Religiões

Deus

A partir daí vamos continuar nossa conversa falando do elemento Deus. Esta será a nossa primeira abordagem na comparação entre a doutrina espírita dos espíritos e na humanizada.

Como os espíritos definiram Deus, ou seja, através de que propriedades os espíritos definiram Deus? A resposta está na pergunta 13 de O Livro dos Espíritos:

“13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos idéia completa de seus atributos?Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas idéias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber”.

Pela resposta podemos compreender que o Espírito da Verdade não concorda com as qualidades propostas por Kardec, mas deixa bem claro que todas aquelas que foram citadas são realmente atributos do Pai Supremo. E diz mais: elas devem estar em grau supremo e existirem de tal forma que coloquem Deus acima de toda materialidade ou das próprias propriedades de outros espíritos.

Por aí, então, começaremos nossa conversa: Deus é muito mais do que a vã filosofia humana possa conceber e sempre estará acima de qualquer outro espírito com relação à compreensão da Verdade e da Realidade. Ou seja, Deus não pode ser compreendido pelo ser humanizado.

Mais tarde voltaremos a este aspecto. Por agora vamos, então, ver uma a uma as poucas propriedades que os espíritos encarnados no orbe terrestres podem conhecer do Pai, buscando entender como a doutrina dos espíritos as utiliza para a criação das realidades e como a humanizada também o faz.

ETERNO

Primeiro ensinamento dos espíritos: Deus é Eterno. O que quer dizer isso? Quer dizer que o Senhor sempre existiu e sempre existirá. Não há nenhum momento onde Ele deixe de existir, ou seja, que Suas propriedades não estejam presentes.

IMUTÁVEL

Deus não se muda, ou seja, não é algo em um momento e em outro pode ser alguma coisa diferente. Todas as suas propriedades estão sempre presentes, fundamentadas e agindo de uma forma única.

Vá guardando estas compreensões que estamos comentando porque depois, quando formos falar da doutrina espírita humanizada, precisaremos delas.

Então, Deus é sempre eterno e durante toda a eternidade nunca se alterou.

IMATERIAL

Deus não tem nada de matéria em si. A matéria está abaixo de Deus. Ele não é composto por matérias.

Só com este conhecimento resolvemos já uma questão presente nas doutrinas humanizadas: Deus é um aglomerado de energias. Isso não pode ser, porque energia é matéria.

Então, Deus é algo que você não sabe o que é, mas há pelo menos uma coisa que pode saber que Ele não é: composto por matérias. Esse algo, que não é composto por matérias, sempre existiu e sempre existirá e jamais se alterará.

ÚNICO

Não existem dois deuses. Isso é ponto fundamental para a compreensão da Realidade, para o entendimento da Verdade.

ONIPOTENTE

Deus é onipotente, ou seja, é toda a potência do Universo. Isso quer dizer que nada pode ser mais potente do que Deus, nada pode mais do que Ele.

Portanto, o Deus dos espíritos, até aqui, é algo que não se pode definir precisamente, mas que com certeza não é material, existe sempre sem jamais alterar-se e nada nem ninguém pode, pois Ele é único e onipotente.

SOBERANAMENTE JUSTO E BOM

Deus é a Justiça. Mas, não uma justiça justiceira, que prende, dá penas e pune. A propriedade Justiça do Pai está ligada ao Amor. Por isso afirmo que Ele é uma justiça que age por amor.

Não se trata de uma justiça que tem como objetivo corrigir com cerceamento de liberdade ou de qualquer outra forma agressiva. A Justiça de Deus baseia-se no amor e, portanto, tem como objetivo, ao ser aplicada, a concessão de uma nova oportunidade de mudança, de elevação, de melhora.

Por esta propriedade devemos entender que Deus é como um pai ou mãe terrestre que coloca o filho de castigo, mesmo não querendo colocar, porque sabe que aquele castigo é importante para o futuro do filho.