Síndromes da vida

Fidelidade

Vamos falar de outra síndrome.

Participante: tive um sonho outro dia. Nele minha mulher estava grávida de outro homem. Isso me fez sofrer.

Participante: esta síndrome é a da traição?

Não. É a síndrome da princesa.

Participante: não entendi...

Esta síndrome que é fundamentada na crença que vocês vão crescer e um dia encontrarão um príncipe encantado e serão felizes para sempre. Este príncipe virá montado num cavalo branco, terá um reino muito grande onde se vive em paz e com justiça. Além disso, ele terá muitas posses para que vocês vivam eternamente em comunhão e sem carências.

Este é o padrão que a vida segue para os relacionamentos humanos. Por causa desta síndrome, que é criada pela vida e vivenciada por vocês, que nasce um conceito que gera grandes problemas: a fidelidade.

Qual o critério que vocês usam para dizer que existe fidelidade?

Participante: fazer o que eu quero...

Sim, este é o seu critério de fidelidade.

Você, como, aliás, todo ser humano, acha que para outra pessoa lhe seja fiel é preciso que ela seja do jeito que você quer e que faça aquilo que acha que ela deva fazer. Quem age assim, para vocês é fiel.

Só que tem um detalhe: este critério não se aplica apenas no relacionamento com o próximo, mas também no relacionamento com você mesmo. Para sentir-se fiel a si mesmo você acredita que precisa fazer aquilo que quer. Agindo de maneira diferente do que acredita seja o certo para agir, você acha que não foi fiel a si mesmo.

Por exemplo: você acabou de me dizer que sofreu porque voou no pescoço de alguém. A culpa que você vivenciou quando a vida criou este acontecimento tem a ver com a questão da infidelidade, pois quando você ilusoriamente protagonizou algo que imagina que não deveria ser feito, sentiu-se infiel a si mesmo e isso lhe ajudou a sofrer naquele momento.