Síndromes da vida

Coletivo humano

Participante: vamos supor que a humanidade conseguisse realizar este processo, ou seja, isolar-se da vida. Nós nos isolaríamos da coletividade?

Não, pelo contrário. Neste momento é que se integrariam à coletividade...

Participante: quer dizer que hoje nós fingimos que estamos integrados ao coletivo...

Sim. Mas par compreender o que estou dizendo, precisamos entender o que é a coletividade que você está falando...

Você me perguntou que se cada um conseguisse viver assim acabaria a coletividade. Eu estou dizendo que é o contrário: você viverá no coletivo. Para entender isso eu pergunto: qual é o seu coletivo hoje?

O que é coletivo?

Participante: todos juntos.

Diante de sua resposta tenho que concluir que a coletividade a que se refere são todos os que existem na sua vida. Certo?

O que é esta coletividade? Trata-se de um grupo de seres? Não, é apenas a sua vida. Se tudo que pertence à sua realidade existe apenas dentro de sua vida, isso quer dizer que a coletividade à qual se refere está concentrada em apenas uma coisa: a sua vida...

Na verdade, o que você está chamando de viver em coletividade é viver com você mesma, com os elementos que estão na sua vida. Esta é a vida em coletividade que vocês podem alcançar, já que não se vive com ele ou com ela nem com ninguém.

Não sei se vocês se lembram, mas eu fiz uma série de conversas onde falava do universo universal para os seres humanos. Àquela época disse uma coisa que vocês se espantaram: no universo uno, único e estável, como pode haver espíritos? Como pode haver diversos espíritos se tudo é Um? Não é interessante isso? Se existissem múltiplos espíritos seria o fim da unidade.

Para responder a esta questão à época eu expliquei que existem diversos espíritos, mas todos vivem a mesma coisa mentalmente. Por isso eles vivem como um. Esta mesma compreensão vale para o que você está me perguntando agora.

A comunidade é você, é sua vida. Por isso, você não precisa aprender a conviver com o seu marido, com a sua vizinha ou com a sua mãe, mas apenas coma a sua vida. Basta aprendera conviver com a sua vida, pois ela contém a coletividade com a qual você quer se relacionar.

Participante: mas, não me achando a vida. É isso?

Não achando que você é a vida. Aprender a conviver com a coletividade que é você só.

É no seu mundo mental, dentro que você mesmo que se resolvem todos os problemas da vida. É apenas ali que se eliminam todas as fontes de sofrimento e de prazer da vida. Não há nada a ser resolvido externamente com outras pessoas.

Sem compreender isso, você não consegue fazer nada no tocante à felicidade. Isso porque ainda irá querer mudar o marido, endireitar a filha, etc.

É dentro de você mesmo, no seu mundo mental que se precisam mudar as compreensões para poder existir em felicidade. Sendo dentro que é dito que o emprego que se possui não é bom, é lá que é preciso mudar a forma de ver o emprego.

Não estou falando em mudança no sentido de criar mentalmente a idéia de que o emprego é bom, já que atribuir valores às coisas é de competência única da vida. O que estou dizendo é que você deve não viver o mal que é atribuído ao emprego.

Tudo se resolve dentro de si mesmo, nada fora. Você não tem nada para fazer no mundo externo, mas precisa organizar tudo internamente de tal forma que o seu mundo mental não gere o sofrimento. Para poder arrumar tudo que está dentro, você precisa saber que todas as idéias geradas pela vida é que cria o que imagina estar acontecendo no mundo exterior.

O que ela usa para fazer esta criação? As síndromes que estamos conversando...

Ela cria um marido e cria também as falas dele em desacordo com suas verdades para que você aceite a síndrome do sábio, para que aceite que tem que dizer o que é certo. Com isso você está aceitando o modo de pensar dela que leva você a sofrer...

Participante: isso não só com relação a esta síndrome, mas com todas as que vimos.

Sim, ela se utiliza de elementos que cria e que você aceita como reais para que aceite o sofrimento que ela lhe dará. Se a vida tem a síndrome de princesa, por exemplo, ela cria um marido e uma infidelidade que ela dirá que foi cometida por ele.

É ela quem cria um marido infiel. A infidelidade não é de um ser que está fora de você.

Para que ela faz isso? Para que possa usar contra você a síndrome da princesa e assim aceite o sofrimento que ela lhe dará.

Diante de tudo isso, eu pergunto àquela moça: como é mesmo que você já tinha classificado a vida?

Participante: de sádica...

Sim, a vida é sádica, mas não é má. Ela não faz nada disso por maldade, mas porque essa é a sua função no universo, a sua razão de existir.

Para que serve a vida? Para testar o seu apego às coisas do mundo material...

Participante: se aprendermos isso nós poderemos ir embora deste mundo?

Não, porque qualquer coisa que aprenda só existe culturalmente. Aliás, nem isso: quem aprende não é você, mas sim a vida. Digo isso porque todas as palavras e idéias que estamos falando hoje quem está aprendendo é a vida e não vocês.