ficar bem claro para que compreendam que quando morrer vocês não irão para lugar nenhum. Ficarão no mesmo lugar que estão, pois não há outro lugar para se ir.

Na verdade, os espaços que encontram nos livros da literatura espírita são programações mentais para perceber as coisas de uma determinada forma. Vocês, que agora estão encarnados aqui, têm a ilusão de estarem no espaço Terra do Universo, mas na verdade não estão. Apenas estão vivenciando uma programação chamada humana que lhes faz perceber as coisas do jeito que percebem.

Essa é a primeira informação desta resposta: o Universo não se divide em espaços. Ele é um só espaço onde espíritos vivem verdades diferentes, realidades diferentes. Uns vivem no céu outros vivem no inferno; uns vivem nas cidades espirituais, outros no umbral e outros ainda soltos de qualquer coisa.

Isso é fundamental entendermos, porque sem esta compreensão ficamos chorando porque a mãe morreu e foi para longe enquanto ela continua ao seu lado no mesmo espaço físico que você. Nós não conseguimos vê-la nem entrar em contato com ela justamente por achamos que estamos separados dela.

Existe uma segunda informação nessa resposta. Vamos vê-la.

Ela está no trecho: Tendes muitos deles de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes. Os espíritos fora da carne atuam sobre vocês.

Isso é fundamental começarmos a ter consciência. Sabe quando você acha que está tendo uma ideia brilhante e maravilhosa? Você não está tendo ideia alguma. Na Verdade é um espírito que está lhe dizendo o que pensar.

O que você imagina que está pensando, que está raciocinando, lhe é dado por um espírito fora da carne. Como não percebe esta ação espiritual, acredita que você, por vontade própria, é que chegou a tal raciocínio. Mas, não foi.

Sendo assim, se existe uma ação contínua entre o espírito fora da carne e o espírito na carne onde o primeiro guia o segundo, não existe independência do ser encarnado. Você não vive essa vida material isolado do mundo espiritual. A vida carnal é completamente guiada pelos espíritos fora da carne.

Participante: Seguindo o livro da vida de cada um, não?

Sim, seguindo o livro da vida de cada um...

Mas, há mais informações nesta resposta. Vamos vê-la. Ela está no trecho: observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes, pois que os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de Seus desígnios providenciais.

De acordo com o que está aí escrito, o espírito age sobre você, mas assim o faz como instrumento de Deus. Nenhum espírito pode agir sobre você sem ser instrumento de Deus, ou seja, sem seguir o desígnio do Senhor.

Isso tem que ficar também bem claro, para pararmos de dizer que há um obsessor em cima de nós que nos faz agir de tal forma porque ele quer. Não, isso não acontece.

Se existe um espírito lhe obsedando, seja de forma for, foi Deus que o colocou junto de você e o fez guiá-lo de tal forma. Mas, por que Ele faria isso? Porque você tem a mesma vibração que este espírito desencarnado.

Deus colocou aqueles dois espíritos (o encarnado e o desencarnado) na relação chamada de obsessiva e os faz relacionar-se de uma determinada forma para que os dois apreendam o amor universal e alterem suas vibrações, mudem seus sentimentos.

Aprendam: nenhum obsessor vai em busca de um espírito encarnado livremente, fazendo o que ele quer. Se isso fosse possível, o espírito seria uma potência do Universo mais forte que Deus. O espírito é uma potência, mas é uma potência controlada por Deus.

Participante: Acho que essa nossa crença se fundamenta nas leituras espíritas, pois elas nos dão a impressão de que o espírito tem capacidade para voltar para se vingar.

Jamais. Por livre e espontânea vontade, jamais um espírito pode vingar-se de outro. Isto porque está escrito: o espírito é uma potência, mas é uma potência subordinada a Deus.

Sendo assim, se o espírito quer voltar para se vingar e consegue, é porque você merecia a vingança e Deus a fez acontecer. É como Cristo ensinou: o escândalo é necessário.

Portanto, se você for alvo de uma obsessão, tenha a certeza que o primeiro que tem que se mudar é você e não o desencarnado. Quando você mudar o seu padrão vibratório acaba com qualquer obsessão.

Participante: Então o espírito de baixa vibração só se aproxima do encarnado da mesma vibração?

Perfeito. Um espírito de baixa vibração não vai poder se aproximar se você estiver elevado.

Até porque, como acabamos de ver, o Universo é formado por afinidades. As coisas e os espíritos se aglomeram por afinidade.

Aliás, como também acontece na Terra. Se você gosta de samba, vai se aproximar de sambistas. Com certeza, não se aproximaria de dançadores de valsa.

