No Evangelho de Mateus, existe a explicação para
esta afirmação de Jesus.
“E porque vocês estão preocupados com as roupas?
Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham nem fazem roupas para
si mesmas. Mas eu afirmo que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas
tão bonitas como essas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje
floresce e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que Deus vestirá
também vocês, que têm uma fé tão pequena”! (Mateus – 6,28)
Jesus nos conclama a não nos preocuparmos com as
roupas que vestiremos, porque é Deus quem veste todas as coisas que existem no
Universo. No texto de Mateus, existe ainda a citação de que também não devemos
nos preocupar com a comida e bebida que necessitamos, pois Deus também as
proverá, como provê para os animais.
Com estes exemplos, Jesus está nos dizendo: Deus
provê todas as nossas necessidades.
Imaginamos que somos seres autônomos, com
liberdade irrestrita de fazermos aquilo que quisermos, mas Jesus nos diz que
Deus é que provê todas as coisas de nossas vidas. Afirmamos que uma pessoa
passa por necessidades porque não trabalha, pois é um “vagabundo”. Mas, se Deus
é quem provê o alimento, qual a influência do trabalho nisto?
No Livro dos Espíritos, a espiritualidade
superior transmitiu a Allan Kardec esta resposta na questão número 1:
Que é Deus? Deus é a Inteligência Suprema,
Causa Primária de todas as coisas.
Deus causa tudo o que acontece. Não cai uma
folha de uma árvore sem que o Pai a faça cair. Todos os acontecimentos do
Universo são comandados por Deus, pois tudo participa de uma interação e apenas
Aquele que possui a verdadeira compreensão do sincronismo do funcionamento
desta “máquina” pode comandar os acontecimentos.
Deus tem esta função porque possui a Inteligência
Suprema, ou seja, a melhor capacidade de avaliar o efeito daquilo que está
sucedendo para todas as coisas do Universo.
Entretanto, na pergunta 04 do mesmo livro, a
resposta da espiritualidade foi a seguinte:
4 – Onde se pode encontrar a prova da existência
de Deus? Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa.
Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos
responderá.
As palavras em destaque separaram as obras do
homem das obras de Deus. Ficou a ideia de que Deus só causa aquilo que não é
obra do homem, que passou, então, a ser o próprio causador do que faz.
Criou-se o mundo material, onde o homem causa as
coisas e o mundo espiritual, onde Deus é a Causa Primeira.
Com essa ideia, explica-se por que o homem passa
fome: porque é vagabundo e não porque Deus causou o seu desemprego... O inimigo
mata e fere quem quiser e não Deus é quem causa ferimentos em que merece e
precisa...
A separação do Universo em dois mundos distintos
criou duas causas primárias!
07 - Poder-se-ia encontrar a causa primeira da
formação das coisas nas propriedades íntimas da matéria? Mas, então, qual seria
a causa dessas propriedades? É preciso sempre uma causa primeira.
Na pergunta 07 do mesmo livro, a espiritualidade
já começou a também deixar mensagens sobre este entendimento que já sabia que
seria alcançado se o homem não abandonasse a sua soberba de querer ser causa
primeira das coisas, ou seja, Deus.
No exemplo acima, o que teria causado ao homem a
situação de mendicância? O que teria causado a situação de desemprego?
Poderíamos afirmar que o próprio homem é o
culpado pois não estudou, entregou-se a vícios, etc. Entretanto, isto seria uma
inverdade. Na situação dos dias de hoje, muitos homens que se encontram nesta
situação possuem estudo avançado e não chegaram a esta situação por causa de
vícios. A causa desta situação seria, então, a “atual conjuntura” do mundo?
Aplicando-se o contido na pergunta 07, que todo
efeito deverá ter uma causa primeira, qual seria a causa da conjuntura atual?
Diversos motivos podem ser citados, mas sempre continuaríamos a questionar:
qual a causa primeira disto? Sempre, no fim de qualquer destes questionamentos,
teríamos obrigatoriamente que chegar à ação de Deus sobre todas as coisas.
Foi Deus quem “escolheu” aquele determinado
homem para ficar sem emprego ou cair em determinado vício. Foi Deus quem gerou
a situação financeira mundial dos dias de hoje para que as pessoas passassem
por determinadas situações. É Ele quem diz que efeito terá a situação sobre o
destino de cada um e dos que convivem com ele!
Mas, por que Deus dá determinadas situações às
pessoas?
