Renato Mendes

Felicidade

Por Renato Mendes há 7 anos

Alguma vez se questionou por que você faz as coisas que faz?

Respondo, obter uma recompensa.

Você estuda para ser recompensado com um bom emprego.

Você trabalha pra ser recompensado com um bom salário.

Você utiliza o seu salário pra ser recompensado com algo que lhe traga satisfação.

Porém, a satisfação não dura. E lá vamos nós de novo neste ciclo sem fim.

Figura


Em última instância o que buscamos é algo que chamo de felicidade ou paz, porém a confundimos com satisfação ou podemos usar outro termo, prazer.

Há duas coisas a serem levantadas sobre isto:

Só existe busca quando existe falta. Eu não busco por algo que eu tenha, logo, a minha busca é por ocupar um espaço ou preencher algo que eu enxergo estar vazio;

 Prazer não dura, o prazer traz consigo a dor, a dor de perder o prazer quando o prazer estiver presente e a dor após perder o prazer o que nos leva a buscar novamente o prazer que trará consigo a dor e assim sucessivamente.

A felicidade incondicionada ou paz para não serem confundidas com satisfação ou prazer devem ser permanentes, ou seja, não se perderem ou mudarem.

Como então obter esta felicidade incondicionada e permanente?

Respondo, você não pode obtê-la.

Então pra que busca-la?

Exato, eis a resposta. Felicidade é ser feliz e ponto, não é uma meta tampouco uma causa.

Figura


Veja, se você condicionar a felicidade a qualquer coisa esta felicidade não pode ser permanente. Ao mudar a coisa, o que irá acontecer hora ou outra, esta felicidade se extinguirá, e o que pode extinguir é o prazer e não a felicidade.

Então devo aceitar esta falta ou vazio e viver neste ciclo de prazer e dor?

Este é o ponto. Olhe para esta falta ou vazio ao invés de tentar preenche-lo a todo momento. Apenas fique com ele, não busque nada para resolve-lo, muda-lo ou preenche-lo. Toda justificativa para a existência deste vazio é a ignorância sobre este próprio vazio.

Olhe profundamente e perceberá que este vazio nunca esteve lá, apenas acreditamos que esteve e toda solução para preencher ou transformar este vazio apenas reforça a crença em sua existência.

A resposta para a felicidade é o percebimento de que não há um vazio a ser preenchido, nunca houve vazio, apenas ignoramos isto.

E o paradoxo é que a crença neste vazio é o que sempre encobriu a felicidade.