Síndromes da vida

A origem da culpa

Como já disse em outras vezes, tudo nesta vida tem um custo. Quando você se liberta de alguma coisa, lhe é gerada uma nova condição. Que condição será gerada pela sua liberdade das regras societárias de certo e errado? Com certeza será colocada de lado pela sociedade...

Observe que o fato de libertar-se das regras societárias não é algo tão simples. Ele traz conseqüências, tem um custo.

Você não aceita as regras de certo e errado porque quer, porque concorda com o que a sociedade propõe. Na verdade esta aceitação é feita para que você viva sociedade, para que conviva com outros seres humanos. .

Se isso é verdade, para não viver a culpa que a vida oferece o que você precisa usar na exclusão desta opção, não é simplesmente libertar-se das regras de certo errado, mas sim a dependência da aceitação da necessidade de se viver em sociedade. Sem que você se liberte desta aceitação, jamais conseguirá se libertar das regras societárias e sem isso, jamais deixará de sentir culpa.

Uma arma que posso lhe oferecer para que se liberte desta dependência é perguntar a si mesmo: para você é mais importante feliz de verdade ou a aceitação dos outros?

Participante: claro que é a felicidade de verdade...

Calma, você está se iludindo. A questão não é tão simples assim. Se fosse, já teria conseguido se libertar destes padrões.

Se realmente para você fosse mais importante ser feliz, hoje você não conviveria dentro da sociedade aplicando códigos que consagram certos e errados e, por isso, não teria culpa. Se ainda aceita as culpas que a vida lhe propõe, isso quer dizer que está priorizando a aceitação ela sociedade em detrimento de sua felicidade.

Não depender da aprovação da sociedade: é aqui que começa a exclusão do que é proposto pela vida e não no querer libertar-se das regras de certo e errado. Só quando disser a si mesmo que se aceitar esta culpa estará se subordinando a lei do certo e errado poderá se libertar dela. Mas, para conseguir realmente realizar esta libertação, é preciso estar ciente que por conta disso poderá ser colocada à margem da sociedade.

É por conta deste custo que o trabalho da busca de se viver a felicidade traz que você, apesar de dizer prontamente que prefere a felicidade, não consegue realmente se libertar da culpa. É por isso, também, que este é o primeiro aspecto que precisa ser combatido para que não se ligue inconscientemente à opção sentir-se culpada.

O primeiro passo para aquele que não quer sentir-se culpado por nada é não viver a necessidade de ser bem vista pela outros que está presente na vida humana. Para isso, é preciso não aceitar quando a vida lhe diz que você não pode viver sozinha, que precisa ter amigos à sua volta, que precisa ser uma mãe, amiga, esposa ou filha perfeita. É aqui que começa o trabalho. Sem libertar-se dessas coisas, fatalmente aceitará a culpa.

Vou chamar as formas padrões de viver que a vida se utiliza de síndromes, para usar o mesmo termo que os psiquiatras usam para as doenças da mente. Achar que precisa ser considerada perfeita e cercada de amigos é uma síndrome da vida que chamamos de ‘síndrome da aceitação’.

A síndrome da aceitação, que está na vida e não em você, é um padrão de raciocínio onde é afirmado que você precisa ser um humano identificado com o que a humanidade vive. É uma linha de raciocínio da vida que afirma que você precisa ser aceita pela sociedade e por isso ela contempla a idéia de que você precisa seguir as normas e padrões que a sociedade gera para a convivência dos seres humanos.

Esta síndrome precisa ser trabalhada pro você, pois se não fizer isso, jamais conseguirá se desligar dos padrões de certo e errado da sociedade e com isso a vivência da culpabilidade gerada pela vida é inevitável. Isso porque em todas as opções de estado emocional que a vida cria há sempre uma regra de certo e errado que você precisa libertar-se para ser feliz.

Tenha uma coisa em mente: para não viver a culpa, de nada adianta apenas querer se acabar com a regra de certo e errado. Enquanto viver esta síndrome, ou seja, enquanto for dependente da aceitação dos outros, não conseguirá se libertar do que a vida lhe propõe para sentir. Enquanto necessitar e ansiar em ser aceita pela coletividade, com certeza sofrerá muito.