Reforma íntima - Textos - volume 06

Felicidade

“As citações deste artigo foram extraídas do Livro Sábias Palavras do Dalai Lama.”

O ser humano imagina que a felicidade seja alguma coisa externa a si mesmo. Ele entende que ela é provocada por fatores externos e necessita destes fatores para que se sinta feliz.

“Se colocamos dentro do ponto de vista materialista, certos trunfos são essenciais para desenvolver a alegria e a felicidade cotidianas. Uma vida feliz, no sentido materialista, exige boa saúde, certa folga financeira, conforto material, amigos, um companheiro ou uma companheira”.

Entretanto esta é uma visão exclusivamente materialista. Este sentimento não se trata de uma felicidade, mas sim de um prazer pessoal, gerado pela sensação do cumprimento dos conceitos individuais de cada um.

“Não devemos confundir felicidade com prazer”.

A verdadeira felicidade é aquela que é confundida com a paz de espírito, ou seja, aquele estado onde o espírito encontra-se em paz consigo mesmo e com todas as coisas que o cerca.

“A verdadeira Felicidade não depende de nenhum ser, de nenhum objeto exterior. Só depende de nós”.

Para isto é preciso que o espírito aja sobre os acontecimentos da vida e não fique esperando que eles se sucedam da forma que imagina que lhe proporcionar ser feliz. A felicidade deve ser conquistada e não conseguida. O espírito necessita construir a sua felicidade.

“É nosso comportamento cotidiano que constrói a Felicidade e induz a um sentimento de satisfação ou frustração. O estado de espírito está na origem de nossa atitude. A motivação o determina, ela é a chave do nosso comportamento”.

Portanto, a felicidade depende da motivação ou seja, do motivo que o espírito der para o que está acontecendo. Este “motivo” é determinado pelo sentimento que o ser escolha para reagir ao acontecimento que está se sucedendo e não determinado pelo próprio acontecimento.

“Chegar a uma felicidade autêntica supõe transformar nossa maneira de pensar e o olhar que lançamos sobre o mundo e todos os seres”.

Um mesmo fato pode ser sentido de formas diferentes: podemos encontrar nele motivos para sofrer ou para nos alegrar. O importante é sabermos que esta escolha não depende do fato em si, mas apenas de nós mesmos. Do motivo que escolho para o acontecimento.

“É possível alcançar a felicidade, exercendo o nosso espírito”.

O primeiro passo para alterar a motivação que aplicamos nas coisas é desmaterializar o mundo em que vivemos, espiritualizando-o.

O mundo material é essencialmente injusto, pois é composto pelos binômios bom ou mal, feio ou bonito, certo ou errado. Essa imagem, gerada a partir de atos comandados por quem não possui a visão completa do Universo, leva o espírito a escolher sofrimentos para reagir aos acontecimentos.

Para que o ser possa entrar no gozo da verdadeira felicidade, precisa entender que não existe um mundo material isolado do mundo espiritual. Essa visão coloca Deus no papel de Juiz do Universo, submetendo-se ao querer do ser humano.

Este é um mundo espiritual: aquele que se submete ao Criador do Universo. Se Deus possui a Justiça Perfeita esse é, portanto, um mundo perfeito. A partir desta visão, o espírito pode, então, destruir a motivação injustiça, errada, feia ou má, pois essas coisas não pertencem à essência de Deus.

“A Felicidade autêntica e duradoura depende de causas e condições criadas por nós. Atos virtuosos são como sementes que fertilizam nosso espírito. Os efeitos dessas impressões que deixamos favorecem a sobrevinda de acontecimentos felizes”.

Enquanto o espírito não desmaterializar as coisas, aplicando nelas a essência divina, sente necessidade da reação negativa a quem lhe impôs sofrimento. Esta reação do espírito lhe gera mais situações de sofrimento (Lei da Ação e Reação).

Este ciclo acontecerá enquanto o espírito reagir desta forma. Somente quando ele alterar a sua reação sobrevirão os atos que contentaram seus conceitos. Reagindo com felicidade a todos os acontecimentos, o espírito criará um ciclo de felicidade para si mesmo.

“Se tivermos aprendido a disciplinar nosso espírito a ficar satisfeito com o que possuímos, a viver em paz com os outros e com nós mesmos, seremos felizes, mesmo se perdermos nossas riquezas e nossas condições de vida se degradarem. Pois aqueles que nos cercam vão nos sustentar e nos ajudar, já que teremos sido bons e generosos com eles”.