É preciso ter bem clara esta consciência: o espírito de baixa vibração não vai chegar perto de um de alta vibração, porque esse não tem nada que ele quer. Ele fica sondando onde tem um ser de baixa vibração. Quando encontra, gruda nele. Na verdade este ser imagina estar fazendo isso por livre vontade, mas está sendo conduzido por Deus para dar a cada um de acordo com suas obras, ou seja, dar a justa reação a uma ação.

Compete ao encarnado se libertar daquela vibração alterando o seu padrão vibratório. Quando isso acontecer, se o espírito desencarnado ainda merecer viver obsessões, Deus o desligará deste encarnado e o levará a outro onde novo processo obsessivo será vivenciado.

Se isso é verdade, posso dizer que o trabalho de desobsessão, não acaba com obsessão alguma. Pode no máximo orientar o espírito fora da carne e salvá-lo, mas se aquele que está na carne não se mudar, vai atrair outros espíritos.

É como Cristo ensinou: você expulsa o demônio, ele sai e não tem onde ficar; então, volta e traz mais sete com ele.

Participante: O que eu aprendi sobre isso é que pelo merecimento a pessoa é levada a uma casa espírita ou não e por merecimento esse obsessor é afastado por algum tempo para que a pessoa possa estar revendo os seus sentimentos. É assim mesmo que funciona?

Esse é um lado da moeda, mas existe outro.

Para explicá-lo, vou ter que dizer uma coisa que vocês não vão gostar de ouvir: muitos espíritos encarnados são levados para o trabalho de desobsessão numa casa espírita porque o obsessor já tem o merecimento de sair daquela relação, de ser ajudado e não por causa do encarnado.

Sim, é o obsessor que merece e não o encarnado. Mas, este sempre imagina que ele é um anjo que foi levado ao centro espírita porque estava sendo vítima e por isso não vê que o merecimento era do outro. Não vê que o socorro só aconteceu porque o desencarnado não merecia mais ficar preso nele.

Participante: Voltando a questão de dimensões. E as outras dimensões: quarta, quinta, etc.?

A questão das dimensões é uma coisa muito difícil de falarmos. Isso porque, para vocês, ela é uma coisa não mensurável. Ou seja, vocês não conseguem ver o que é uma dimensão.

Se você trabalha a ideia dimensão como espaço físico independente deste espaço, não, não existem dimensões. Na verdade, cada dimensão é caracterizada pela densidade da matéria que existe nela e não pelo espaço físico.

Vou dar um exemplo: aí onde você está existem sete dimensões. Aí, onde você percebe um único espaço físico como pertencente a uma única dimensão, existem sete. O que posso dizer é que elas se fundem e você só percebe o nível que está vendo, a dimensão que habita.

Na verdade, existem no planeta sete dimensões, mas elas não podem ser determinadas por uma questão de espaço físico. Isso porque uma dimensão está sobre a outra, Não acima, mas junto.

Justamente por falta desta percepção, existem muitas controvérsias a respeito disso. Por exemplo, dizem que a cidade espiritual está sobre a cidade material, mas isso não é real: ela está junto, no mesmo espaço físico e não sobre.

Participante: Seria como uma coisa tridimensional?

Como disse, é muito difícil se falar de dimensões com vocês. Vocês ainda estão presos a três dimensões, enquanto que no Universo existem planetas que tem quarenta e duas dimensões.

Não, não mensure por isso. Não, não tente entender desta forma. Isto porque vão faltar elementos para vocês. Saibam apenas que todos estão no mesmo ambiente.

Deixe-me dizer uma coisa. Existe uma lei material que diz assim: dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Isso é falso. Porque no mesmo espaço existem diversos corpos.

Esta lei para poder englobar a Realidade universal deveria dizer o seguinte: dois corpos com mesma densidade não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Sim, isso é verídico. Diversos corpos em densidade diferentes ocupam o mesmo lugar no espaço.

Você só vai compreender a questão das dimensões espirituais quando entender que existem espíritos agora sentados no seu colo. Sim, posso dizer que eles estão no seu colo porque estão no mesmo lugar da sua matéria, junto com a sua matéria. É isso que precisa ficar compreendido.

Isso é o que vocês podem compreender por hoje, porque, na verdade, as dimensões são caracterizadas pelo avanço moral, ou seja, pela programação mental do espírito que geram uma densidade de matéria. Mas, isso fica para outro dia.

Participante: Acho que isso que o senhor acabou de falar vem de encontro ao final da resposta desta pergunta que estamos vendo: nem todos (os espíritos), porém, vão a toda parte, por isso que há regiões interditas aos menos adiantados.”

Para falar sobre isso, deixe-me comentar algo que aconteceu ontem.