9 – Onde se vê, na causa primeira, uma
inteligência suprema e superior a todas as inteligências? Tendes um provérbio
que diz isto: pela obra se reconhece o artífice. Pois bem! Olhai a obra e
procurais o artífice. É o orgulho que engendra a incredulidade. O homem
orgulhoso não vê nada acima dele e é por isso que ele se chama de espírito
forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!
O ensinamento da pergunta 09 do Livro dos
Espíritos é muito claro. É a soberba do homem que o leva a imaginar-se causador
dos acontecimentos do planeta. Ele se imagina um “deus”, capaz de causar as
coisas e por isto não consegue encontrar a ação do Pai no universo e em sua
vida.
Nada que acontece pode depender do homem porque
ele não possui inteligência suficiente para administrar o “destino” dos outros
e das coisas. Como pode o homem imaginar que ele pode determinar o fim de
alguma coisa, enquanto houver necessidade que ela ocorra? Com que direito ele
pode imaginar que tem o poder de causar ferimentos em quem não merece, ou
conseguir relevar o sofrimento daquele que merece e precisa sofrer?
No Universo tudo se interage: tudo gera um
efeito que atinge todas as outras coisas e seres. Um homem sai para comprar uma
determinada quantidade de pão e imagina que ele mesmo escolheu a quantia e onde
comprar. Será que ele pode escolher a padaria e a quantidade de pães? Se todos
os habitantes do planeta decidirem, ao mesmo tempo, comprar uma grande
quantidade de pão, isto afetará todos os habitantes do planeta, pois será
necessário derrubar florestas e mais florestas para que se plante mais trigo
para fazer muito mais pão...
Quanto ao local onde comprar esses pães,
“escolhendo” uma determinada padaria para comprar uma grande quantidade de
pães, poderia acabar levando fortuna ao seu proprietário e aos seus familiares.
Mas, será que estava no destino dessas pessoas ficarem “ricas”? Além disso,
existe a questão com os impostos do governo, que, com o dinheiro dos pães,
poderá ajudar, por exemplo, no financiamento de mais programas espaciais para
mandar naves para outros planetas...
Será que um homem apenas pode decidir até sobre
a vida dos seres que habitam em outros planetas, nos quais as naves irão
chegar?
Somente Deus, que possui a capacidade suprema de
analisar o que é mais justo e amoroso para cada um pode decidir sobre as
coisas. Mas, que critérios Deus usa para efetuar esta análise?
851 – Há uma fatalidade nos acontecimentos da
vida, segundo o sentido ligado a essa palavra, quer dizer, todos os
acontecimentos são predeterminados? Nesse caso em que se torna o livre
arbítrio? A fatalidade não existe senão pela escolha que faz o espírito, em se
encarnando, de suportar tal ou tal prova. Escolhendo ele faz uma espécie de
destino que é a consequência mesma da posição em que se encontra. Falo das
provas físicas, porque para o que é prova moral e tentações, o espírito
conservando seu livre arbítrio sobre o bem e sobre o mal, é sempre senhor de ceder
ou de resistir.
O mendigo passa fome e outras necessidades
porque escolheu esta vida para ele antes de encarnar...!
Suas aspirações se concretizarão ou não se você
tiver optado por esse acontecimento em sua vida carnal, antes dela acontecer.
Deus dá a cada um o que ele próprio planeja para a sua encarnação a fim de que
alcance a maior evolução espiritual possível durante essa vida carnal.
Porém, você possui o livre arbítrio para
escolher como passará por essas situações, quais sentimentos irá escolher para
suportá-las. Essa é a prova do espírito encarnado. É de acordo com estas
“escolhas” de sentimentos que o espírito faz, que Deus lhe dá as situações da
vida.
Um espírito planeja, por exemplo, antes da
encarnação que constituirá família com outro, que também concorda com isto. No
planejamento dos dois isto vem “assinalado” e eles se juntarão no momento que
foi decidido e se separarão, por diversos motivos, em outro momento, que também
já está predeterminado. Entretanto, durante a união, diversas provas ocorrerão:
chances de infidelidade, de comando da vida do outro, de “juiz” da vida alheia,
etc. Serão as vitórias ou as derrotas a estas tentações e, se elas acontecerem,
o sentimento que será usado para “passar” pela situação, que dirão se os
espíritos serão felizes ou não naquela união. Entretanto, a união ocorrerá no
dia predeterminado, com a pessoa escolhida anteriormente e terá a duração já
determinada para que cada espírito tenha a oportunidade de sua evolução!
Nossa missão neste planeta é responder com amor
a todas as situações que Deus cria como prova para cada ser.
Espiritualismo Ecumênico Universal