Desde há muito tempo, nas relações sociais as pessoas tem a
preocupação de saber qual a nossa religião, e essa preocupação tem haver com o
fato de que nos dão valor pelo nosso rótulo religioso. Elas se identificam ou
não conosco, em razão da nossa profissão de fé. Daí então, as religiões
passaram a separar as pessoas. Do mesmo modo que existe o rico e o pobre, o
branco e o negro, também passou-se a ter a divisão em função das religiões. Se
o indivíduo for da religião a, b, ou c, se for de uma religião tradicionalista,
ele tem uma aceitação na sociedade. Se pertencer a uma religião menos ortodoxa,
menos conhecida, possivelmente pagará algum tipo de onus nesse relacionamento
social. Seja onus da descrença, da zombaria etc... A religião pesa, e não
devia, na vida social das pessoas.
O que deve ser a nossa religião?
Buscar a divindade em nós, ligar-se a Deus, e essa busca, só pode ser feita através do nosso semelhante. É daí então que descobriremos que muita gente que vive direto em templos, igrejas, centros, sinagogas e outras congregações, é materialista, quando não atéia, porque tem na busca da religião, apenas seu culto externo, tem o culto religioso apenas na aparência e não na sua intimidade.
Madre Tereza juntou anciões nos lixos de Calcutá, e um deles no seu momento de últimos suspiros, em seus braços lhe perguntou: "Qual a religião da senhora?" Ela respondeu: Minha religião é você! Nossa religião dessa forma, precisa se adequar ao espírito religioso, pois grande número de vezes, adotamos a postura religiosista que busca as exterioridades da crença, o lado social da crença, as roupas, as festas, os encontros... Há criaturas que frequentam determinadas crenças por causa disto, deixam de atender ao preceito maior da religião, que é o amar a Deus acima de tudo, e ao nosso próximo como a nós mesmos.
A nossa religião deve ser uma religião que nos amadureça e não nos infantilize, nos leve demonstrações de que aquilo que agente crê é verdade.
O que é que eu estou buscando na minha crença?
Raul Teixeira