Síndromes da vida

Libertando-se da síndrome da aceitação

Esta, portanto, é a primeira síndrome. Na verdade ela não se caracteriza pela a dependência dos outros, mas pela dependência da sua vida. Para libertar-se dela, você precisa desqualificar o que a vida diz e isso se faz com o não sei. Esta libertação leva ao fim da vivência da culpa, mas também da glória. Deve-se, ainda, ter em mente que a liberdade não vai mudar a forma de a vida pensar.

Participante: este aspecto de não mudar a forma da vida pensar é a coisa mais dura de nós constatarmos.

Sim. É difícil aceitar que a vida não mudará porque vocês ainda acham que é ela. Por este motivo, acreditam que quando intervierem em alguma proposição da vida isso levará inexoravelmente a uma mudança interna. Não, isso não acontecerá.

Aliás, esta mudança pode até acontecer, pois é fato que muitas pessoas alteram sua forma de relacionarem-se com os acontecimentos da vida. Só que quando isso acontecer não foi por conta da ação de vocês, mas trata-se apenas da vida gerando uma verdade diferente para mantê-los apegados à ela.

Participante: esta questão do despertar é para mim, ao mesmo tempo, a coisa mais bonita, mas também a mais feia. Acho que é só falar que é o é, mas com consistência.

É só dizer não sei...

Esta é a primeira síndrome. Como disse, para cada sofrimento vamos achar uma síndrome que a vida possui.

O que é síndrome? Uma repetição de padrão. Não é o que estou falando sobre a síndrome da aceitação? Trata-se da repetição de um padrão de pensamento formado por atribuições de certo ou errado ao que acontece.

Você se apega a este padrão porque depende da sua aceitação para ser feliz. Na verdade, você não depende da aceitação do outro externo, mas do seu eu interno.

Portanto, concluindo, afirmo que você continuará brigando com sua filha e não poderá mudar isso até que a vida mude, se ela mudar. Aquela outra pessoa continuará pulando no pescoço dos outros e tem que aceitar este acontecimento na sua vida sem pesar. Já esta outra continuará rodando a baiana e terá que aceitar este fato.

Participante: ate a hora que não rodar mais...

Não existe, não pense nesta hipótese, pois isso não depende de você. Esqueça esta opção.

Na verdade, esta afirmação partiu da vida e não de você. É ela que está jogando uma esperança para ver se você mantém acesa a chama de que um dia acabará. Só que quando isso ocorrer será outra vida e você já terá perdido esta.

Participante: esta é a vida... Saímos da culpa para cair em outro problema.

Eu não diria que você não cairá em um novo problema, mas sim na mesma culpa, só que rotulada de forma diferente.

Porque você tornou a cair na proposta da culpa? Porque só se libertou da vida no aspecto físico, do ato em si. Como há outros atos que também levam à proposição da culpa, quando esta emoção for novamente apresentada como opção pela vida, você cairá.