A DIFICULDADE DE PERDÃO NOS NOSSOS DIAS
Perdoar não é difícil só nos dias de hoje: sempre foi e
sempre será difícil perdoar. Isto ocorre porque o perdão é um gesto de
humildade e a primeira lição que todo espírito na carne tem que aprender é ser
humilde.
Os espíritos na carne consideram-se os mais privilegiados porque
dominam o planeta. Não aceitam ter um outro acima dele, em momento algum, em
assunto algum.
O perdão só dá quem tem humildade, porque é preciso ter
humildade para calar dentro de si o sentimento que poderia ser utilizado para
caracterizar um ato como ofensa. Na verdade, a revolta é um sentimento escolhido
por cada ser como um valor atribuído a um ato que fere os seus conceitos.
Se a pessoa tiver a humildade de receber o ato e der a ele
um valor positivo (amor), alcançará o ato de perdoar. Se não houver a verdadeira humildade dentro
do coração jamais será alcançado o perdão.
Não importa se alguém matou seu filho ou se um ladrão lhe
tomou todos os bens ou, ainda, se uma pessoa simples lhe dirigiu a palavra
grosseiramente. Não importa o grau da ofensa, o ofensor é um irmão perdido que
precisa de sua ajuda (amor) e que lhe pede isto desta forma.
Enquanto continuar julgando o irmão que lhe ofende, você
também será julgado. Enquanto achar que o irmão que lhe ofende, a qualquer
título, é merecedor de penas, prepare-se para as penas dos seus próprios erros,
pois certamente são muitos.
Busque o perdão para ser perdoado. Só alcançando o perdão é
que se poderá receber de Deus o perdão pelo próprio padrão sentimental. O
perdão é a antítese do julgamento, da condenação e do apenamento.
Só os humildes de coração realmente entrarão no “Reino do
Céu”. Somente aqueles que tiverem a humildade de não apontar erros no que seu
irmão faz, não terão seus erros apontados e, por isso, entrarão no “Reino do
Céu”: palavras de Cristo traduzidas para o conhecimento de hoje.
O que estamos dizendo está escrito há mais de dois mil anos.
Basta ler, basta entender.
Cristo não quis dizer que o “Reino do Céu” é para quem passa
fome, para quem não tem teto, como quer a pastoral da igreja hoje pressupor.
Não são esses, porque no meio deles mesmo passando fome, mesmo não tendo teto,
existem muitos que são orgulhosos e vaidosos.
Mesmo com a sua pobreza, muitas vezes não aceitam quem lhes
estende a mão e, quando aceitam, exigem muito mais do que estão recebendo. Não
são esses que entrarão ou herdarão o “Reino dos Céus”, mas sim aqueles que
mesmo tendo fortuna são humildes de coração.
Herdar o “Reino do Céu” quer dizer viver a felicidade
universal. O humilde viverá esta felicidade quer no planeta denso, quanto na
própria essência espiritual.
É muito difícil perdoar, sempre foi e sempre será.
Não existe argumento que sirva de justificativa para julgar
outra pessoa, para condenar alguém por menor ou maior que seja o ato. Os
espíritos na carne devem ter a humildade de, antes de atirar a primeira pedra,
olhar para os seus próprios defeitos: lição de Cristo.
Estamos reforçando a cada exemplo que se fala com uma passagem
de Cristo, pois a sua missão foi lição de humildade e de caridade como auxílio
ao próximo.
Pedir perdão é um ato nobre. É nobreza não humilhação. É um ato de despojamento, mas não um ato de
perda.
Esta visão das coisas, os espíritos na carne ainda não têm.
Acham que despojar é perder, mas despojar é ganhar, pois quando se dá se recebe.
Ser humilde não é humilhar-se, é ser nobre. Somente os nobres
conseguem ser humilde enquanto que os orgulhosos se humilham: lição de Cristo.