Bem aventurado - Mateus - conversa 03

Jesus cura um paralítico

Jesus entrou num barco, voltou para o lado oeste do lago e chegou à sua cidade. Então algumas pessoas trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico: Coragem, meu filho! Os seus pecados estão perdoados.

Aí alguns mestres da Lei começaram a pensar: Este homem está blasfemando contra Deus.

Porém Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse: Por que é que vocês estão pensando essas coisas más? O que é mais fácil dizer ao paralítico: “Os seus pecados estão perdoados” ou “Levante-se e ande”? Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.

Então disse ao paralítico: Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa. O homem se levantou e foi para casa.

Quando o povo viu isso, ficou com medo e louvou a Deus por dar esse poder a seres humanos. (Mateus 9. 1 a 7)

Vamos começar do princípio. Jesus viu o paralitico e observou que ele tinha o quê?

Participante: pecado.

Não! Viu que tinha fé.

É preciso começar por aqui para se entender que o mestre não está narrando a cura de qualquer paralitico. Está falando daquele que merecia ser curado porque havia se entregue a Deus com confiança no Pai.

Então, o mestre não cura qualquer um: cura aquele que ele sabe que merece ser curado. Ou seja, faz apenas a parte dele na historinha. Falo assim porque se alguém merece ser curado, pouco importa quem será o agente da cura; ela acontecerá.

Isso é que vocês esquecem quando se dizem médiuns de cura. Querem curar todo mundo. Isso é impossível. É preciso entender que se alguém quer a cura tem que ter a fé necessária para que isso aconteça. Sendo assim, é a fé que cura e não o médium.

Participante: e o caso do bebê que não sabe o que é fé?

O espírito sabe. Todo bebê é espirito velho que já desenvolveu a fé ou não.

Esse é o primeiro detalhe do texto. Segundo. Cristo diz: ‘seus pecados foram curados’. O que quer dizer isso?

Participante: que ali terminava uma reação do pecado.

Não. Fala da cura espiritual.

A cura espiritual não acontece quando se cura o corpo. Essa cura se faz curando o que causou aquilo no corpo: o mal espiritual. Ou seja, quando se muda o merecimento do espírito.

No caso dessa parábola, então, posso dizer que o mestre serviu de instrumento para uma cura espiritual porque aquele ser já tinha o merecimento da cura. Esse é o primeiro ponto, mas tem outro.

Segundo: as pessoas estavam pensando que o que Cristo disse era uma blasfêmia contra Deus. O que é uma blasfêmia contra Deus? Uma ofensa. Por que seria uma ofensa Cristo perdoar os pecados daquele ser?

Participante: porque só Deus podia fazer isso.

Extado. Seria uma blasfêmia porque ninguém pode agir em nome de Deus. Seria isso?

Participante: sim.

Posso, então, entender que o que não estão aceitando é que Deus aja através dos humanos. Para aquele povo, o Pai tinha que vir pessoalmente para poder dar o perdão, acabar com os pecados de alguém encarnado. É isso?

Participante: sim.

Deus é a Causa Primária de todas as coisas, ou seja, tudo começa Nele. Mas, Ele não vem pessoalmente fazer as coisas acontecerem: ele se utiliza de intermediários.

Estou certo? Acredita nisso?

Participante: sim.

Então, tenho a dizer que quem bateu no seu carro não é um motorista inconsequente, mas um instrumento de Deus. Ele é a Causa Primária da batida, mas não faz isso pessoalmente: utiliza um instrumento. Por isso, na hora que baterem no seu carro, não fique com raiva aquele que aparentemente estava dirigindo.

Esse é o ensinamento de Cristo. Ele fala da relação do ser humanizado com os acontecimentos da vida de uma forma geral Apesar dele estar disponível há mais de dois mil anos, até hoje vocês ainda acham blasfêmia dizer que Deus é que faz o estuprador estuprar. Consideram como blasfêmia ver Deus por trás da ação do ser humano.

Participante: em tudo.