Emoções

Crucificar a natureza humana

Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a sua própria natureza humana, junto com todas as suas paixões e desejos. Que o Espírito que nos deu a vida, controle também a nossa vida.

Gálatas, 5, 24 e 25

O recado de Paulo é muito direto: crucifique a natureza humana. Crucifique as suas paixões, desejos, vontades, padrões de certos e errados, bonitos e feios, limpos e sujos. Isto é reforma íntima...

Crucifique tudo isto, mate tudo isto, porque enquanto estes padrões humanos estiverem ativos, sua existência será guiada pela natureza humana. Só quando se libertar de tudo isto poderá ser guiado conscientemente pelo Espírito que lhes deu a vida.

Deixe-me dizer algo importante: você é espírito antes, durante e depois da encarnação. Não há quebra de continuidade da existência espiritual porque o ser universal vive uma encarnação. O ser universal continua existindo durante a encarnação com todas suas realidades. Ele apenas está humanizado (ligado a outro tipo de consciência, que chamamos de ego), mas não deixou de ser um espírito.

Sendo assim, a vida humana é um dom divino, algo criado por Deus para servir ao espírito e não ao ser humanizado. Por isso, podemos afirmar que ela não é para ser aproveitada pelo ser humanizado (gozar os prazeres através da satisfação de seus desejos), mas sim pelo espírito. Isto acontece quando ele crucifica a sua natureza humana. Com esta crucificação ele se purifica e se esclarece. Mas para isto, é preciso que aceite submisso às provas que a vida contém para alcançar a meta que lhe foi assinada.

Sendo isso verdade, posso dizer que você só está vivo porque é espírito e está vivendo um momento de sua existência eterna que poderá levá-lo a alcançar progressivamente a perfeição. Para isso precisa conhecer a verdade. Como conhecê-la, se você como ser humanizado acha que já sabe tudo, que conhece tudo que é certo e errado?

Deixar o espírito que nos deu a vida assumir o controle dela é o resultado do trabalho da reforma íntima. Mas, para que isso aconteça é preciso que o ser crucifique a sua natureza humana. Sem esta ação, ela se sobreporá ao seu lado espiritual e a oportunidade da encarnação terá sido desperdiçada.