Para vencer a síndrome de juiz, portanto, é preciso retirar do pensamento aquilo que está vinculado a uma pena. Se fizer isso, você pode responder às proposições da vida com a opção nenhuma das questões anteriores. Se não fizer, sempre responderá de acordo com o que a vida afirma que está acontecendo e com isso sofrerá.
Prendendo-se à idéia que a vida cria, você achará que aquele motorista horrível, pois ele avançou o sinal. Verá naquela ação uma injustiça para com quem estava atravessando a rua. Com isso, a síndrome do super herói agirá.
Mesmo que o fato não tenha causado vítimas, a sua vida vai explorar a idéia de que poderia ter havido uma injustiça, pois alguém poderia ter sido afetado pelo erro cometido por aquele motorista. Por estar ligado à síndrome do todo poderoso você se achará obrigado a fazer alguma coisa com relação àquele fato, nem que seja apenas emocionalmente. Com tudo isso agindo, você fatalmente não escapará do sofrimento...
Esta é a única forma de você se livrar da síndrome de juiz: é retirar do que está sendo percebido tudo que qualifica de alguma forma o que está sendo percebido.
Participante: retirar o certo e errado
Não estou falando em explicitamente dizer se está certo ou errado. Há coisas que a vida cria no mundo mental onde ela não usa de forma explícita a qualificação de certo ou errado. Isso muitas vezes está subtendido atrás de termos comuns...
O exemplo que estamos usando é um destes momentos. Por trás da informação que diz que o motorista avançou o sinal existe uma informação de que algo errado foi feito.
Ninguém se restringe a dizer que o motorista apenas passou quando o sinal estava vermelho, mas que ele avançou o sinal. Quando fala assim, mesmo que isso não esteja aparente, foi criada a caracterização de que aconteceu um erro.