Fui informado que ontem uma pessoa entrou neste nosso espaço virtual e escreveu um monte de besteiras. Por isso me propuseram: vamos colocar uma senha e dar para as pessoas que querem realmente estudar. Eu respondi: não se podem fechar portas, pois o templo de Deus está em todos os lugares.

Veja, no Universo não existe lugar interditado, ou seja, lugares onde você não pode ir. Se assim fosse, poderíamos dizer que Deus seria injusto, pois alguém que quer evoluir é proibido de frequentar lugares que poderiam lhe ajudar.

Mas, apesar disso existem lugares que os espíritos não frequentam. Na verdade, estes lugares não estão interditados a um determinado grupo de espíritos, mas são eles mesmos quem interditam o lugar para si. São eles que não querem ir a determinado lugar, pois não se sentem bem ali.

Além disso, os espíritos também não podem ir a todos os lugares porque existe muitos que eles não conhecem. Na verdade cada um conhece apenas os lugares do seu próprio nível.

Participante: É isso que eu iria dizer. É a questão da programação e do merecimento que faz com que a gente se sinta bem em algum lugar e que não consiga entrar em outro.

Perfeito.

Veja, na literatura espírita existe a figura do socorrista que desce ao umbral para salvar alguns espíritos do martírio. Pergunto: por que eles não salvam a todos, mas apenas alguns? Porque existem espíritos que se socorridos, ou seja, levados para as cidades espirituais, não vão querer permanecer lá. Eles querem é aquilo que estão vivendo.

Sendo assim, não adianta ir lá embaixo e trazer este espírito para cá, pois ele vai voltará para lá. Ele não gosta daqui, ele não quer ficar aqui.

Mas, isso não deveria ser difícil para vocês entenderem. Vou dar um exemplo para ficar bem claro. Pergunto: se você é vegetariano, gostaria de ir a uma churrascaria?

Participante: Não...

É por isso que os espíritos também não vão a qualquer lugar. O espírito não vai porque não quer, porque não gosta, porque não se adapta a este lugar. Porque nesse lugar não tem o que ele quer.

Então, veja. No Universo e em qualquer situação, para poder se dizer universalista, não podemos colocar placa de proibido: é cada um que coloca a placa de proibido para si mesmo, não Deus.

Além disso, precisamos ainda nos lembrar do que Cristo ensinou: eu não vim pra os sãos, mas para os doentes. É preciso entender que as pessoas que agem como vocês me descreveram que esta agiu, precisam muito mais do nosso amor do que as pessoas sãs. São elas que nós devemos amar primordialmente as sãs.

Deixe-me falar de uma parábola de Cristo que até hoje não foi compreendida em toda a sua profundidade. É a parábola do Bom Samaritano.

Os professores da lei perguntaram a Cristo. O senhor disse que nós temos que amar o próximo, mas quem é o meu próximo? Para responder a esta questão, o mestre nazareno conta a parábola do bom samaritano. Para quem não a conhece, vou resumi-la.

Havia um judeu que foi assaltado e ficou muito machucado, caído no chão. Algumas pessoas passaram por ali e não prestaram socorro, mas veio um samaritano e cuidou dele. Até aí, nada demais, se pensarmos no termo samaritano como hoje entendido: a pessoa que faz o bem. Se aplicarmos simplesmente a compreensão de hoje a parábola, entenderíamos que Cristo diz que o próximo é aquele que precisa de nosso bem.

Mas, para entender profundamente a mensagem, temos que voltar a época de Cristo e entender que samaritano é um ser humano que nasceu na Samaria, uma região da época de Jesus. Quem nascia na Samaria era samaritano.

Com isso, a parábola começa a ter outro sentido, porque os samaritanos e os judeus eram inimigos. Viviam em disputas ferrenhas, principalmente no aspecto religioso.

Sabendo disso, podemos entender que quando Cristo narra esta parábola, onde um inimigo ajuda o outro com a finalidade de designar o próximo a quem devemos amar, ele está dizendo que aquele que deve ser amado prioritariamente é o seu inimigo.

O seu inimigo, aquele que você não gosta, que não quer chegar perto, que você foge dele, este é o seu próximo, aquele que deve amar acima de todas as coisas. É isso que se compreende da mensagem do mestre quando a analisamos dentro do seu contexto original.

A partir disso, tenho que lhe dizer que quando acontecer fatos deste tipo – e não vai parar de acontecer por aqui, até porque Deus coloca pessoas com esta postura justamente para nós podermos ajudá-los – o que devemos fazer não é trancar a porta ou brigar com ele, mas sim amá-lo.

Outro dia me perguntaram sobre uma boa forma de acabar com a inveja. Eu disse: amar o invejoso, amar a inveja e amar o resultado da inveja. Portanto, amem aqueles que fazem isso, amem o que ele está fazendo e amem a todo mundo.